Jorge VER de Melo
Consultor de Comunicação
Pensamos não vos falar de política durante este período eleitoral, mas não resistimos!…
Por vezes ficamos com a sensação de que a Revolução em 25 de abril de 1974 apenas serviu para instalar uma Democracia “sui generis”, termo de origem latina que significa “de seu próprio género”.
Ou seja, encaramos atitudes políticas que mais parecem ditatoriais de monarcas imperadores do que de Democratas eleitos pelo povo do nosso país.
Quer isto dizer que os nossos políticos quando se deparam com algum poder, assumem vulgarmente posturas muito semelhantes a esta que acabei de mencionar. Só porque alguém indiferenciado ou (jornalista), ousou por em causa ou investigar as suas atitudes, as dos seus amigos ou dos colaboradores, está perseguido e arrumado profissionalmente.
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Conseguem assim organizar uma teia, devidamente controlada, que imediatamente coloca do seu lado a razão ou anula literalmente qualquer investigação que os ponha em causa.
Na comunicação social, o que se tem verificado com alguma assiduidade é a perseguição ou o despedimento sem qualquer explicação, do jornalista que teve o descaramento de investigar as atitudes de certos políticos.
Então recordemos alguns dos casos mais visíveis:
– Manuela Moura Guedes, foi dispensada da SIC pelo Diretor de Informação, Ricardo Costa (por acaso irmão de António Costa), por ter a ousadia de denunciar algumas atitudes de certos políticos;
– O Diretor de Informação da TVI, Sérgio Figueiredo, (por acaso amigo de Mário Centeno), já dispensou o incómodo José Eduardo Moniz;
– O programa “Sexta às Nove” foi suspenso pela Diretora de Informação da RTP Maria Flor Pedroso, (por acaso prima de António Costa), por incomodar certos políticos;
– Claro está que nessa demanda foi também dispensada a jornalista Sandra Felgueiras e o seu “Linha da Frente” porque já estava a abusar das denúncias investigadas e comprovadas.
Será isto censura ou intolerância política?
Como já nos fomos habituando, tanto faz. Os nossos Governos e os políticos que os acompanham estão a ser muito pouco Democratas com a população que tentam governar.
Quando afirmamos “tentam governar”, temos razões de sobra com factos que todos conhecem e que comprovam o que dizemos.
Lembremos novamente:
– O estado em que se encontra a Educação, desorganização total e falta de respeito por quem lá trabalha;
– O estado caótico da saúde com fugas de milhões de euros para pagamento de horas extraordinárias, aluguer de profissionais a empresas com duvidosas prestações de serviço. E a população a morrer por falta de assistência;
– Somos um dos países com os salários mais baixos da Europa. Quem ganha com isso? Não é o Estado!;
– Temos os combustíveis a preços que estão entre os mais caros do mundo;
– Portugal possui uma das mais elevadas dívidas, per capita, do planeta;
– As portagens das auto estradas são caríssimas. Na Suíça paga-se um selo, cerca de 32 euros por ano para circular em todas elas. Para ser mais exato, fica mais económico viajar de avião do Porto para o Algarve em algumas companhias, do que pagar as portagens das auto estradas;
– Gastaram-se tantos milhões em estádios de futebol que foram usados meia dúzia de vezes e agora estão ao abandono;
– Construíram-se auto estradas em locais quase sem trânsito existindo outras a abarrotar de movimento mas praticamente sem manutenção. Foi estratégia política!;
– E as escolas novas que já estão em deterioração e sem manutenção? Teriam sido feitas para nos precipitar mais rapidamente na bancarrota?
Será que tudo isto é fantasia nossa?
Será que somos todos uns ignorantes irresponsáveis?
Será que estes problemas do clima estão a afetar os portugueses, especialmente os políticos?
É melhor ponderarmos bem o nosso voto!…
