Jorge VER de Melo
Consultor de Comunicação
Nos nossos dias, ser individualista é por vezes ser alguém que consegue resistir melhor às dificuldades, mas que põe os sentimentos de lado para atingir determinados fins.
Nós, os Seres Humanos, temos confundido estas duas palavras, indivíduo e pessoa, cujos significados se complementam, mas sobretudo devem ser respeitados.
Pessoa é sinónimo de Ser Humano, envolve contextos: moral, social e institucional.
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Já o indivíduo, embora tendo igualmente o sinónimo de Ser Humano é-lhe acrescentada uma atitude menos social, a individualização. Ou seja, considera-se com inteira liberdade de atitude perante: qualquer grupo, sociedade, Estado ou outro Ser Humano sem respeitar os interesses de cada um.
Reparem que em Biologia, indivíduo é um qualquer organismo. Já em Filosofia a palavra é aplicada quando se trata de um caso particular.
E aqui está o motor desta nossa conversa, a relação do Ser Humano em ambas situações.
https://www.opuslibros.org/Index_libros/Recensiones_1/strawson_ind.htm
A origem da palavra pessoa vem do grego “prosopon” = aspecto. Passou pelo etrusco “fersu” = aí e pela palavra latina “persona” = máscaras usadas pelos atores em teatro. Acaba na palavra pessoa que reúne muito da evolução significativa do grego, etrusco e do latim.
Indivíduo resulta do latim “individuus” = indivisível. “In + dividuus” = não + divisível.
Se quisermos desenvolver mais estes conceitos, podemos analisar os comportamentos dos políticos atuais e então deixamos de nos surpreender com as suas atitudes e respetivos resultados.
Ora vejam:
– Deveriam conhecer a Teoria da Conduta que estuda o comportamento e a conduta do indivíduo em parâmetros de boa ou má pessoa conforme o código moral da sociedade onde ele vive;
– Deixar de ver o Ser Humano como na Idade Média. O indivíduo era considerado apenas como elemento, parte de um coletivo;
– Deveriam ponderar “a sociedade como o melhor instrumento para a perfeição do indivíduo”, como considera Averróis;
– Ter em atenção que “o Ser Humano é social por natureza ou essência, e individual por corrupção originária”. Em Santo Agostinho, ( De civitate Dei XII 28);
– E acrescenta a mesma obra, “como indivíduo é inseparável do destino dos seus semelhantes e, por isso, há uma naturalidade na esfera do social e do político, que é próprio indicador da humanização.“
Senhores políticos e gestores do nosso país, lembrem-se que a Idade Média já lá vai e que as Pessoas são Seres Humanos, cidadãos como qualquer outro em todo o planeta Terra. Eles devem ser respeitados como tal e com os mesmos direitos que os Senhores exigem por Decreto para si próprios.
O cidadão não é apenas um número ou um voto que conta para o equilíbrio da economia ou para os resultados positivos das eleições. É um elemento da sociedade que paga os seus impostos com objetivos muito precisos relacionados com: a cultura, a celeridade da justiça, a eficaz assistência à saúde e todo o restante contexto social.
Todos os truques e malabarismos dialéticos que possam divulgar, não resolvem a vida de quem trabalha e confiou noutros cidadãos, (os políticos), para governarem aquilo que é seu, este país.
E já que estamos a relacionar a pessoa com o indivíduo, todos nos devemos lembrar que caminhamos em cada dia com mais convicção para o individualismo. Precipitando no abismo do antissocial, destruindo os valores comuns e valorizando o antiecológico, eliminando a sustentabilidade do Planeta e por consequência a subsistência dos Seres Humanos.
Será que reservam um futuro onde todos nos preocupamos apenas com nós próprios?
Será que a Pessoa Humana vai continuar a perder o seu valor superior relativamente aos interesses individuais?
Resta-nos aguardar a evolução do ensino e da cultura para que tenhamos um futuro mais ecológico socialmente onde o valor do dinheiro perca a sua importância em relação aos valores humanos.
