Edil de Arcos de Valdevez “bipolar”: passivo com o Governo PSD e “muito diligente com a geringonça”, acusa a CDU

Dificilmente poderiam ter sido mais divergentes as reflexões do presidente do Município de Arcos de Valdevez e do deputado Filipe Faro (CDU) acerca da (in)ação e da (falta de) firmeza do edil arcuense em função da cor política do Governo da República.

“O presidente da Câmara Municipal de Arcos de Valdevez está muito mais diligente agora com a geringonça [Governo PS, apoiado por Bloco de Esquerda, PCP e PEV], o que é bom sinal, pois reivindica agora o que nos foi tirado pela coligação PSD-CDS. A [querer] ver se a geringonça nos devolve os tribunais e outras valências que nós perdemos, porque o Governo anterior assim decidiu, Governo que a maioria [PSD] desta Assembleia apoiou. Já se começa a saber para onde o dinheiro foi [referindo-se aos offshores do Panamá e da Madeira], atirou Filipe Faro.

Foi a resposta do deputado eleito pela CDU à longa lista de solicitações que João Manuel Esteves elencou para dizer que não há ninguém que faça sombra à sua capacidade de reivindicação.

[Na visita efetuada à empresa Eurocast], solicitámos ao senhor primeiro-ministro garantia de equidade no acesso a bens e serviços públicos de proximidade, porque há necessidade de garantir um conjunto mínimo de serviços públicos que não podem estar ausentes do território. A presença do Estado na Justiça, na Segurança Social, nas Finanças, e noutras áreas, não devem sair dos territórios”, defende João Manuel Esteves, que, no entanto, em anos anteriores, face às políticas de racionalização e/ou cortes em serviços públicos por parte do Governo Central, da coligação PSD-CDS, nunca havia expressado, pelo menos publicamente, posição tão contundente.

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Procurando afirmar o empenho e a firmeza do Município em prol dos arcuenses, o presidente da Câmara lembrou outras diligências feitas muito recentemente, tendo em vista o “acolhimento empresarial”, a concretização da “Plataforma Padre Himalaya”, a reversão da reorganização do sistema judiciário trazendo de volta a secção criminal e disponibilizando a jurisdição de Família e Menores, a “recuperação da Escola Secundária de Arcos de Valdevez” ou a “remoção das placas em fibrocimento” nas unidades do mega-agrupamento onde o amianto ainda existe. A propósito da polémica reestruturação do sistema judiciário, a ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, já prometeu devolver as competências subtraídas a muitos tribunais.

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Segundo João Manuel Esteves, que disse ter “gostado de ver a CDU defender a geringonça, estas matérias devem “unir” os arcuenses, “e não desunir”. Mas Filipe Faro, insistindo numa “bandeira” que é cara aos partidos que apoiam o Governo PS, desafiou o PSD a habituar-se à ideia de que este é um tempo novo.  

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