Editorial

GANHAR VIDA
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Jorge VER de Melo

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Jorge VER de Melo

Consultor de Comunicação

Há três períodos de tempo que acompanham as nossas vidas.

O primeiro contacto à nascença inicia uma luta importante pela sobrevivência ao aprendermos: a respirar, a comer, a falar e também a andar.

“Preparar para a vida”. Aqui iniciamos a 1ª época das nossas vidas, podemos chamar também “aprendizagem”.

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Durante este tempo aprendemos a ganhar o conhecimento para sermos capazes de produzir algo suficiente para a sustentabilidade nossa e da família.

Então o Ser Humano inicia uma escalada de fases que começam pelo infantário, seguem para o pré-escolar e restantes graus de ensino que nos encaminharão até à formação profissional, Universitária ou não.

Se esse caminho não for tão linear, a escola vai ser cumprida com a experiência adquirida durante o dia a dia da vida de cada um. Portanto, mesmo que não queiramos estudar, qualquer que seja o emprego, vai obrigar-nos a aprender para produzirmos qualquer coisa que dê lucro a quem nos empregou. Só assim essa entidade pode pagar aquilo que servirá para a nossa sobrevivência.

Por isso existe um tempo que nos prepara para aprender a viver e depois conseguirmos ganhar a nossa própria sustentabilidade. Tempo esse que vai desde a nascença até cerca dos 30 anos de idade.

Só após essa idade é que normalmente se começa a ser produtivo.

Estamos então a “ganhar a vida”. Esta 2ª época pode ser considerada como o crescimento da realização pessoal. É aí que iniciamos verdadeiramente uma carreira. Começamos a sentir necessidade de aprofundar os conhecimentos pelo prazer de enriquecer o valor profissional. Estamos a transformar o nosso lugar na empresa. Esse trabalho começa a ser importante para a imposição no mercado e até para os bons resultados económicos.

Sentimos necessidade de viajar, de conhecer todas as inovações, de praticar desporto. No fundo, pretendemos demonstrar que somos importantes, não só para nós mas fundamentalmente para toda a sociedade. Podemos chamar-lhe o “período áureo das nossas vidas”.

Este período vai desde cerca dos 30 anos até uma década que está entre os 60 e os 70 anos de idade.

Quem conseguir aí chegar vai entrar na 3ª época, podemos apelida-la, “ganhar vida”.  

Por estranho que pareça, o nome criado para este tempo está verdadeiramente enquadrado nas atividades e na postura saudável de quem quer viver mais uns anos com felicidade e qualidade de vida.

Aqui, o único problema é sentirmo-nos úteis ocupando o tempo com atividades que mecham: com o raciocínio, com o corpo e com a mente. Ao cumprir estes itens estamos a “ganhar vida”.

Como ganhamos vida?

Simplesmente: lendo, assistindo a alguns espetáculos culturais, convivendo com gente que nos seja agradável, fazendo exercício físico, exercício mental, respirando ar saudável, procurando locais agradáveis. No fundo devemos divertir-nos  sempre no sentido da felicidade. Mas sem exageros que possam provocar o contrário do objetivo, “ganhar vida”.

Se o não fizermos envelhecemos mais rapidamente e assim, vamos necessitar de mais medicamentos e mais assistência médica.

Mas para que tudo isto possa acontecer, há que reunir uma série de condições que os nossos governantes têm andado a tentar retirar, especialmente a quem se esforçou por cumprir estes três períodos da vida: com honestidade, muito trabalho e uma boa dose de sacrifício.

Esquecem-se eles que também vão passar por aí, estão neste momento a cavar o seu próprio futuro, embora pensem muito limitadamente, apenas no presente.

Quando acordarem, talvez já nem tenham tempo de olhar para o passado devido aos comportamentos que têm tido e á falta de respeito que vão demonstrando por quem lhes paga prontamente os impostos. Vamos até aturando as presenças falseadas no Parlamento e as manipulações de juízes para tentarem escapar á justiça.

Foi triste, no programa da RTP 1, “Prós e contras”, não aparecer uma pessoa com a coragem suficiente para dizer aqueles senhores cheios de convicções que vão para casa estragar o que é deles. Pretendem destruir uma quantidade enorme de edifícios, alguns deles com história e com muitas dezenas de anos de existência. Dizem que lá para 2050 talvez o mar chegue a esses locais e provoque alguns acidentes.

Será que agora embirraram com o Norte do país?

Ou já não têm mais para estragar no sul?

Como é possível “ganhar vida” com esta gente a destruir o que está feito e até o que está bem feito?

 

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