Editorial

É difícil confiar nos nossos políticos
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Jorge VER de Melo

Quando nos conseguirem explicar porque razão nós devemos mais dinheiro/habitante do que a maioria dos outros países da Europa ganhando menos do que eles, então vamos começar a acreditar nos nossos políticos.

Por muito que prometam, torna-se cada vez mais difícil acreditar no que dizem, os resultados falam por si.

Isto não é ser derrotista, basta ser realista e estar minimamente informado do que devemos e do que somos capazes de produzir.

As respostas mais conhecidas são:

  • Não há dinheiro;
  • Assim não conseguimos concorrer com os outros países em exportações;
  • Porque o rendimento per capita não dá para aumentos;
  • Se as pessoas tiverem um nível de vida mais alto, aumentariam as importações e assim a dívida externa.

Essa de não haver dinheiro será rapidamente eliminada pelas transferências em offshore efetuadas por banqueiros, políticos, grandes e pequenos capitalistas, etc. Em determinada época deste país, qualquer cão ou gato que quisesse ter contas em paraísos fiscais, bastava contactar determinados bancos e ficava tudo resolvido.

Querer basear as nossas exportações apenas no valor preço é demasiado medíocre. Só se baseia numa afirmação dessas quem não faz a mínima ideia de como está o negócio de há muitos anos a esta parte.

GOSTA DESTE CONTEÚDO?

Concorrer apenas pelo valor/preço da mão de obra com a China é perfeito suicídio económico. Temos valores muito superiores como Know-how, o verdadeiro conhecimento dos mercados, a capacidade criativa e até a formação académica dão valores muito superiores a tudo que os portugueses queiram exportar.

Afirmar que o rendimento per capita do cidadão não dá para oferecer aumentos ou regalias seja do que for é afirmação de quem não sabe como corrigir esse valor ou então porque talvez vá alterar a sua forma de viver.

É por essas e por outras que nas empresas onde acontece algum lucro, ele rapidamente desaparece ou a empresa passa a estar inscrita economicamente noutro país que lhe exige menos impostos. Assim acontece uma das grandes injustiças sociais a influenciar o rendimento interno bruto e também o rendimento disponível bruto per capita logo, a prejudicar por ingenuidade ou propositadamente, todos os portugueses.

Essa é a fórmula mais utilizada para justificar a afirmação de que os portugueses se tiverem uma vida semelhante aos cidadãos dos outros países, um nível de vida mais alto, provocam o aumento das importações e assim a dívida externa.

Então e os impostos que o Estado arrecada? Não contam?

O que essas pessoas tentam fazer acreditar é que não existe capacidade económica para aumentar os ordenados dos portugueses.

Nem nunca existirá com estas contas!…

É que todos os políticos dos outros países estão enganados e os nossos estão certos.

Ás tantas não é bem assim!…

Poderíamos chamar-lhe uma diferença absolutamente disparatada, mas há diferenças tão mais elevadas que chegamos a sentir vergonha de as comparar aqui.

Será que estamos errados?

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