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Hemodiálise: FORA DOS LIMITES!

Sofia Nogueira da Silva 2

Doentes, familiares, mas também profissionais de saúde mostram-se indignados com o impasse na inauguração da hemodiálise no concelho de Viana do Castelo.

O MD, perante novos elementos, questionou a ACSS (Administração Central de Saúde) que rejeitou responsabilidades e apontou o dedo: «A Entidade Reguladora da Saúde (ERS) é a instituição com competências em matéria de licenciamento de estabelecimentos de cuidados de saúde».

 

Doutorada em Economia e professora universitária, Sofia Nogueira da Silva, aos 46 anos, está à frente desta última estrutura.

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«O irónico é que quase todas as instituições do mundo dizem que gostariam de fazer mais mas não têm recursos, enquanto nós temos recursos e não os podemos usar» (Sofia Nogueira da Silva, in ‘Público’ de 21 de Maio de 2018).

Uma frase que – ironia do destino! – poderá aplicar-se ao que se passa na Unidade de Hemodiálise de Areosa/Carreço, em Viana do Castelo, que há quase 3 anos tem as suas instalações prontas e testadas, e cujo licenciamento ‘encalhou’ precisamente na ERS, tal como o MINHO DIGITAL (MD) alertou na edição anterior https://www.minhodigital.com/news/ajudem-nos-por-favor-clamam

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Tal como já o tínhamos feito anteriormente, mas agora com mais elementos informativos, começámos por questionar a gestora se ela confirmava que, «após consulta do processo de licenciamento, afinal aquele está completo, contrariamente ao que certamente por lapso nos comunicou  no e-mail através do Gabinete de Comunicação e que isso mesmo terá sido confirmado à Nefroserve após a saída da n/ notícia» (…) «A confirmar-se, e nesse caso estando aparentemente reunidas as condições para a abertura das referidas instalações de hemodiálise na referida  freguesia do concelho de Viana do Castelo, que démarches vai V. Exa fazer no sentido de resolver uma situação que dramática e surpreendentemente se arrasta há anos, agora mais preocupante tendo em conta as condições com que são tratados os doentes nas instalações provisórias cedidas pela ULSAM, limitadas no espaço e contrárias às directrizes da Direcção Geral de Saúde no que diz respeito ao distanciamento mínimo entre pessoas para evitar o eventual contágio da Covid-19 em pessoas de elevado risco?» (…) «Caso ainda não estejam reunidas as condições de abertura das novas instalações, poderá V. Exa informar-nos o que faz falta e junto de que entidades?» e, finalmente, «Se a falta estão ultrapassados, quando pensa V. Exa licenciar as instalações e para que data a sua abertura na medida em que, segundo a Nefroserve (empresa concessionária da hemodiálise), as mesmas já foram testadas e estão devidamente equipadas para imediatamente entrar em funções?»

A resposta da directora chegou de forma aparentemente telegráfica: «A ERS nada tem a acrescentar, ou a alterar, às informações já transmitidas a este respeito; quanto à situação dos utentes em apreço, a ERS está a analisar o caso, juntamente com as demais autoridades de saúde competentes».

Dito de outra maneira: os 72 doentes de hemodiálise, apesar de poderem usufruir de umas instalações novas, acabadas há quase 3 anos, vão ter de continuar os seus tratamentos num espaço exíguo na ULSAM. Que recebe uma renda da Nefroserve!

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O tema chegou há 3 dias à Assembleia da República em que os deputados do PSD do Alto Minho entregaram um requerimento dirigido à Ministra da Saúde que tem 10 dias para responder.

«Os utentes deste serviço, tendo em conta as orientações da DGS para o COVID 19, são doentes de risco e determinados profissionais de saúde da diálise, que exercem funções igualmente no Hospital de Santa Luzia, podem ter contactos com doentes de COVID 19 (…) Até ao presente não foi efetuado o despiste desta doença aos pacientes da hemodiálise e seus profissionais, médicos, enfermeiros e auxiliares, sob pena de se perderem vidas por situações que poderiam e deveriam ter sido previstas».

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E prosseguem: «Existindo um espaço alternativo para a realização da hemodiálise, na freguesia Areosa, a transferência dos pacientes já poderia e deveria ter sido realizada, por estar pronta a funcionar e reunir condições», pelo que os deputados perguntam à Ministra da Saúde se «os pacientes do serviço supra têm todas as garantias de proteção, no contexto da epidemia do COVID 19, para sua saúde e vida», lembrando que «existem em Viana do Castelo instalações novas, totalmente equipadas para a hemodialise, afastadas do Hospital de Santa Luzia, longe do foco central distrital do COVID 19, e cujo espaço atualmente ocupado neste complexo pela hemodialise é requerido pela ULSAM, para melhorar o atendimento da Consulta Externa».

E concluem com a seguinte pergunta: «Porque motivo não é transferida esta unidade para as Instalações da Areosa, pronta a receber os pacientes?»

Ver artigo de Joaquim Letria: 

https://www.minhodigital.com/news/vergonhosa-surpresa-da

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