Isabel Lima leva Arte ao campo num Romantismo Campestre

Viana está na moda

Por razões sanitárias, a intervenção “Viana está na moda”, projeto da designer Vianesa, Isabel Lima, que já vai na 7ª edição, realizou-se na noite do dia 18 de agosto, em Cardielos, bem no centro de Viana do Castelo.

Compensando a magia das edições anteriores, em lugares emblemáticos da cidade de Viana do Castelo, esta edição realizou-se dentro de portas, na intimidade do terreiro, recôndito e emblemático da eira e do espigueiro, como se de um museu se tratasse.

A performance simbolista Vianesa, designada por Romantismo campestre, consagrou 0 mais eclético espirito concetual, o resgate de memórias com uma metodologia intensificada pela herança cultural.

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Isabel lima, dando um novo folgo ao seu projeto “expressão de arte# numa produção artística contemporânea, realçou os labores das mulheres de Cardielos, que se tornaram conhecidas como fazedoras do traje à Vianesa.

Conciliando o património com critérios estéticos, enalteceu valores identitários, históricos e artísticos, da “terra de bordados”, premiada pela natureza paisagística e humana.

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Na paisagem realçou o monte de S. Silvestre, os campos de cultivo e o rio Lima.

Nos valores humanos, realçou o labor feminino das mulheres de Cardielos que se dividem entre a casa, o campo e os bordados e assegura a vaidade na Romaria da Sra. Da Agonia.

A partir de Cardielos para o mundo, a intervenção foi transmitida on line através do Canal Viana e foi abrilhantada pelo Grupo Folclórico das Bordadeiras da Casa do povo de Cardielos e pela Banda Gaitas de São Tiago de Cardielos.

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A Phulia wines esteve presente, lançando um novo vinho designado por “Mordoma”, em honra da mulher Vianesa.

A intervenção contou ainda com a emergente cantora Maria Gonçalves e de 20 modelos, maquilhada pela escola de estética de Rosangela Maquilhadora, sediada em Viana do Castelo.

O registo de imagem contou com o conceituado fotografo António Barroso e o profissional bracarense Sérgio Antunes.

O projeto ‘Viana está na Moda’, continua a merecer o apoio da Câmara Municipal de Viana do Castelo.

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Com honra e distinção, estiveram presentes diversas individualidades ligadas ao Turismo Porto e Norte de Portuga, Instituto Politécnico de Viana do Castelo, Diocese de Viana do Castelo, Polícia de Segurança Pública, Autarcas, Historiadores, Ordem dos Médicos, Professores, figuras públicas.

Num tempo especialmente único, provocado pela pandemia do Covid 19, a cultura não pode desviar-se dos seus meios de expressão.

Isabel Lima, apesar das contenções sentidas, encontrou energia na Arte de ser Vianesa e sem deixar de cumprir as diretrizes da Direção geral de Saúde, dentro de portas, com subtração de número de pessoas, descartando convites, com lugares reservados e distanciados, a intervenção preservou a dignidade do lugar como memória rural, criando impacto pelas características do cenário, pela metodologia de representação, e pelo sentimento e emoção que transmitiu através da Arte.

Isabel Lima no âmbito especificamente cultural, num ecletismo de modernidade, liga o simbólico aos vários estudos em arte, cruzando o erudito com o popular.

Na apresentação do projeto, declamou o poema do Vianense Alfredo Reguengo.

                        “  O povo aldeão, naturalmente artista,

                        Imitador dos dons da natureza,

                        Criou a maravilha clorista

                        Que hoje se chama o traje à Vianesa.

 

                        Reproduziu as cores que viu nos prados,

                        Nas folhagens, nas flores ornamentais

                        E estilizou-as todas em bordados,

                        E no tecido em flor dos aventais…

 

                        Lançou, depois, estrelas com seus brilhos

                        Junto às linhas de cor das bordadeiras,

                        Na refulgência estranha dos vidrilhos

                        Que ornamentam coletes e algibeiras…

 

                        A lã, deu-lhe a ovelhinha branca e mansa,

                        O linho, esse, nasceu no seu linhar;

                        Depois, foi trabalhar com perseverança:

                        Fiar, dobar, tecer, coser, bordar…

 

                        E desse imaginar artista nato

                        E desse trabalhar em sonho e beleza

                        Nasceu a maravilha desse fato

                        – o inimitável Traje à Vienesa.”

 

E afirmou,que a inspiração para esta edição sob o mote o Romantismo campestre era o resultado da convivência estabelecida em Cardielos, no plano Cultural.

E acrescentou que Viana do Castelo, entre outros termos, está ligada à arte popular rural e que a intervenção deveria ser sentida como uma manifestação de orgulho da mulher Vianesa, que nos dias de hoje se apresenta com a mesma relevância de outrora nas festas e romarias com o uso do traje à Vianesa.

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