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Edil de Arcos de Valdevez desautoriza vereador da maioria que reagiu acaloradamente após interpelação do CDS

Presidente

No rescaldo da EXPOVEZ, que se realizou de 20 a 22 de maio, o vereador Fernando Fonseca, do CDS, difundiu, em reunião de Câmara, ocorrida a 23 de maio, as queixas de vários expositores sobre os critérios de cobertura que presidiram à emissão da estação televisiva (RTP) que cobriu diretamente o certame no dia 21.

Em causa os requisitos de participação no programa “Aqui Portugal” e o restrito leque de expositores que teve oportunidade de divulgar os respetivos produtos/serviços durante a emissão, facto que terá desagradado a muitos dos preteridos. Mas o vereador Olegário Gonçalves, da maioria social-democrata, não gostou do teor da interpelação e solicitou aos serviços municipais a recolha do som para aquilatar as declarações de Fernando Fonseca e, em havendo matéria, apresentar denúncia ao Ministério Público. Com os ânimos exaltados, o edil João Manuel Esteves “pôs água na fervura”.

“Houve alguns protestos relativamente à reportagem feita pela RTP1, que considerou muito poucos stands e muita gente ficou fora da apresentação, queixando-se [os lesados] e vindo dizer que não sabiam que tinham de pagar à RTP se quisessem aparecer na reportagem efetuada”, começou por dizer Fernando Fonseca.

“[…] Porque há um coro de protestos e as pessoas estão revoltadas, queria saber, da parte do senhor presidente, que explicações é que poderá dar sobre este assunto, quem é que promove[u] a deslocação da RTP, se há algum protocolo estabelecido entre a Câmara Municipal e a RTP e quais os critérios para filmar os expositores [em detrimento de outros]? Que acho muito bem [que estes promotores tenham podido dar a conhecer os seus produtos], mas a economia local não passa só por dois ou três stands, passa por muitos mais, e nós temos de abranger o máximo de pavilhões e de expositores”, exortou.

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Visivelmente alterado, o vereador Olegário Gonçalves retorquiu. “[…] Penso que ouvi bem” e, neste sentido, “[o senhor engenheiro Fernando Fonseca] insinuou qualquer coisa, pelo que vou requerer um extrato da gravação para ver o conteúdo e a forma como o senhor engenheiro [se pronunciou] e, caso haja matéria, que esta seja presente ao Ministério Público, porque quero saber quem é que disse que as pessoas [expositores] tinham de pagar para falar, e se as pessoas disseram isso, vai ter de as identificar para provar”, atirou o vereador do PSD, que tem o pelouro dos Mercados e Feiras.

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Na resposta, Fernando Fonseca lembrou os direitos de que está investido. “Estou perfeitamente à vontade como ator e representante político desta Câmara e, portanto, ninguém me tira a liberdade de eu falar e de fazer as perguntas que quero, eu faço-as e sei o que é que estou a fazer.”

E, com algum sarcasmo pelo meio, continuou. “Senhor vereador Olegário, não pus em causa, na minha pergunta, a ação da Câmara, quando muito perguntei se as pessoas tinham de pagar à RTP para aparecerem na reportagem efetuada. Parece que esta questão veio mesmo a calhar, porque o senhor Olegário acusou o ‘toque’ e de que maneira!, […] tomando responsabilidades que não lhe competiam.”

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Em face disto, segundo o vereador do CDS, “a pergunta até tinha razão para ser feita, e não é o senhor Olegário que vem agora dizer aqui qual é o procedimento que se vai fazer, que fiz uma afirmação que não devia ter feito, que isto não vai ficar assim e toma, às vezes, o lugar de juiz.”

Na troca de argumentos, Olegário Gonçalves respondeu em tom agastado. “O senhor engenheiro, […], não vai dizer o que quer aqui, pois o senhor está a representar uma força política, não pode dizer o que muito bem lhe apetece”, replicou, acrescentando que o vereador do CDS-PP “não tem de ficar ofendido por se ter pedido [um excerto da gravação]”, defendendo-se, ainda, com uma pergunta retórica. “Se alguém diz que eu recebi dinheiro para as pessoas darem entrevistas na RTP1, eu vou ficar calado?”, questionou.

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Apanhado no meio da “fogueira”, o edil João Manuel Esteves não vislumbrou insinuações nas declarações de Fernando Fonseca e considerou “o assunto esclarecido”. “Através da intervenção do senhor engenheiro, [ficou claro que] ninguém disse [ao vereador da oposição] que se pagava [para aparecer na emissão do “Aqui Portugal”], tendo “o senhor vereador [Fernando Fonseca] apenas perguntado se se pagava”, rematou assim o diferendo o autarca João Manuel Esteves, inviabilizando, por maioria de razão, a anunciada sindicância às declarações proferidas pelo vereador do CDS-PP, contrariando, deste modo, os intentos do vereador Olegário Gonçalves.

Com o debate serenado, o presidente da Câmara esclareceu que a reportagem do canal estatal encerrou, como de costume, um “conjunto de critérios”. “A RTP contacta diretamente com a autarquia, esta cria condições (de logística, sobretudo) para que seja feita a emissão”, a estação é soberana no alinhamento das reportagens e “nem leva dinheiro à Câmara”, frisou João Manuel Esteves.

À margem destas questiúnculas, o vereador Fernando Cabodeira, do PS, fez um reparo à apresentação da RTP. O locutor “Hélder Reis tem um cesto, muito bem apresentado, com os produtos da doçaria de Arcos de Valdevez, mas, depois, disse aos telespetadores que, ‘se forem a Arcos de Valdevez, não comam aqueles rebuçados, que eles duram oito dias e partem os dentes todos’”, num gracejo em direto que Cabodeira criticou, notando “não ser esta a melhor forma de promover o território.”

 

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