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Homenageados os autarcas que operaram “a mudança” de Arcos de Valdevez

As comemorações do Dia do Concelho tiveram, no passado dia 11 de julho, um simbolismo especial com a realização de uma cerimónia que homenageou os autarcas (vivos) empossados desde 1976. Na reflexão política que desfiou, Francisco Araújo sublinhou que Portugal, estes quarenta anos, cresceu de modo desigual e insistiu no papel da regionalização para um desenvolvimento uniforme.

No dia consagrado a S. Bento, padroeiro do Município e da Europa, as cerimónias festivas arrancaram, como de costume, na Praça Municipal, com a tradicional guarda de honra a cargo da Banda da Sociedade Musical Arcuense, do Corpo Nacional de Escutas – Agrupamento 214 de Arcos de Valdevez, assim como do corpo ativo dos Bombeiros Voluntários de Arcos de Valdevez e da Fanfarra, seguindo-se o içar de bandeiras (Municipal, Nacional e da União Europeia).

Cumprido este ato protocolar, e em continuação das condecorações dos quarenta anos do poder local democrático, cujos festejos começaram no dia 12 de dezembro do ano findo, parte da comitiva subiu a escadaria até ao mural exterior do salão nobre da Câmara Municipal, onde foram descerradas 11 placas (tantos quantos os mandatos iniciados de 1976 a 2013) contendo os nomes dos autarcas que tomaram posse na instalação dos respetivos órgãos autárquicos, em referência, no caso, aos membros da Câmara e da Assembleia Municipais, e aos presidentes de Junta.

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O grupo rumou, depois, ao Jardim dos Centenários. Aqui, com os eleitos acomodados numa carpa montada com vista à imposição das insígnias municipais, o edil João Manuel Esteves, no seguimento das declarações proferidas quando do breve ato de descerramento de placas nos Paços do Concelho, referiu que “os autarcas homenageados representam muito para o progresso do concelho e para o bem-estar dos arcuenses”.

Para o presidente da Câmara Municipal, a revolução ocorrida nos municípios e nas freguesias é filha do poder local. “O dia 12 de dezembro de 1976, data tão relevante para as autarquias, para Portugal e para os portugueses, marcou o início de uma nova era no desenvolvimento das comunidades locais, de melhoria das condições de vida, de aposta nas pessoas, […] e no progresso do povo, pelo povo e para o povo”, sustentou.

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O presidente da Assembleia Municipal de Arcos de Valdevez, também, vincou que o poder local “trouxe a mudança” e propiciou enormes progressos infraestruturais, mas lembrou que a descentralização continua por cumprir.

De volta a um velho “cavalo de batalha”, Francisco Araújo elegeu a regionalização como terapêutica para curar um Portugal assimétrico. “A criação das regiões administrativas criaria um verdadeiro poder regional com proximidade ao território, […] favorável ao seu desenvolvimento e coesão”. Mas, ao invés, a regionalização tem sido negada e, devido à insuficiência de políticas territoriais e às disparidades regionais, os custos estão bem repercutidos na imparável “desertificação” do interior”, realçou Francisco Araújo.

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Com alguns pontos de contacto nos respetivos discursos escritos, quer João Manuel Esteves quer Francisco Araújo concordam que, passada a fase de execução das infraestruturas básicas, este é o tempo da educação, das políticas sociais, da competitividade territorial (cada vez mais assente no turismo) e da atração de investimentos reprodutivos, fatores-chave da atividade local.

Por fim, ambos concluíram que, tanto hoje como ontem, as decisões tomadas pelo poder local resultam sempre do melhor conhecimento da realidade e as mesmas permitem agir com maior eficácia em prol da comunidade. Evidentemente que os cerca de 260 arcuenses que, este 11 de julho, receberam as insígnias por exercerem (ou terem exercido) funções de governação de proximidade, com base na confiança democrática dos cidadãos a nível municipal e de freguesia, espelham bem esta marca identitária do poder local.

“As autarquias constituíram-se, assim, como o único poder de proximidade” e, independentemente das assimetrias regionais e sociais (que ainda perduram), “o país está, hoje, menos desigual, muito por ação das autarquias”, sentenciou Francisco Araújo.

Ausência notada nesta cerimónia de entrega de insígnias, devido à falta de “consequências políticas após os factos ocorridos na Assembleia Municipal de 30 de junho”, foi a da CDU de Arcos de Valdevez, que entendeu “não existirem razões para celebrações”.

As comemorações do Dia do Concelho terminaram, entretanto, em grande com a banda The Gift a dar espetáculo no Jardim dos Centenários.

 

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