Esta semana realizou-se a última das três tertúlias sobre mobilidade no Alto Minho, desta vez em Ponte de Lima.
Nas três tertúlias foram abordados diferentes temas, desde as ligações à Galiza às ligações tanto dentro dos concelhos como entre concelhos do distrito. No entanto, o ponto em comum entre tertúlias, e em que todos os que participaram concordam, é o de não haver uma resposta adequada às necessidades das populações, no que toca aos transportes públicos.
Relativamente à ligação à Galiza, a oferta existente é o comboio Celta que oferece apenas 2 ligações diárias em cada sentido, sendo os horários incompatíveis com os horários laborais e, portanto, não pode ser utilizado pelos milhares de trabalhadores e trabalhadoras transfronteiriços/as que se deslocam diariamente. Tendo em conta a proximidade de relações sociais, culturais e económicas destas duas regiões e aproveitando as Eurocidades existentes, é imprescindível uma resposta concertada para o reforço da oferta de transportes públicos que liguem o Alto Minho e a Galiza.
Ainda no que toca à ferrovia, apenas quatro concelhos do distrito de Viana do Castelo são abrangidos pela rede ferroviária nacional. Porém, tendo em conta que esta não é utilizada como eixo central de mobilidade, e que, na realidade, a rede rodoviária pública é praticamente inexistente, deixa todos os outros concelhos sem possibilidade de utilizar o comboio. É urgente que o Alto Minho tenha uma resposta de transportes públicos concertada tanto entre concelhos como entre modos de transporte. A Linha do Minho necessita ser utilizada como eixo central de mobilidade de forma a ligar os concelhos não abrangidos pela mesma através da rede rodoviária.
Neste momento, todos os concelhos do Alto Minho sofrem da falta de transportes que dê resposta às necessidades das populações. Numa região em que a taxa de utilização do automóvel é altíssima, os esforços deveriam estar a ser dirigidos no sentido de aumentar a oferta de transportes públicos para que as pessoas deixem de ter necessidade de o utilizar, e para que quem não tem veículo próprio possa movimentar-se dentro da região sem ter demasiados custos.
No final destas tertúlias, depois de reunir com pessoas de diversos concelhos que nos transmitiram as dificuldades que sentem no que toca à mobilidade na nossa região, o Bloco de Esquerda não pode deixar de lamentar que, mais uma vez, o futuro da mobilidade na região tenha sido adiado. Desde março de 2023, data do lançamento do primeiro concurso para os transportes públicos na região, que já contamos com dois concursos anulados, com muitos recuos e poucos avanços. É crucial que os autarcas do distrito e a CIM-Alto Minho apresentem soluções para este impasse que já se prolonga há demasiado tempo, sendo que os mesmos já assumiram “a importância do serviço de transporte público para o interesse público”.
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Distrital de Viana do Castelo do BE