Jorge V. E. R. de Melo
Consultor de Comunicação
Com tantos políticos apanhados em falseadas habilitações, dá para concluir que essas pessoas consideram a cultura como algo desnecessário, uma perca de tempo e de dinheiro. Pelos vistos, para eles que nasceram ensinados, uma licenciatura existe apenas para a aquisição do tratamento por (Sr. Dr.), basta inventar umas equivalências e pronto!…
Agora compreendem-se as atitude dos nossos políticos perante a educação em geral, principalmente no que diz respeito aos professores, ferramentas de trabalho e seu “staff”.
Os palermas que andaram vários anos a queimar as pestanas, a gastar dinheiro e a viver longe do conforto do lar, deviam ter juízo e dedicarem-se à política.
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A postura de muitos políticos perante a educação, é realmente estranha:
– Desvalorizando a sua importância para a nação, despromovendo o esforço dos professores como se eles fossem simplesmente pretensiosos;
– Esquecendo o valor das carreiras, ser bom ou mau professor não é relevante;
– Apenas tem sido importante apresentar uma imagem cheia de alunos com aproveitamento positivo, seja ou não verdade, o que realmente interessa é ficarem bem vistos perante a UE.
Um professor que se esforce por enriquecer a sua cultura com: Mestrados, Pós-graduações ou Doutoramentos, chega a ser mal tratado porque o palerma (professor) está a querer ser mais do que os outros.
Preferem que o professor frequente aquelas horas de formação que na generalidade apenas existem para cumprir uma regra, (a dos créditos). Sobretudo têm sido úteis para ajudar a viver melhor algumas pessoas que vão lá buscar mais uns cobres para ajuda do equilíbrio familiar. Servem também para retirar aos professores mais umas largas horas de conivência familiar e por vezes, algum dinheiro.
Todos sabemos que só a Universidade está mais credenciada e atualizada para valorizar licenciados, como é o caso dos professores.
Até perto do fim do milénio passado, a profissão de professor era a mais respeitada. Entretanto foram modificando os processos de formação para outros mais económicos, mais rápidos e começou disparate.
Para fazerem uma pequena ideia, anteriormente, um licenciado só podia concorrer à profissão de professor do liceu, depois de acrescentar à sua licenciatura mais dois anos de estudos pedagógicos numa universidade que lhe dava a preparação necessária para concorrer à carreira ou não. Fazendo as contas, eram quatro a seis anos de licenciatura mais dois de Ciências Pedagógicas.
Hoje, o professor, em apenas quatro anos, sai do ensino superior com a licenciatura e a Pedagogia ficando pronto para concorrer ao ensino em paridade com quem estudou seis a oito anos para lá chegar.
Claro que partindo desse princípio, lecionar, passou a ser uma atividade menos especializada, com menos peso cultural e logicamente, com menores resultados práticos.
Assim, com o descrédito divulgado pelos próprios políticos que falsearam as suas licenciaturas e com a elevada quantidade de profissionais que foram concluindo a sua formação, chegamos ao caos atual.
Quando Durão Barroso tomou posse como 1º Ministro, talvez por não se achar capaz de resolver os problemas económicos, inventou a frase, “o país está de tanga”. Divulgou tanto esse conceito que fez o país entrar em descrédito económico internacional e como sempre, os abutres aproximaram-se e empurraram-nos verdadeiramente para o abismo da falência.
Passados seis meses abandona o governo para um emprego melhor remunerado, como todos sabemos. O Presidente Jorge Sampaio, em lugar de ordenar eleições antecipadas, resolve aceitar o Vice PM Santana Lopes como substituto. Este mal é nomeado, abandona também o poder e vai gozar férias.
Lá foi demitido e então entrou como Chefe do Governo José Sócrates. Um indivíduo mais ou menos desconhecido que obteve todo o apoio do Chefe de Estado e do seu partido para ganhar as eleições. Foi um início de milénio horrível!
Este político faz-se acompanhar de um governo com elementos que juntamente com ele, tiveram comportamentos duvidosos, desde negócios pouco claros até habilitações falseadas, aconteceu de tudo um pouco. E Paços Coelho seguiu-lhe os passos.
Entramos então na decadência económica, social e cultural:
– A venda dos bens públicos ao desbarato;
– Obras públicas disparatadas sem resultados práticos para o cidadão;
– O desrespeito permanente pelos professores e por quem estava relacionado com o ensino ou com a função pública.
Desde concursos de professores desordenados e falseados até enganos escandalosos nas colocações de professores. Isto denuncia claramente a falta de respeito por quem se sujeita a viver longe do cônjuge e dos filhos para construir uma carreira que depois foi congelada por esse Senhor.
Não satisfeito com tanta maldade ainda provocou a diminuição dos ordenados e desbaratou os dinheiros públicos em escolas novas, (com ar condicionado, iluminações e aquecimento central), não possuindo elas capacidade orçamental para a sua manutenção.
Será que este inferno já passou? Não!…