Governem, Trabalhem

Poucos anos se passaram desde que, o mercado imobiliário estava agonizante, moribundo, nos grandes centros urbanos, pior ainda, ou no interior do país, ou nos territórios de baixa densidão demográfica.

Sobravam casas para arrendar e vender.

Hoje faltam casas para vender e arrendar em todo o país. O desinvestimento na habitação tem sido brutais conjugados com factores que vou descrever.

Porém não há mal que sempre dure nem bem que nunca acabe. Equivale a dizer que, o governo durante sete anos, não fez o trabalho que prometeu fazer.

Por sua vez, o Canadá, proibiu a venda de casas a estrangeiros, e as ilhas Baleares preparam-se para fazer o mesmo. Só que isso, além de não resolver o problema, agrava outros, para além de não ser justo, discriminatório e, quiçá, ilegal.

Não foi por este triste caso, ridículo, que evidenciou, mais uma vez, a mediocridade de Justin Trudeau, muito longe de ser um estadista mediano. Contribuiu, e serviu de alavanca, deu voz, para uma certa esquerda, estalinista, que adora controlar e estatizar tudo, intrometer-se, e apoiar-se nesta medida para pressionar o governo português, para seguir o do Canadá, governo que eles abominam, a fazer o mesmo. Até ver, o governo, tem resistido, mas.

GOSTA DESTE CONTEÚDO?

Numa economia de mercado, aberta e competitiva, onde estamos inseridos, deve haver um lugar certo para que tudo funcione devidamente.

Os militares, dos três ramos das forças armadas- Terra, Ar e Mar- que se ocupem dos seus quarteis e da defesa do país.

A Assembleia da República que legisle correctamente para que as leis sejam limpas, morais, isentas e justas, e o governo que, de uma vez por todas, governe, coisa que sistematicamente se tem demitido de o fazer. Que concretize o que prometeu no seu manifesto eleitoral para as legislativas de 2019, e repetiu em 2022,onde, para ele, todos os portugueses teriam até 2024, ou 2026, uma habitação condigna. Daí para cá, as mesmas medidas foram empurradas com a barriga e o resultado está à vista.

Não é por causa da compra de casas por, uma minoria de estrangeiros, que não há casas para arrendar/comprar. As casas que eles compram não estão ao alcance da bolsa do comum dos mortais. São uma minoria, concentrada na grande Lisboa, Porto ao Algarve, por oposição aos 85% de portugueses que procuram casa para comprar. O problema generaliza-se por todo o país.

O governo e os Municípios se demitem-se, ano a pós ano, de contribuir para suprir esta grave lacuna. Aqui, começa o verdadeiro problema em que, os Municípios, preferem gastar verbas consideráveis – para preencher o seu ego – em elefantes brancos, como rotundas, multiusos, duplicação de teatros vazios, festivais, estádios de futebol, polidesportivos, às moscas, e outras obras que, só de as enumerar, já me causam náuseas.

Vemos o Município de V.N. de Cerveira que rejeitou um loteamento para cerca de 50 moradias, por uma visão canhestra e meramente ideológica. E continua sem opções.

Nem com a generosa e “gratuita” oferta de uma “pipa de massa”, mais de 16 mil milhões de euros, vinda da União Europeia, que o governo denominou de Bazuca, e dos quais atribuiu 2,7 mil milhões de euros para a habitação. Nem assim se espevitou e em vez de se entreter com vacas voadoras, tivesse criado um Simplex, a nível nacional, nesse sentido.

Perante os factos, gostava de entender o que é que governo e os Municípios, têm na cabeça?

Houve fábricas que não se implantaram, num passado recente, em Vila Nova de Cerveira, por exemplo, por falta de mão-de-obra e de habitação. Recentemente, tivemos uma fábrica que, sem gente para funcionar, teve que pressionar o governo para intervir. Este, criou uma espécie de via verde, para que cidadãos indianos, e de mais paragens, imigrassem.

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Posteriormente facilitou a vinda de cidadãos brasileiros que já somam 300 mil. Porque, muito, precisamos.

No concelho de V.N. de Cerveira há mais de mil estrangeiros, de múltiplas nacionalidades, a laborar na zona industrial, o que dá mais de 25% do total de trabalhadores.

Ora, toda esta gente é muito bem-vinda, mas precisou e precisa, de habitação digna que o Estado ou o Município não tinham, não têm, não a acautelaram, nem estão a fazer nada nesse sentido. Mais uma vez, foram os privados a remediarem esta lacuna. Este é que é o verdadeiro problema.

Custa a entender como, o Concelho de V.N. de Cerveira, sendo o que mais receita gera em exportação, depois de Viana do Castelo, tem decrescido em termos populacionais, de serviços bancários e outros.

Por outro lado, mais concentrados no Sul do país, nas famosas estufas de Odemira, estão imigrantes de variadíssimas nacionalidades.

Toda esta gente esgotou as casas, casões, casebres por mais esconsos que sejam, muitos deles vivendo amontoados e sem nenhumas condições de higiene e segurança, perante a passividade das autoridades.

Sem habitação, não só não fixamos a população, e a mão-de-obra de que tanto necessitamos.

Quanto é que, estes imigrantes, aportam à economia em geral? Desde a Segurança Social, ou às Finanças, à alimentação, etc.?.

Quem é que fez disparar a taxa da natalidade em 2022?

Perante estes factos, ainda são um punhado de estrangeiros endinheirados, que compram moradias ou apartamentos de milhões, ou de centenas de milhares de euros, participando, por essa via, na economia do país, através do seu elo mais forte e mais gerador impostos e postos de trabalho, como é o sector da construção civil. Ainda são eles os culpados desta situação?

Governem, não procrastinem.

 

(José Venade não segue o actual acordo ortográfico em vigor).

* O autor não segue o acordo ortográfico de 1990

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