Fraude de fundos europeus envolve empresas do Minho e Galiza

Operação Frangus

São mais de 20 milhões de euros que, até ao momento, foram detectados numa operação policial que envolveu as autoridades galegas e a Polícia Judiciária.

Pelo menos dez pessoas relacionadas com empresas da raia espanhola foram detidas, enquanto do lado português, até ao momento, não haja prisões.

Um complexo ‘carrocel’ de empresas com conexões em ambos os lados do rio Minho terá conseguido receber fundos comunitários do ‘Programa 2020’.

Os investigadores têm fortes indícios que por detrás desta relação nunca funcionaram negócios legais e o objectivo era apenas servir empresas de ‘fachada’, criadas propositadamente para esse efeito e sem registo assinalável de actividades empresariais, para alegadamente obterem apoios comunitários e, a partir daí, gerir actividades de entidades públicas com gestores altamente renumeráveis e, nalguns casos, em benefício dos seus titulares.

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As supostas burlas foram denunciadas no seguimento de uma ordem europeia de investigação.

Estão envolvidas empresas sedeadas em Vigo, Rosal e Oia, enquanto do lado português houve buscas em Valença, Vila Nova de Cerveira, Viana do Castelo e Braga.

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A investigação teve a sua fase inicial em Portugal onde se descobriram ramificações ao país vizinho. O cruzamento de informação com Bruxelas terá sido fundamental para se descobrir fortes suspeitas indiciárias de actividades criminosas num registo crescente nos últimos anos.

O modus operandi, numa operação policial batizada com o nome de código ‘Frangus’, consistia na criação de um circuito de facturação falsificada para obter fundos comunitários do programa de ajudas, a partir da Galiza e tendo por destino Portugal, empresas essas maioritariamente administradas por cidadãos lusos. Há casos de sociedades galegas a comprarem empresas portuguesas com o recurso a fundos comunitários, condições consideradas ilegais por Bruxelas que, só neste âmbito, pede o reembolso de cerca de 170 milhões de euros.

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Na operação policial foi apreendida numerosa documentação relativa a balanços, extractos bancários, declarações fiscais e comprovativos de pagamentos que podem ser determinantes para desvendar o suposto fraude com fundos comunitários em que surgem envolvidas conhecidas figuras públicas e do ramo empresarial.

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