Exploração de Lítio: População do Alto Minho “foi vítima de fraude eleitoral”

O Presidente da Distrital de Viana do Castelo do PSD, Olegário Gonçalves, considera que se registou uma verdadeira “fraude eleitoral” nas eleições de domingo, “pois apenas um dia depois destas foi publicado o relatório ambiental preliminar para a exploração de lítio na Serra d’Arga”.

O documento estava, segundo o dirigente social-democrata, preparado desde junho, só foi emitido a 23 de setembro e publicado a 28 de setembro.  “Foi escondido até que os alto-minhotos votassem e, assim, levando muitos ao engano pois alguns fizeram crer que não haveria exploração”.

“Se já estava pronto na semana passada, porque não o publicaram? Porque o esconderam? É um escândalo e uma traição aos alto-minhotos que nos leva a pedir explicações ao Primeiro-Ministro e ao Ministro do Ambiente”, disse Olegário Gonçalves.

Por seu turno, Liliana Silva vereadora na Câmara de Caminha e presidente da concelhia social-democrata do concelho abrangido no plano de exploração de lítio para a Serra d’Arga, relembra que “houve quem quisesse arredar da discussão pública este tema na altura das eleições fazendo as pessoas acreditar de que nada iria acontecer. E na política não há coincidências. O timing foi oportuno para alguns, ainda por cima com um documento que consagra a exploração mineira que já estava pronto desde junho e ficou escondido na gaveta”.

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“Quando autarcas vêm hoje falar de mau timing para a apresentação do documento é dar como dado adquirido que a exploração vai avançar enquanto estes andam em dribles políticos”, disse ainda Liliana Silva, sendo que “as áreas protegidas de nada servem, já que é claro que o que vão fazer é reajustar os limites das concessões. Ou seja, jogadas políticas que em nada inviabilizam que todas as outras áreas sejam exploradas”.

A agora reeleita vereadora vai mais longe e “lamenta que andem com a única retórica de rebater documentos de discussão pública que de pouco ou nada servirá uma vez que as opiniões e pareceres não são vinculativos, em vez de tomarem uma posição de força e determinação. Que se diga alto e a bom som que aqui não haverá exploração. Se fosse eu, nesta altura já estaria a alterar o PDM municipal, para inviabilizar a entrada da exploração e se mesmo assim alegassem Projeto de Interesse Nacional (PIN), iria recorrer aos tribunais nacionais e europeus alegando o direito à vida e à habitação. Posições amorfas e ambíguas estão a dar este resultado, ou seja, o Governo, de mansinho e com a conivência não pública de alguns autarcas, está a implementar o seu Programa Nacional de Exploração Mineira”.

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Por estas questões o presidente da distrital do PSD desafia desde já os autarcas socialistas reeleitos e eleitos nos concelhos abrangidos pela exploração a “ter a coragem de enfrentar as populações que, agora, perceberam que foram enganadas”.

Olegário Gonçalves anunciou ainda a marcação de uma conferência de imprensa alargada, para breve, para a tomada de uma posição pública de forma a “estar claramente estar ao lado das populações”.

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