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Este homem veio (mesmo) de África

Paulo Ribas e família

Paulo Ribas, de 46 anos, nasceu em Luanda (Angola) e é um dos novos rostos da aposta empresarial no concelho de Melgaço. O Buffalo – Grill & Bar, situado em Remoães, a dois passos do balneário termal do Peso, é quase uma porta para outra dimensão, onde abandonamos por momentos o Melgaço das diárias carne+batatas fritas – entendemos que o sável ou o cabrito não entram neste campeonato – para entrar noutro(s) país(es).

… e trouxe com ele os sabores do mundo

O título é uma alusão aos estudos relativos à origem do ser humano, que afirmam ter sido em África, mas aqui história toma outro rumo e gosto, já que também de gastronomia se fala. Paulo Ribas, de 46 anos, nasceu em Luanda (Angola) e é um dos novos rostos da aposta empresarial no concelho de Melgaço.
O Buffalo – Grill & Bar, situado em Remoães, a dois passos do balneário termal do Peso, é quase uma porta para outra dimensão, onde abandonamos por momentos o Melgaço das diárias carne+batatas fritas – entendemos que o sável ou o cabrito não entram neste campeonato – para entrar noutro país. A bandeira americana, pintada numa das paredes do fundo, sugere-nos que é algo pelos sabores dos ‘states’ que vamos andar, mas o menu diz-nos que podemos visitar outras nações. Sem sair da cadeira. Paulo Ribas, ou Alma de Lusitano, como diz ser mais conhecido por onde passa, escolheu há 14 meses o concelho melgacense para viver e há cerca de cinco para trabalhar no seu próprio negócio e conceito.
Depois de Inglaterra, onde esteve a trabalhar no ramo hoteleiro, Melgaço foi “uma aposta diferente, uma mudança de vida. Há aqui qualidade de vida, é um desafio à minha criatividade e um nicho de mercado que não está a ser explorado”, nota o empresário.
Apostar num conceito novo num concelho raiano e interiorizado poderia não animar alguns investidores, mas Paulo Ribas não olhou pelo lado negro da questão. “Por natureza sou uma pessoa positiva, aventureira e quando começo alguma coisa, levo-a até ao fim. Sempre acreditei neste projecto e até agora está a correr bem”, diz. Venho de um país e de um ambiente culturalmente e empresarial totalmente diferente de Portugal”, revela Paulo, que trabalhou no ramo da gestão hoteleira em Inglaterra durante mais de vinte anos. “A forma como eles encaram a restauração é diferente, são um pouco mais aventureiros. Aqui corre-se menos risco, há menos inovação e onde há, como Lisboa ou Porto, geralmente é trazida por pessoas que vieram de fora como eu”.
Com as portas abertas neste espaço desde 13 de Março, Paulo diz que é nas zonas residenciais que está a base sustentável dos restaurantes locais. “Estar no meio da vila era suicídio”, afirma, defendendo a mais valia para o negócio o conforto que proporciona, não só pelo espaço de restauração, mas também algumas facilidades de estacionamento automóvel, ali perto. “O Buffalo é um conceito bem aplicado no momento e local certos, e em quatro meses estamos a ser consistentes naquilo que entregamos e estamos a ser falados”, conclui.
No menu, começa também a revolução do projecto. Concebido por Paulo Ribas, a carta aposta na comida internacional que o empresário conheceu além-fronteiras, procurando também “soltar as rédeas da velha gastronomia e tentar trazer novos sabores, novas texturas e especiarias. Temos de acompanhar o mundo e nesse aspecto, Portugal ainda está no tempo da locomotiva a vapor”, considera.
Por isso, na hora de trazer coisas novas, foi buscar inspiração à cozinha nova e tradicional americana, da América latina e até de Marrocos, o que parece ter despertado alguma vontade de experimentar dos locais. “As pessoas são muito aventureiras, querem experimentar”, diz Paulo Ribas, notando que até os vizinhos galegos procuram algo da comida mexicana ou de influência hispânica.
O espaço, com meia centena de lugares sentados e esplanada para mais sessenta e cinco pessoas, prevê lançar algumas noites temáticas, desde os impressionáveis hamburgueres gigantes às descobertas da gastronomia mexicana ou italiana. A equipa jovem de seis elementos, não se surpreendeu com a aposta diferente (quiça arrojada) de Paulo, como revela Ana Filipa Domingues, um dos elementos jovens da equipa. “Foi fácil adaptarmo-nos porque é algo que faz parte de nós, a inovação, trazer coisas novas. Nós, os mais jovens, estamos um bocado fechados aqui e quando uma porta se abre e dá a oportunidade de trazer algo novo para as pessoas, queremos fazer parte”, revela.
Este ‘grito do ipiranga’ em relação à oferta da restauração local, onde “é sempre o mesmo menu, mais do mesmo”, poderá ser a bandeira (a par da dos EUA) da diferença na restauração melgacense, que ganha assim um Buffalo de força. “Gostei do nome porque representa uma força de carácter”, diz-nos Paulo Ribas sobre o nome escolhido, que aparecerá sempre associado ao Alma de Lusitano, sua alcunha.

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