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Iniciativa da Designer/Estilista Isabel Lima: Alma de Princesa na 4ª Edição de ‘Viana está na Moda’

A 4ª edição de Viana está na Moda, sob o mote “Alma de Princesa” foi uma intervenção com atributos artísticos, marcada pela inovação, simbolismo e uma estética com raízes populares, apostando na trilogia; Centro histórico, Certificação do Traje à Vianesa e na candidatura de Viana do Castelo a Capital Europeia da Cultura.

Para assinalar o momento, o compositor e músico, Pedro Correia compôs um tema musical, intitulado “Viana Cidade Luz”, e o jovem Daniel Gonçalves foi exímio na guitarra portuguesa, que também é do Minho. Os professores de dança de salão, Vanda Pego e José Oliveira  proporcionaram a mística dos bailes dos Palácios, a mais de 1000 mil pessoas que assistiam ao evento, mostrando interesse alargado, e que levou a comunicação social a transmissões em direto.

A passadeira vermelha estende-se na artéria designada recentemente de Passeio da Mordomas da Romaria, num cenário icónico de grande influência, “olhando o futuro sem perder o passado” num “Hino à Imagem da Nação”; o “Traje à Vianesa”.

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A vianense Isabel Lima consolida uma “Moda com Alma” e voltou a brilhar com as suas criações, e sempre nos mais belos e icónicos cenários do património artístico edificado da cidade de Viana do Castelo, promovendo-o e divulgando-o.

Numa homenagem ao “Traje à Vianesa”, Isabel Lima, que estuda “História Social da Moda”, levando em consideração a síntese estética e simbólica em passerelle, que envolveu 200 pessoas, escolheu a representação do traje de cada freguesia do concelho, envergado por jovens que chegaram em limusines da empresa EC/Eventos e foram recepcionadas pela Banda Filarmónica de Vila Nova de Anha.

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Num momento solene e de grande apoteose, depois de enumeradas todas freguesias do concelho, e as jovens que as representavam, entoou-se o Hino Nacional. De seguida as “lavradeiras” posicionaram-se em pedestal, nas varandas do edifício da Câmara Municipal de Viana do Castelo.

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Designer/Estilista Isabel Lima dá entrevista ao Porto Canal

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Para assinalar o momento, o compositor e músico, Pedro Correia compôs um tema musical, intitulado “Viana Cidade Luz”, e o jovem Daniel Gonçalves foi exímio na guitarra portuguesa, que também é do Minho. Os professores de dança de salão, Vanda Pego e José Oliveira  proporcionaram a mística dos bailes dos Palácios, a mais de 1000 mil pessoas que assistiam ao evento, mostrando interesse alargado, e que levou a comunicação social a transmissões em direto.

Este ano celebra-se em Viana do Castelo a “Certificação do Traje à Vianesa”, e Isabel Lima, mulher de força, em nome próprio, aumenta o mito desta celebração com uma linguagem ampla construída com composições e lógica própria. Herdeira da tradição, inspirada no popular, numa dimensão que convida à construção da história, exprimindo sentimento de contextualização como fenómeno social, cria moda que acompanha as transformações sociais.

Como mudança de paradigma e sendo já uma referência, pelo Design em prol da promoção da cultura, resgata a tradição nas formas e materiais, ligando a ideia a uma sociedade organizada em grupos, classificações, identificações, códigos de vestuário,  e a uma aparência construída no seu espaço sociocultural.

Assertiva no recurso a pormenores e na linguagem encontrada nos detalhes, que se fundem num só tempo, como manifestação que transita do material ao imaterial, como meio de expressão cultural, como artista/estilista procura uma forma visual imersa na ideia de arte, no sentir e no pensar, como um dos fenómenos de diálogo; tanto na comunidade académica, quanto em políticas públicas, diversidade cultural ou como valores locais.

A ideia de novidade, compreensiva a todos, não se contrapõe aos costumes e à tradição, mas cria uma dinâmica como processo de construção de identidade e como um produto atual.

Citando Charles Baudeleire “Que parte ousaria, na pintura do prazer, causada pela aparição de uma mulher, separar a mulher da sua indumentária”. A mulher de Viana mistura-se com o traje ostensivamente elaborado por ela, e cria estratégicas para manter o seu património de grande valor artístico vivo.

