Encontro Diocesano de Pastoral Litúrgica trouxe vários especialistas ao Centro Pastoral Paulo VI

Mais de quinhentas pessoas refletiram sobre a beleza da Liturgia.

Texto: Pe. Renato Oliveira/ João Basto

            Quase seiscentas pessoas reuniram-se, este fim de semana, no Centro Pastoral Paulo VI, em Darque, Viana do Castelo, no 41.º Encontro Diocesano de Pastoral Litúrgica. Em sintonia com o lema da Diocese para este Ano Pastoral (“Somos Igreja que Evangeliza”), o tema do Encontro foi “A beleza da Liturgia – porta para a Evangelização”.

            O encontro estruturou-se em torno de três conferências principais, às quais se juntaram diversas “Escolas de Ministérios”, respetivamente para Ministros Extraordinários da Comunhão, Catequistas, Escuteiros, Acólitos, Leitores e Músicos. Entre os responsáveis pelas várias reflexões estiveram o Prof. João Duque, Presidente do Centro Regional de Braga da Universidade Católica Portuguesa; o Maestro José Luís Borges Coelho, Diretor do Coral de Letras da U. Porto; o Pe. José António Pais, Capelão Hospitalar; o Pe. Carlos Cabecinhas, Reitor do Santuário de Fátima; o Prof. José Miguel Braga, Professor de Teatro no Seminário de Braga; o Con. Luís Manuel Pereira da Silva, do Patriarcado de Lisboa; o Pe. Pedro Miranda, da Diocese de Coimbra; o Con. Manuel Joaquim Costa, da Arquidiocese de Braga; a Profª Joana Jacinto, Especialista em Linguística; o Prof. José Carlos Miranda, da UCP – Braga; a Irmã Maria Benedita Costa, asm; D. Bernardino Costa, Abade do Mosteiro de Singeverga; o Pe. Nuno Ventura, Sacerdote Passionista; os Padres Jorge Barbosa, Joel Rodrigues e Renato Oliveira, da Diocese de Viana do Castelo.

            Na abertura dos trabalhos, o Pe. Tiago Rodrigues, Diretor do Secretariado Diocesano de Pastoral Litúrgica, fazendo alusão à Nota de D. Anacleto a propósito do Encontro, expressou o desejo de que este servisse para “melhor meditarmos sobre o verdadeiro significado da beleza na Liturgia, que não é sinónimo de adorno ou ornamento”. O Pe. Tiago Rodrigues lamentou ainda que “tantas celebrações litúrgicas –  nomeadamente algumas transmitidas pela televisão –, pervertam o sentido da Liturgia, colocando-a ao serviço de gostos e interesses pessoais”.

            A primeira grande conferência do Encontro, no sábado de manhã, foi proferida pelo Prof. Doutor João Duque, que procurou dar alguns tópicos em ordem a uma resposta à questão “É belo o bonito?”. Na busca de uma definição de beleza, em sentido cristão, o teólogo destacou, em primeiro lugar, a ambiguidade do termo, distanciando este de algo consolatório, mas relacionando-o com a expressão da verdade que, espelhada na Cruz, se distancia do imediatamente bonito. “A beleza é antes de mais um acontecimento de revelação”, afirmou no começo da conferência.

            A terminar o primeiro dia – e depois de diversas “Escolas de Ministérios” – o Con. Luís Manuel Silva, que se especializou em Liturgia, tratou o tema “Como é bom estarmos aqui”. Na sua reflexão, falou da relevância da transfiguração como modo pelo qual a oração cristã, e a Liturgia em particular, expressam a Páscoa de Jesus, colocando, com efeito, a beleza na Liturgia para lá de critérios estéticos e, assim sendo, relativa a sinais que caminham do interior para o exterior.

            Já no domingo à tarde, e depois de mais “Escolas de Ministérios” que preencheram a manhã deste segundo dia, D. Bernardino Costa, Abade do Mosteiro de Singeverga, falou sobre a oportunidade de “Evangelizar através da beleza da Liturgia”. Partindo da diferença entre estética e anestesia, D. Bernardino realçou que, na Liturgia, o corpo e a carne são elementos, não a recusar, mas antes a destacar, pois é neles que entrarmos no mistério de Cristo, onde os sentidos estão ativos e, simultaneamente, sobrepostos, criando zonas de sombra e luminosidade que são só parcialmente descodificadas através da encarnação de Jesus.

            O Encontro Diocesano de Pastoral Litúrgica terminou na tarde deste domingo, na Sé, numa Eucaristia presidida por D. Anacleto Oliveira, onde foram instituídos 31 novos Ministros Extraordinários da Comunhão que estarão ao serviço de diferentes paróquias e outras comunidades da Diocese. Na sua homilia, o Bispo Diocesano, partindo do episódio bíblico das Bodas de Canã, referiu que, na Eucaristia, “Jesus pega nos elementos fundamentais de uma boda – o pão e o vinho – e torna-os no Seu Corpo e Sangue”. Convidou, por conseguinte, os crentes a deixarem-se habitar por este dom sagrado e, aos Ministros da Comunhão em Particular, recordou que, “na medida em que derem o Corpo de Cristo aos outros, mais o poderão saborear”.

            O Pe. Tiago Rodrigues fez, no final do Encontro, um balanço muito positivo do mesmo, destacando o grande número de inscritos e a pertinência das reflexões apresentadas pelos vários especialistas convidados.