As empresas existem para dar lucro, nem faria sentido se assim não fosse.
E as que sucessivamente não dão, devem fechar. Não há qualquer justificação para injetar dinheiro nelas quando se sabe que jamais darão.
A Saúde e a Educação, ao contrário do que muitos “contabilistas” dizem, também dão lucro, porque uma sociedade bem formada e saudável é mais produtiva. São ambas um imprescindível investimento.
Porém, existem empresas que em momentos em que o mundo empobrece e muitas famílias vivem com dificuldades extremas, como está agora a acontecer em Portugal, resultado de fatores externos, globais, como a pandemia, a guerra e a inflação, dão lucros extraordinariamente elevados. E isto enquanto tudo o resto à sua volta definha.
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Li há dias sobre os lucros da Galp que quase duplicaram em 2022 e fiquei chocado.
O contexto é de crise e há quem lucre imenso com as crises. Parece-me haver nisto uma certa imoralidade, uma imoralidade que choca.
De facto, em tempos de paz não se fazem bons negócios!
Comecei a ler há tempos um livro que fiz questão de não ler até ao fim porque me estava a deprimir. O livro mostrava que em todas as grandes crises as grandes empresas aumentavam os seus lucros acima de 25%.
Não quis continuar a ler esse livro quando cheguei a um capítulo que dizia que os cinco homens mais poderosos do mundo se reuniram para provocar a crise mundial de 2011. O objetivo era fazer baixar o valor do Euro face ao Dólar e com isso as suas empresas aumentarem brutalmente os seus lucros. E de facto, nessa crise, isso aconteceu nas empresas desses senhores.
Se assim é, o nosso voto não vale nada, é um faz de conta, tal como a democracia.
Enquanto isso, milhões de pessoas passaram mal ou morreram e dezenas de países aumentaram as suas dividas, ficaram dependentes, reféns e com menos poder que algumas empresas globais.
Estranho que uma só empresa possa valer mais que um país inteiro!
Num momento histórico tão difícil para o comum dos mortais, os lucros absolutamente extraordinários da Galp chocaram-me.
Há qualquer coisa de perverso, de desumano neste mundo que urge ser mudado sob pena de ficar inabitável!
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