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Dia do Brandeiro lança pedra angular do Ecomuseu da Transumância

A celebração anual do dia do Brandeiro, que todos os anos se assinala no primeiro fim-de-semana de agosto na Branda da Aveleira, Melgaço, revestiu-se neste último sábado, dia 6, de especial importância estratégica para a abertura de novos caminhos de desenvolvimento deste território e de valorização da identidade cultural dos povos de montanha do noroeste português.

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Neste dia simbólico, em que se perpetuam rituais ancestrais da cultura popular e religiosa desta comunidade, assistiu-se a um momento que ficará para a história dos audazes: o lançamento da primeira pedra do projeto de constituição de um Ecomuseu da Transumância, inaugurado na presença das gentes da Branda da Aveleira, de José Adriano Esteves Lima, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Melgaço, de Agostinho Alves, Presidente da Junta de Freguesia de Gave e de José Rodrigues Lima, historiador e etnógrafo, que há mais de duas décadas se dedica ao estudo e valorização do património material e imaterial da Aveleira.

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A investigadora Andreia Amorim Pereira, geógrafa, realizou uma intervenção sobre a ecomuseologia enquanto projeto de desenvolvimento integrado, apresentando como exemplo de boas-práticas o caso de sucesso do Ecomuseu do Barroso.  Neste âmbito, foram transmitidas mensagens de partilha e incentivo direcionadas aos Brandeiros da Aveleira por três impulsionadores do Ecomuseu do Barroso e do Pólo da Vezeira, em Fafião: David Teixeira, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Montalegre, Márcio Azevedo, Presidente da Junta de Freguesia de Cabril e Júlio Marques, colaborador da Associação Vezeira.

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A reabilitação do “Forno da Telha”, construção que evidencia a autossuficiência destas comunidades de montanha no que respeita a técnicas construtivas e a criação de estruturas de apoio à fruição e interpretação da paisagem cultural da Branda da Aveleira consubstanciam as primeiras concretizações deste projeto de Ecomuseu em expansão e consolidação contínuas.

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Lembramos que este desígnio se encontra inscrito na Declaração Patrimonial da Aveleira, assinada em 1996, aquando a realização do projeto ‘Memória e Fronteira’, constituindo, por isso, o cumprimento de uma vontade coletiva que o tempo mostrou ser sólida e alinhada com as atuais tendências políticas de sustentabilidade ambiental e socioeconómica.

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Localizada na Freguesia da Gave, concelho de Melgaço, a Branda da Aveleira desenvolve-se na vertente norte da Serra da Peneda, a cerca de 1000 metros de altitude, na proximidade das Portas de Lamas de Mouro do Parque Nacional Peneda-Gerês.

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Mais do que um reservatório de memórias, tradições e patrimónios associados à prática multissecular da transumância, a Branda da Aveleira é o território onde se desenham projetos de futuro para as comunidades de montanha desta raia do noroeste português.

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A memória do Brandeiros da Aveleira é partilhada por um vasto espaço geocultural que se expande entre a Serra da Peneda e o planalto de Castro Laboreiro, dividido entre os Municípios de Melgaço, Monção e Arcos de Valdevez, onde se multiplica a presença de brandas e inverneiras, conferindo-lhe, pelas práticas culturais associadas, uma matriz identitária comum, a qual consubstancia o capital basilar da ecomuseologia.

Aqui, na última das fronteiras, sangrada das suas gentes pelo êxodo demográfico massivo das décadas de 70 e 80, subsistiam ainda em finais do século XX homens e mulheres que perpetuavam a memória do pastoreio itinerante, ascendendo com o gado às ‘Brandas’ nos meses amenos de primavera e verão e procurando refúgio nas ‘Inverneiras’ nos meses climaticamente mais agrestes.

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Os autarcas presentes reconhecem que é este espaço geocultural mais vasto que poderá dar escala e projeção a um verdadeiro Ecomuseu da Transumância, constituído por núcleos temáticos distintos, reflexos das singularidades de cada local, múltiplos patrimónios, diversos itinerários culturais e paisagísticos, uma agenda de dinamização cultural e turística comum, um projeto de desenvolvimento agregador.

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