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Filme sobre o Caminho da Geira exibido em 16 festivais de três continentes e peregrinos ‘romanos’ chegaram a Santiago de Compostela

O documentário filmado no Caminho da Geira e dos Arrieiros, intitulado “O Meu Caminho”, do realizador Pedro Gil Vasconcelos, já foi exibido em 16 festivais na Europa, América e Ásia.

A receptividade ao filme, rodado há dois anos, “tem sido muito boa e a opinião generalizada é de que as paisagens são belíssimas”, afirma o realizador, que já recebeu seis prémios, três menções honrosas, foi escolhido para seis selecções oficiais e uma vez semi-finalista.

O realizador, natural do Porto, adianta que “não previa os resultados que o documentário despertou”, embora “tivesse consciência de ter um produto interessante e capaz de despertar interesse”, como aconteceu até agora em Portugal, Alemanha, Butão, Canadá, Coreia, Espanha, EUA, França, Grã-Bretanha, Índia, Irão, Itália, Japão e Turquia.

“É possível” que ainda seja exibido noutros festivais, aguardando Pedro Gil Vasconcelos por “resultados e convites” para apresentar “O Meu Caminho”, que foi produzido pela Completa Mente, com edição de Marcos Nunes (Cia Films) e apoio de Jorge Medeiros (VideoContacto).

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O filme culminou um projecto que acalentava há algum tempo. “Tinha planeado um documentário sobre o Caminho de Santiago, mas não estava a conseguir reunir as condições para o produzir”, recorda, destacando o papel de Adriano Carneiro, seu “companheiro de viagem e protagonista do documentário”.

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“Em 2021 decidi retomar o projeto e redimensioná-lo, adaptá-lo a novas formas de produção. A evolução que os telemóveis trouxeram permitiu-me abordar o filme numa perspetiva atual, de baixo impacto e com custos extremamente controlados”, explica Pedro Gil Vasconcelos, licenciado em cinema e audiovisuais pela Escola Superior Artística do Porto.

“Entendi que este teria de ser um projeto com um orçamento muito limitado. Optei pelo baixo impacto de emissões de carbono na produção e daí ter usado transportes públicos e toda a fase de rodagem ter sido a pé. E também por usar o meu telemóvel de todos os dias. Depois foi, mais do que tudo, um exercício de escrita e de imaginação”, adianta.

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Quanto Caminho da Geira e dos Arrieiros, tem acompanhado a sua crescente notoriedade: “tenho estado atento e sobretudo preocupado. Entendo que este caminho deve ser preservado e não cair na massificação. A presença de peregrinos, em números comparáveis com outros caminhos, será um risco para o Parque Nacional da Peneda Gerês”, refere o realizador.

Os dados revelados recentemente pela comissão instaladora da Associação Transfronteiriça do Caminho da Geira e dos Arrieiros indicam que foi percorrido em 2022 por menos de três peregrinos por dia, em média, e um total de três mil nos últimos seis anos.

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O Caminho da Geira e dos Arrieiros começa na Sé de Braga e passa pelos municípios de Amares, Terras de Bouro e Melgaço, entrando na Galiza pela Portela Homem. Nos últimos seis anos foi percorrido por peregrinos de Portugal e Espanha, mas também de Itália, Inglaterra, Alemanha, Croácia, Ucrânia, Rússia, Polónia, Brasil, EUA, Austrália ou Países Baixos.

Este itinerário foi apresentado em 2017 em Ribadavia (Galiza) e Braga, reconhecido pela Igreja em 2019 e em publicações da associação de municípios transfronteiriços Eixo Atlântico (2020) e do Turismo do Porto e Norte de Portugal (2021), e foi um itinerário oficial da Peregrinação Europeia de Jovens do Ano Santo Jacobeu 2021/22.

O percurso tem 240 quilómetros e destaca-se por incluir patrimónios únicos no mundo: a Geira Romana, a via do género mais bem conservada do mundo, e a Reserva da Biosfera Transfronteiriça Gerês-Xurés. Além disso, o seu traçado é um dos escassos cinco que ligam diretamente à Catedral de Santiago de Compostela.

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Peregrinos ‘romanos’ já chegaram a Santiago pelo Caminho da Geira

Um grupo de peregrinos concluiu este domingo, dia 12, o Caminho da Geira e dos Arrieiros, prestando em Santiago de Compostela uma homenagem à herança romana deixada na região atravessada pelo itinerário, numa iniciativa da delegação de Terras de Bouro da Associação Espaço Jacobeus (AEJ).

Os 14 peregrinos completaram a pé os 224 quilómetros que separam Terras de Bouro da capital da Galiza, fazendo a parte final vestidos com trajos da época romana, motivo que despertou “muita curiosidade” em quem presenciou a sua passagem.

“Este é um caminho que pretendemos certificar, dignificar, conservar e promover. Este é um desafio para todos, chegar a Santiago de Compostela pela Geira”, disse no final da jornada o presidente da Câmara de Terras de Bouro, Manuel Tibo, que integrou a peregrinação.

“A Câmara Municipal continuará a trabalhar em conjunto com os municípios de Amares, Braga e Melgaço para a concretização de mais este projeto”, que inclui “a Geira milenar, que tanto orgulha Terras de Bouro”, adiantou Manuel Tibo, que esteve acompanhado pelo vice-presidente da autarquia, Adelino Cunha, e pelo vereador António Cunha.

O autarca aproveitou a oportunidade para endereçar “os parabéns a todos aqueles que ao longo dos últimos anos percorreram este itinerário”, apelando de seguida: “Façam o Caminho da Geira e dos Arrieiros e desfrutem das belíssimas paisagens que o envolvem”.

Na perspectiva do delegado da AEJ, Vítor Cunha, “a jornada correu muito bem” e a entrada em Santiago de Compostela da coluna de peregrinos vestidos com trajos romanos “despertou curiosidade e foram muitas as pessoas que quiseram conhecer o âmbito da iniciativa”.

“Foi uma maneira diferente de promover o Caminho da Geira e dos Arrieiros, e Terras de Bouro, que resultou muito bem”, adiantou Vítor Cunha.

Os peregrinos entraram na capital da Galiza pela zona antiga e a chegada à Praça do Obradoiro, em frente à catedral, foi acompanhada por um tocador de gaita de foles que, entretanto, se juntou ao grupo.

A peregrinação começou em Santa Cruz, no concelho de Amares, em maio do ano passado, decorrendo uma etapa por mês, com excepção de julho e agosto. Este domingo, foi cumprido o último troço, entre  Pontevea a Santiago de Compostela.

O Caminho da Geira e dos Arrieiros começa na Sé de Braga e passa pelos municípios de Amares, Terras de Bouro e Melgaço, entrando na Galiza pela Portela Homem. Nos últimos seis anos foi percorrido por mais de três mil peregrinos, um terço dos quais em 2022;  sobretudo de Portugal e Espanha, mas também de Itália, Inglaterra, Alemanha, Croácia, Ucrânia, Rússia, Polónia, Brasil, EUA, Austrália ou Países Baixos.

Este itinerário foi apresentado em 2017 em Ribadavia (Galiza) e Braga, reconhecido pela Igreja em 2019 e em publicações da associação de municípios transfronteiriços Eixo Atlântico (2020) e do Turismo do Porto e Norte de Portugal (2021), e foi um itinerário oficial da Peregrinação Europeia de Jovens do Ano Santo Jacobeu 2021/22.

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