Inaugurada em França réplica do forno solar que foi concebido pelo arcuense padre Himalaya

Forno solar

A Associação ‘Les Amis du Padre Himalaya de Sorède’ (França), no seguimento de vários projetos, estudos e produtivo trabalho de equipa, construiu uma réplica à escala real do pirelióforo (forno solar) concebido, há mais de cem anos, por aquele vulto de Cendufe (Arcos de Valdevez), que é o patrono da referida instituição.

 

Fotos: Associação Les Amis du Padre Himalaya de Sorède

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A inauguração da máquina, no passado dia 29 de setembro, em Sorède, é uma justa homenagem àquele que foi o pioneiro das energias renováveis, tendo a utopia dele vaticinado uma futura idade escolar. Mas não se pense que a ciência do padre Himalaya se ficou por aqui. Manuel António Gomes (padre Himalaya) espantou o mundo com propostas visionárias: inventou explosivos, criou um projeto de arborização para Portugal, propôs a reciclagem dos elementos da natureza, elaborou a teoria da irrigação e avançou com um plano de luta contra a exclusão social. Mais: o padre-cientista instalou, no início do século XX, uma máquina solar nos Pirenéus. E, em 1904, recebeu uma medalha de ouro na exposição universal de St. Louis, Missouri, nos Estados Unidos da América.

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Pouco conhecido em Portugal, o padre Himalaya é estudado e investigado em várias universidades do mundo. Entre nós, é Jacinto Rodrigues que, contagiado pelas descobertas de há um século, se tem debruçado sobre o cientista de Cendufe. Numa conferência realizada em setembro de 2015, em Soajo (Arcos de Valdevez), este estudioso lembrou que “o ostracizado padre Himalaya encarou a militância pela ecologia numa ótica social ampla, não esquecendo a atitude e o comportamento individuais”.

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De resto, duas das ideias pedagógicas, preconizadas pelo inventor do forno solar, de modo paradoxal, “ainda não estão alicerçadas nem no país nem no mundo”, lamenta Jacinto Rodrigues.

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“O terreno ecológico, ou seja, a relação direta da criança com a natureza, devido ao fenómeno da globalização, ainda não se cumpriu – e está a perder-se cada vez mais. Também a pedagogia direta dos espaços, através da participação das crianças, na construção ecológica dos edifícios, não está presente na atual fórmula de ensino”, conclui Rodrigues.

 

 

 

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