Editorial

Futebolices e futebolês
Manso Preto

Manso Preto

Controlar a comunicação social continua a ser um sonho inconfessável para algumas entidades oficiais.

O caso mais recente aconteceu há dois dias após uma conferência de imprensa do treinador do Sporting Clube de Portugal quando uma jornalista o questionou sobre declarações nas redes sociais de um jogador ao serviço de Alvalade.

Rúben Amorim, afável e educado, certamente reconhecendo no seu íntimo que a pergunta era incómoda, esqquivou-se a responder, alegando que isso era um assunto interno. Estava no seu direito e o tema acabaria aí.

Mas eis que, num comunicado, a Federação Portuguesa de Futebol veio dizer que iria levantar um processo disciplinar à jornalista, como se coubesse a esta instituição, a quem não cabe o escrutinar e fiscalizar o direito constitucional à informação, tão simples como infomar e ser informado. O assessor de imprensa, teoricamente conhecedor dos direitos e deveres dor jornalistas, deu um tiro num pé com a aquiescência dos dirigentes federativos.

Convém lembrar que as assessorias nada têm a ver com jornalismo. E só não vê isso quem entrega a sua honorabilidade a quem, certamente, pensa que com um ordenado principesco pode comprar consciências, manipular, controlar.

Como seria de esperar, surgiram vozes contra essa postura e, logo no dia seguinte, veio dar o dito pelo não dito, ou seja, reconheceu a leviandade e os laivos autocráticos, informando que, afinal, já «não ia levantar» o tal processo disciplinar

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Entendendo-se de outra maneira: não basta ser sério; é preciso parecê-lo! Sim, pelo menos parecê-lo…

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