Editorial

ELEIÇÕES / JULGAMENTO POLÍTICO
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Jorge VER de Melo

Sempre que há eleições surge a oportunidade do cidadão poder julgar, através do voto, o trabalho feito por cada político ou por cada partido político nas suas escolhas para cada cargo.

Como nos encontramos em momento eleitoral para as autárquicas, chegou a hora do julgamento dos políticos anteriormente eleitos.

Desta vez, Senhores Eleitores, a responsabilidade é maior pois está prevista a entrada em vigor de um novo pacote da descentralização de competências e de recursos. Quer isto dizer que vão surgir novas responsabilidades regionais:

  1. Na saúde de proximidade;
  2. Na educação;
  3. Na área social e;
  4. No desenvolvimento económico e social.

No meio desta nova experiência ainda temos uma alteração quase radical na eleição dos corpos diretivos da (CCDR) Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional pois anteriormente eram nomeados pelo Governo mas agora passam a ser eleitos:

  • Na presidência, pelos autarcas da região e;
  • Na vice-presidência pelos presidentes das Câmaras da região.

Quer isto dizer que as direções da CCDR deixam de responder ao Governo mas sim aos autarcas da região.

Se pensarmos bem, pode tratar-se de um presente envenenado. Tudo isto funciona com a organização e distribuição de verbas, ora se elas não aparecerem nos momentos cruciais, lá se vão as oportunidades, como a experiência de muitos anos nos confirma. E mais, se a vontade não for muita, levanta-se uma tempestade de exigências que paralisa qualquer dinâmica para o desenvolvimento regional.

GOSTA DESTE CONTEÚDO?

Agora reparem, de tudo isto dependem: a saúde, a educação, a assistência social e o tal desenvolvimento económico e social. Se pensarmos bem e o sucesso for o que todos desejamos, certamente vai ser necessário despedir imensa gente nesses mesmos Ministérios.

Já que temos os autarcas com o seu staf, (equipe de confiança), a resolver todos estes problemas de proximidade, logicamente, os elementos dos Ministérios que se dedicavam a esses assuntos, deixam de ser necessários.

Toda esta explicação se baseia no facto de querermos contribuir para uma auxiliar elucidação de alertas para os eleitores. Somos todos livres e aceita quem quer!…

Mas nós reservamos muitas dúvidas relativamente à competência dos responsáveis regionais em todos estes setores. Para já, temos receio que as pessoas escolhidas para os novos cargos sejam apenas selecionadas conforme as cores dos partidos e não de acordo com a experiência de vida e a sua formação profissional.

Ter jeito não corresponde a ser competente. As competências adquirem-se pelos estudos e pela experiência profissional na área.

Por exemplo, desde a primeira República até aos dias de hoje foram pouquíssimos os Ministros da Educação que tinham formação pedagógica. Como é possível alguém insensível profissionalmente a essas questões, que não as conheça cientificamente, possa decidir os problemas da formação intelectual e da educação num país? Nem numa escola! Porque a própria Lei não autoriza…

Como é possível um economista ser Ministro da Saúde? Que experiência ou formação tem ele para conseguir resolver e até respeitar possíveis soluções para os problemas da saúde? Etc.

Às tantas, até justifica estarmos atentos a estas questões no ato eleitoral!…

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