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Indústria do metal do Noroeste Peninsular reuniu-se em Arcos de Valdevez

Sessão de boas vindas

O concelho de Arcos de Valdevez recebeu a edição de estreia do Transmetal Meetings, mostra representativa dos setores metalúrgico e metalomecânico da Eurorregião compreendida entre a Galiza e o Norte de Portugal.

Participaram no certame cerca de 150 entidades, 45 das quais com expositor próprio, envolvendo centros de formação, centros tecnológicos, instituições do ensino superior e empresas de robótica, automatismos, fabrico aditivo, impressão tridimensional e prototipagem.

Este encontro setorial transfronteiriço visou apoiar e estreitar as relações entre as empresas ligadas ao ramo do metal de ambos os lados da fronteira, em simbiose com prestigiadas instituições do ensino superior ligadas à investigação e ao desenvolvimento tecnológico. Nos dois dias desta pioneira organização foi permitido ver o que de melhor se está a fazer no setor da metalurgia (e da metalomecânica), assim como verificar a articulação que existe nas áreas da educação, formação e indústria, aquilatando, ao mesmo tempo, o caminho que falta percorrer rumo a processos produtivos mais inovadores.

Paralelamente, ao longo do evento, centrado naquela região estratégica e na referida área de atividade, cada um dos agentes pretendeu “potenciar atividades de negócio”, “ajudar a encontrar novos mercados e potenciais clientes” e “trabalhar na implementação de processos mais produtivos e mais inovadores”, como salientaram Aníbal Campos, presidente da Federación Luso-Galaica de Industriales Metalúrgicos (FELUGA), e Maria Geraldes, diretora do Agrupamento Europeu da Cooperação Territorial Galiza-Norte de Portugal (AECT), onde a indústria do metal tem forte impacto nas respetivas economias.

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A propósito, foi lá dito que a região do Norte de Portugal representa 40% do volume global de negócios no setor metalúrgico e metalomecânico (português) e participa com cerca de 38% do total de empresas ligadas ao setor, garantindo a empregabilidade de 41% dos 200 mil postos de trabalho afetos ao setor. De resto, numa perspetiva nacional, a indústria do metal, a única que cresceu com a crise, constitui cerca de 18% do PIB (e 35% do valor acrescentado das exportações) e tem um rácio de empregabilidade superior a 85 por cento. E, segundo a página da Associação dos Industriais Metalúrgicos Metalomecânicos e Afins de Portugal (AIMMAP), há, neste setor, cerca de 347 mil empresas a operar no território nacional.

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A pensar no futuro, o edil João Manuel Esteves lembrou a História para lançar um desafio a todos os agentes do setor. “Precisamos de nos encontrar mais vezes para, com união, fazer uma frente do Noroeste Peninsular e, por isso, tal como se fez em 1140 [Torneio de Arcos de Valdevez], temos de ir à conquista de novos mercados e de melhores condições, porque temos mão de obra, centro de formação (CENFIM), instituições, parques empresariais e ecossistema.”

A grande capacidade de inovação que existe no referido eixo foi testemunhada nos expositores por vários grupos de alunos. Uma turma da EPRALIMA deteve-se um pouco mais na mostra da multinacional ABB, acantonada numa das alas do Centro de Exposições. Esta empresa, que se inspira na “qualidade”, na “inovação” e na “internacionalização”, expôs na “feira” o joystick T10 (comando que guia o robô), tecnologia recente para manipulação de um robô industrial.

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Do lado do ensino superior, a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto apresentou-se com uma mostra ligada ao fabrico aditivo, incluindo materiais como solas de sapatos, impulsores (alumínio e titânio), maquinação a cinco eixos, impressora de peças em gesso, impressora de baixo custo de acesso livre e, ainda, um sapato, em desenvolvimento, para pessoas com paralisia cerebral. No stand do IPVC, as atenções recaíram todas no modelo de habitação com controlo automático de iluminação e temperatura, produto concebido pelos alunos de Engenharia de Sistemas de Energias Renováveis (unidade curricular de Domótica).

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No fim do certame, sobrou a conclusão de que a realização do Transmetal Meetings serviu para as empresas capitalizarem uma oportunidade de divulgação dos seus produtos, assim como de interação e colaboração com o setor, pois, todos o admitem, o sucesso dos negócios, em contextos de grande competitividade, reclama “conhecimento”, “capacitação”, “perseverança” e “parcerias”, conforme disse Eduardo Viana, vice-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, na sessão dedicada às oportunidades de investimento sustentável e criação de emprego na Eurorregião Galiza-Norte de Portugal.

As empresas e as restantes entidades do setor estão, por isso, interessadas em continuar a organizar o Transmetal Meetings, que, nesta edição de lançamento, sob organização do AECT, emparceirou a Câmara Municipal de Arcos de Valdevez, a In.Cubo, a FELUGA, a AIMMAP e a Asociación de Industriales Metalúrgicos de Galicia (ASIME).

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