A arte da Paula Pereira já não constitui surpresa, já que o seu talento é suficientemente conhecido e está abundantemente testado. Já se contava por isso com uma exposição que a todos tocaria. Surpresa foi a pequena artista, que poderá certamente ser grande, a Raquel Viana, que a Paula fez questão de apresentar para interpretar três belas canções, entre elas a melodiosa e tocante “Canção do Mar” de Dulce Pontes, bem enquadrada no evento que se inaugurava.
Foi na passada sexta-feira, dia 12, na Galeria da Santa Casa da Misericórdia de Viana, pelas 21,30 horas. O público foi abundante e o espaço insuficiente para proporcionar um acolhimento condigno a todos. Tratava-se de mais um evento integrado nas comemorações do cinquentenário do Grupo Desportivo e Cultural dos Trabalhadores dos ENVC, mas, acima de tudo, de um trabalho que se previa especial desta artista que não cessa de arrecadar prémios, extrafronteiras.
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E ninguém se considerou defraudado. O mar e a construção naval vianenses ali estão, de forma tocante, artisticamente alegorizados. Com o espaço dividido em salas com e sem luz, é possível ver e sentir, nas mais diversas artes (escultura, pintura, e sonoridade), a força do trabalho e o resultado deste. O movimento e a segurança, a destreza e a orientação precisa, a determinação e a persistência de quem constrói navios ali se representam, especialmente em pincelada segura, com pouca cor, a explorar bem espaços brancos e a emparceirar com a geometria naval, tendo sempre presente a figura humana, que tudo determina e que tudo constrói. Na sala escura não faltam os sons do mar que ora se afasta ora nos toca, da saída e entrada de navios, das gaivotas que esvoaçam animando fainas, etc, com complemento das imagens que se reflectem, evidenciadas pela força da luz, do trabalho activo, dos navios e apetrechos, das docas e das gentes.
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Não podia a vida marítima, a que historicamente nos ligamos, ter tão sublime representação, como muito bem salientaram, quer os responsáveis do GDCTENVC, quer a Provedora da Misericórdia, em breves e concisas palavras. Até ao dia 2 de Fevereiro, têm os vianenses a oportunidade de observar uma exposição diferente, que representa uma vida de mar de que a cidade nunca abdicou nem jamais abdicará.
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