Humm! É Gana Chocolate… e é de Caminha!

Além do doce, este projecto liderado por uma caminhense, existe à mistura muito carinho e paixão.

Minho Digital, sempre atento ao que de melhor se faz por esta região, falou com Elisabete Fernandes e conhecemos mais o Gana chocolate.

– Quando surgiu o Gana chocolate e porquê?

O chocolate tem um espaço na nossa memória que nos acompanha desde a infância por tudo aquilo que nos transmite, o cheiro, o sabor … traz-nos boas sensações. A marca gana chocolate surgiu por tudo isto e por uma grande curiosidade. Perceber que é uma matéria-prima versátil que, para além de ser possível misturar ao chocolate uma panóplia de produtos como frutos secos, especiarias, liofilizados, pode também ser trabalhada, esculpida. Aliar tudo isso à criatividade, tem algo em comum com a cerâmica à qual eu dediquei grande parte do meu tempo. Daí o ponto de partida e pensar no chocolate como outra experiência na minha vida.

– O que a cativou para enveredar na área da doçura?

O que me cativou foi tudo isso que acabei de explicar: todas as boas sensações que o chocolate nos transmite. Para além da gulodice, é também um trabalho criativo.

– O que define o Gana chocolate?

O nosso chocolate é essencialmente artesanal. Para além de explorarmos os sabores de uma forma mais cuidada, permite também um leque mais alargado desses mesmos sabores. Torna também possível trabalhar esse chocolate com criatividade dando-lhe um cunho pessoal.

Quando digo “é essencialmente artesanal “ significa, também, que não fechamos as portas à inovação e às mudanças no mercado da tecnologia, quando isso é uma mais-valia para a qualidade do produto final. É possível conseguir-se uma articulação entre estes dois mundos (artesanato e tecnologia) em que o que predomina é o artesanal.

– Em que moldes podemos encontrar este chocolate?

Temos chocolate em vários tamanhos e formatos: o tradicional que pode ser negro, de leite ou branco; as tabletes, denominadas de origem, são chocolates provenientes de vários países produtores de cacau: S. Tomé, Gana, Equador, Venezuela, Tanzânia, Brasil, México, Madagáscar e com várias percentagens de cacau. Temos também tabletes com sabores a laranja, café ou caramelo. Para além das tabletes temos as trufas, orrangettes, chocolate com gengibre.

O chocolate é um produto sazonal muito procurado conforme as estações do ano, daí os temas também variarem conforme as épocas. A partir de Setembro, começamos a trabalhar com os temas de Natal e a seguir são as amêndoas da Páscoa.

– É chocolate preto?

O chocolate negro pode-se encontrar com percentagem de 55% até 76%.

– E existe branco?

Também temos chocolate branco, procurado normalmente pelas crianças ou por quem não aprecia um chocolate mais amargo e prefere mais doce.

 – E quais são as grandes dificuldades para entrar no mercado?

As dificuldades passaram pela marca se dar a conhecer. O facto de sermos uma marca que está a surgir, precisa conquistar um espaço no mercado que por sua vez já é muito competitivo.

Apesar de sentir que estamos a dar os passos certos, sinto também que tenho um longo caminho pela frente. Perante o consumidor, apreciador de chocolate cada vez mais exigente, devemos ter essa tarefa de apurar sabores, técnicas de fabrico e essa procura deverá ser permanente.

– Porquê Gana? Tem algum significado?

“Ghana “ é o nome de um país que tem a particularidade de ser um dos maiores produtores de cacau. O significado da palavra gana pretende também reflectir vontade de algo especial, capaz de despertar o paladar de um apreciador de chocolate.Com a palavra gana procuramos estabelecer um diálogo directo com o consumidor. Daí querermos fazer este trocadilho com a palavra gana: “Gana de S. Tomé”,” 70% de Gana”, “Gana de Viajar” …

– Em que locais o podemos encontrar?

Vendemos essencialmente para lojas multimarca em vários pontos dos pais.

– Por onde passa a estratégia de promover o produto?

Sou da opinião que a melhor publicidade é a que se faz de boca em boca. Procurar ter um leque alargado de produtos com qualidade para que chegue ao maior número de pessoas possível. Um chocolate com a mesma percentagem de cacau mas produzido em países diferentes, tem distintos sabores. Quem é apreciador, procura essa diferença.

Fazendo este trabalho de casa, devemos, com critério, recorrer a tudo que nos é possível  e que seja uma mais-valia para promover o produto. Através de festivais, degustações, museus. Outra forma importantíssima são as redes sociais, revistas temáticas.

Vocês são um meio essencial. É importante que haja esta vontade e que o tema chocolate suscite interesse para ser divulgado. Uma vez que o cacau, em todo o seu percurso de fabrico, é submetido a um processo de transformação longo e complexo desde o seu cultivo, que só nos merece respeito, tem um percurso de vida que o transforma em muito mais do que uma gama variada de sabores.  

– Como quer que o público conheça o Gana chocolate?

Gostaria que a marca Gana chocolate fosse conhecida como uma marca de qualidade que procura, para além do equilíbrio entre a textura e sabor, definir-se pela embalagem de design cuidado, capaz de criar empatia no consumidor.

– Na variante da Gana chocolate tem projectos para o futuro? Quais são?

Vamos procurar desenvolver uma marca própria de biscoitos artesanais e encontrar outros produtos que “casem” com chocolate. Temos também em mente a realização de workshops.

Gostaríamos de aproveitar o mercado da Galiza e, quem sabe, de Espanha que estão aqui ao lado e que que fazem parte de projectos para o futuro.

O chocolate conquistou um lugar privilegiado em alguns países como França, Suíça, Alemanha e Bélgica que detêm o maior consumo per capita de chocolate do mundo. Os portugueses não consomem da mesma forma quando comparados com estes países. Este é também um obstáculo. A esperança é que estas tendências mudem. 

O link da página do Chocolate Gana:

https://m.facebook.com/ChocolateGanaChocolate?refid=12