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Jorge VER de Melo
Professor Universitário
(Aposentado)
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Um “erro crasso” é o que está a acontecer com Vladimir Putin. Ele justifica a invasão da Ucrânia como sendo para desmilitarizar o país e adquirir uma posição neutra relativamente à OTAN.
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No fundo o que o irrita são todas as uniões de países que lhe possam fazer frente como: a União Europeia, a NATO e tudo que lhe possa prejudicar a ideia de um regresso ao império URSS.
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Mas o “erro crasso” dele aparece por defeito de todos os pretensiosos a imperadores. Com grandes sonhos e projetos para dominar os outros, esquecem-se do objetivo mais importante, o bem-estar do povo. Isso acarreta erros como a deficiente manutenção do exército, a falta de respeito por quem luta nas fileiras das batalhas, os monstruosos injustificados gastos com armamento e sobretudo a falta de consideração pelo cidadão trabalhador.
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Assim vai perdendo nas coisas que para ele são menos importantes como aconteceu com Crasso, general romano.
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Para quem não conhece a história de Crasso, trata-se de um general da Roma Antiga pertencente ao 1º Triunvirato, designação dada a uma forma de poder dos generais. Lembramos que na época a importância de cada pessoa era dada pela sua força. Neste caso: Caio Júlio, Pompeu e Crasso eram os três elementos desse Triunvirato.
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Ele foi então incumbido de atacar um pequeno povo chamado Partos. Como a batalha tinha pouca importância, confiante na vitória, não cumpriu as regras e técnicas romanas atacando sem o cuidado indispensável, escolhendo o caminho estreito e com pouca visibilidade. Assim, mesmo em menor número os Partos conseguiram vencer os romanos e nasceu a afirmação, “erro crasso.”
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O caso Putin parece-nos muito semelhante. Todas aquelas vaidades, preconceitos e demonstrações de força são bem visíveis.
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Putin teve mesmo uma ascensão política muito precoce, senão vejamos:
- Descendente de uma família de confiança dos líderes da URSS;
- Ex-agente da KGB, serviços secretos da União Soviéticos, depois de terminar o curso de Direito;
- Membro da “contrainteligência,” departamento de investigação;
- Major de justiça especializado em inteligências estrangeiras;
- Chefe do departamento de fronteiras;
- Vice-Presidente da Câmara de São Petersburgo;
- Vice Assessor do Presidente da Rússia;
- Diretor do Serviço Nacional de Segurança da Federação Russa FSB, sucessora da KGB;
- Em 1999 é Primeiro Ministro da Rússia;
- Presidente interino nesse mesmo ano;
- Presidente eleito, 2000/2004;
- Presidente em 2º mandato, 2004/2008;
- Primeiro Ministro, 2008/2012;
- 3º mandato como Presidente, 2012/2018;
- 4º mandato como Presidente, 2018 até aos nossos dias.
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De recordar que a KGB tinha a função de proteger os cidadãos soviéticos da influência ocidental. Daí podermos concluir que tal formação e experiência profissionais o deformaram perante a realidade humana e global. Sempre foi habituado a lidar em postura de sobrevivência contra o inimigo chamado ocidente.
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Um dos seus sucessos foi a abertura do país à economia de mercado.
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Este tem sido o “calcanhar de Aquiles” perante os restantes países do globo nesta situação de agressão à Ucrânia. São as sanções económicas que de momento o têm travado nos devaneios a que se propõe.
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Tal experiência e formação estão longe da realidade que o separa, como Presidente da Rússia, da outra realidade existente nos restantes países.
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Será que algo o vai obrigar a mudar este rumo de destruição?
Devemos estar bem atentos porque também pode sobrar para o resto do mundo!…