A beleza do colorido do traje popular rural tem hoje um valor simbólico na cultura portuguesa e na imagem da nação. Desde a matéria de que é feito até à costura para fechar as peças é trabalho do potencial artístico da vianesa. A tecelagem da saia e do avental, a arte do desenho e dos bordados e aplicação dos vidrilhos, missangas, lantejoulas, fitas, galões e rendas são fruto da sensibilidade estética e poética do labor genuinamente feminino.

Cláudio Basto cita nos seus estudos: “O fato é natural, é obra inevitável do tempo, vai-se apurando o gosto, vai-se apurando a arte de tecer e de bordar”.

Leandro Quintas Neves escreveu: “que as condições basilares continuem imutáveis a caracterizar um grupo ou uma região como o tom alegre, as cores vivas de gama intensa que tanto impressionaram Ramalho Ortigão”.

A escolha do Centro Histórico para apresentar esta manifestação cultural tem como acção pedagógica “O presente através da vida do passado”. Partindo do Palácio dos Viscondes da Carreira ou Palácio dos Távora, agora edifício da Câmara Municipal de Viana do Castelo, é o lugar onde se apreende a cidade no seu todo, encontrando a norte o que foi outrora o convento de Santana com a Igreja da Caridade e o armoriado do portão D. João V, para Sul o edifício e a Igreja Barroca da Misericórdia, os Antigos Paços do Concelho, o Chafariz da Praça, a Sé Catedral e a Casa e Capela das Malheiras entre outros mais.

Atente-se à antiguidade da cidade de Viana do Castelo expressa pela citânia ibero-celta. Mas outros motivos arqueológicos atestam a passagem de diversos povos, aproveitando-se da sua situação geográfica.

Desde D. Afonso Henriques, que a fez couto, até D. Afonso III que a elevou a vila, “Viana da Foz do Lima”, o povoado, situava-se onde hoje é o lugar de Povoença na Areosa, pela referência da Igreja de Santa Maria da Vinha, e o primitivo povo desenvolveu-se na direcção da foz do Lima, onde se edificou a Igreja de S. Salvador do Átrio, actual “Igreja das Almas”.

D. Afonso III passou nestas paragens a caminho de Santiago de Compostela e, apercebendo-se da sua importância, atribui-lhe foral: “Quero fazer povoação o lugar que se chama Átrio da Foz do Lima, a esta povoação de novo chamarei Viana”.

A criação de uma feira quinzenal no reinado de D. Dinis, tornou o comércio do fértil Vale do Lima meio ao seu fomento.

D. Manuel I promoveu a ampliação dos estaleiros de S. Bento, pela fama que tinham as naus aqui construídas, com um papel de relevo na época dos descobrimentos.

Frei Luis de Sousa, no seu livro “A vida do Arcebispo D. Frei Bartolomeu dos Mártires”, cita: “Viana vila dos mais insignes deste reino, terra cheia de gente rica e muito nobre, de grande trato…” Em face deste florescimento el-rei D. Sebastião concedeu a Viana o título de “Muy Notáveis”.

O porto de Viana era considerado o segundo do reino e a arquitectura da vila traduzia esse esplendor nas magníficas casas e solares de estilo gótico no século XVI.

No século XIX, o declínio provocado pelas invasões francesas aumentava com a independência do Brasil e para contrariar essa tendência de aspectos prejudiciais D. Maria II elevava Viana à categoria de cidade, em 20 de Janeiro de 1848.

Como não é só uma questão de moda, mas uma questão de “alma”, o desfile multicultural de Isabel Lima, conjugou a história num percurso que começou no povoamento castrejo até à elevação de Viana, cidade, passando pela tradição do uso de traje regional, até ao desfile de mais de cem peças inspiradas no traje, e exibidas por belíssimas e distintas modelos, registando um testemunho de memória e preservação de identidade.

A Câmara Municipal de Viana do Castelo, o IPVC, a ETAP, a AEVC, as empresas Lionsout, Phulia-vinhos verdes, a pastelaria Galette, Vânia Olas e Volt’ Hair, Viana Gulosa Eventos, o Museu do Santoinho, a Associação Equestre Beira Lima, a Pirotecnia Minhota, foram instituições e empresas que apoiaram este evento.    

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