Diocese ultima preparativos para a transladação de D. Júlio Tavares Rebimbas

A Diocese de Viana do Castelo encontra-se a ultimar os preparativos para a transladação dos restos mortais de D. Júlio Tavares Rebimbas para a Sé  Catedral, numa celebração que terá lugar no próximo domingo, dia 07 de janeiro, na Solenidade da Epifania do Senhor, às 15h30, e que contará com a presença de diversos Bispos e de várias autoridades civis. .

 

Recorde-se que foi na Solenidade da Epifania, no ano de 1978 (mais concretamente no dia 08), que D. Júlio entrou solenemente na Diocese como primeiro Bispo. 

Numa nota destinada a preparar os diocesanos para esta celebração, Monsenhor Sebastião Ferreira, Vigário-Geral, começa por explicar: «ccomo subsídio para vivermos o Jubileu (destinado a assinalar os quarenta anos da fundação da Diocese), temos a Carta Pastoral do Senhor D. Anacleto “SOMOS IGREJA QUE AGRADECE”. Com ela e por ela, estamos  quotidianamente a ser interpelados a expressar  de uma forma consciente e sentida a nossa gratidão, pela Igreja que somos. Foram muitas as pessoas que, ao longo do tempo , previram a necessidade e, na mesma esteira, aliciaram outros a trabalhar, para que se concretizasse aquilo que, parecendo um mero sonho, se tornou uma feliz realidade, tão benéfica às gentes deste Alto Minho». 

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O Vigário-Geral acrescenta de seguida: « A gratidão (acção de graças), antes de mais é dirigida à Santíssima Trindade, fonte  e sustento da Igreja (querida pelo Pai, fundada pelo Filho e assistida/vivificada pelo Espírito Santo). Na sua vertente histórico-jurídica , a gratidão  é manifestada ainda ao Bem-aventurado Paulo VI, Vigário de Cristo na terra, que a instituiu, a dotou de uma  Cátedra  e lhe deu um Bispo, sucessor dos Apóstolos. . Mas gratidão também  a  (…)  D. Júlio Tavares Rebimbas,  com o título de Arcebispo que lhe deu rosto,  a organizou,  a vivificou  e a dinamizou com o seu habitual «Isto vai!». Foi nele, com ele e por ele, que Viana e a sua gente  revivesceu a memória e o carinho que, cinco séculos atrás, havia saboreado, na pessoa do, agora, Beato Bartolomeu dos Mártires , o deslumbramento do  que é ter um Bispo perto de si,  atento às suas necessidades   e  a conviver com o seu povo. De tal maneira o sentiram seu que todos, autoridades e povo,  e,  entre estes, os pobres, se levantaram com armas e pergaminhos, para reterem e guardarem no seu seio/coração o corpo do seu Santo Arcebispo.. As novas gerações vianenses   ( todos nós), herdeiras desse mesmo sangue de antanho, que lhes corre nas veias sem se ter degenerado, querem (queremos todos), hoje como ontem, com o mesmo brio e alegria, o corpo do seu 1.º Bispo Diocesano, o Senhor Arcebispo D. Júlio Tavares Rebimbas. E ele também o quer. Assim se falou, assim o disse e assim o deixou escrito».. 

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Sarcófago em mármore branco 

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Monsenhor Sebastião agradece ainda a quantos tornaram possível a transladação dos restos mortais de D. Júlio. «Por graça de Deus, dos Senhores Bispos do Porto e de Aveiro, da benignidade dos seus familiares e da adesão total do Senhor D. Anacleto, nosso Bispo, vamo-lo receber em ambiente de festa, em dia da Solenidade da Epifania do Senhor (07.01.2018), na Sé Catedral, onde permanecerá, num sarcófago apropriado, integrando e desafiando, com o seu lema episcopal «In Verbo Tuo», a história da Diocese de Viana do Castelo, de que foi o seu 1.º Bispo e 1.º Administrador Apostólico». Acrescenta ainda que «o que diz respeito à exumação e à legalidade civil da trasladação já tudo está preparado (…). O projecto do sarcófago pertence ao Arquitecto Amândio Cupido que, em nome da Direcção Regional da Cultura do Norte, tem dirigido as obras que estão a ser realizadas na Sé Catedral» 

 

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«O sarcófago que acolherá e guardará o corpo incorrupto de D. Júlio Tavares Rebimbas seráá de mármore branco de Estremoz, exibindo o nome, datas e as armas episcopais de Arcebispo, a cores, esculpidas no mármore.. Assentará numa  base de ferro  lacado a preto  e ficará exposto ao público», diz ainda a nota.  .

 

Recebido em apoteose pelas ruas de Viana do Castelo

Recorde-se que D. Júlio D. Júlio Tavares Rebimbas nasceu na freguesia de S. Mateus de Bunheiro, concelho da Murtosa, a esse tempo Diocese do Porto, em 21 de janeiro de 1922. Foi ordenado Presbítero pelo Arcebispo-Bispo de Aveiro, D. João Evangelista de Lima Vidal, em 29 de junho de 1945, em Pardilhó. Em 1946, foi nomeado Pároco de Avelãs de Cima e Avelãs de Caminho, em Anadia. Em 21 de outubro de 1949, tornou-se Pároco de Ílhavo. Em 1959, foi nomeado Vigário Geral da Diocese de Aveiro. No mesmo ano, foi nomeado Monsenhor pelo Papa João XXIII. 

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Em 27 de setembro de 1965, foi eleito, por Paulo VI, Bispo do Algarve, tendo tomado parte na última sessão do Concílio Ecuménico Vaticano II. A 26 de dezembro do mesmo ano, foi ordenado Bispo, no Estádio Municipal de Ílhavo. Em fins de janeiro de 1966, tomou posse da Diocese do Algarve. 

 

No dia 1 de julho de 1972, foi eleito Arcebispo de Mitilene e Auxiliar do Cardeal Patriarca de Lisboa. No mesmo ano, assumiu a Presidência da Comissão Episcopal da Educação Cristã.  

 

Em 3 de novembro de 1977, foi escolhido pelo Santo Padre Paulo VI para primeiro Bispo da Diocese de Viana do Castelo, criada na mesma data, tomando posse no dia 8 de janeiro do ano seguinte, Solenidade da Epifania do Senhor. Em junho de 1981, foi eleito Presidente da Comissão Episcopal da Liturgia. 

 

Em 12 de fevereiro de 1982, foi nomeado Bispo do Porto, tomando posse no dia 2 de maio de 1982. No dia 31 de junho de 1997, com a nomeação de D. Armindo Lopes Coelho para Bispo do Porto, foi aceite a sua resignação como Bispo do Porto. Faleceu no dia 6 de dezembro de 2010, na Casa de Saúde da Boavista. 

 

Os seus restos mortais, que serão transladados para Viana, encontram--se  na sua terra de origem – Bunheiro. 

 

 

 

 

 

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