Editorial

Isto vai mudar…
Picture of Jorge VER de Melo

Jorge VER de Melo

É verdade, isto parece estar mesmo a mudar.

Não sabemos se é imposição da União Europeia ou se os políticos começam a ver o terreno fugir-lhes debaixo dos pés, mas na verdade o país está a mudar.

Talvez acordassem quando verificaram que as contas dos bancos eram buracos sem fundo. Todo o investimento Governamental resultava em vão, mas com mais uns milhões fora do país.

Continuaríamos assim a agravar a situação económica se alguns políticos de bom senso não tivessem insistido nos pedidos de justificação para o desvio de tanto dinheiro.

Todos nos apercebemos há muito tempo que em cada dia que passa, Portugal deve mais dinheiro a variadíssimos credores bancários internacionais.

Quem trabalha ou trabalhou uma vida inteira tem confirmado que o seu esforço não deu frutos para o cidadão comum.

GOSTA DESTE CONTEÚDO?

Continuamos, segundo a Eurostat, a pertencer à lista dos países mais pobres da Europa. Esta situação não tem razão de existir porque os nossos investidores de raiz são reconhecidos internacionalmente e os nossos trabalhadores são elogiados pela sua postura no trabalho em todo o globo.

António Horta-Osório, um dos banqueiros mais prestigiados mundialmente, português, afirma que a origem dos nossos problemas económicos está na gestão do Banco de Portugal.

Como se consegue viver neste país com uma média geral de vencimentos que não excede os mil euros, é outra das dúvidas deste banqueiro.

Assim ninguém sobrevive, nem quem trabalha, nem o Governo, mesmo aumentando os impostos até à exaustão não consegue obter verbas suficientes para as despesas correntes porque os valores sobre os quais caem os impostos são tão baixos que resultam receitas ridículas.

Ele tem razão.

Em inquéritos públicos aos grandes devedores da banca, concluímos que eles conseguiam empréstimos desde que fossem amigalhaços e contribuíssem com alguns negócios de oportunidade para o banqueiro ou para os seus adjuntos.

Esses Senhores, ao serem interrogados, não conseguiram identificar as quantias que devem, qual a sua verdadeira atividade, nem tão pouco as verbas que movimentam. Alguns nem possuíam um endereço normal. Aí ficou demonstrado que isto era realmente um pandemónio.

Vejamos:

  • Joe Berardo deve quase mil milhões de euros à Caixa Geral de Depósitos, ao Novo Banco e ao BCP;
  • Só as empresas de Luís Filipe  Vieira devem 466 milhões de euros ao BES depois ao Novo Banco;
  • Os 21 maiores devedores do BES devem 6,6 mil milhões de euros que transitaram para o Novo Banco;
  • O ex-banqueiro João Rendeiro foge à justiça. Claro que só poderia dar o que deu! Será que alguém de bom senso pensaria que esta pessoa alguma vez iria voluntariamente para a prisão?

Este ex-presidente do BPP, Banco Privado Português, seria condenado em três processos a dez, cinco e três anos de prisão pela má gestão desse banco.

Agora não nos venham convencer que a Justiça do nosso país é Democrática…

E se fosse um desempregado qualquer, que não pudesse pagar ao banco a prestação da sua casa?

Ou um pequeno industrial da hotelaria que devido à pandemia não conseguiu ainda recuperar suficientemente para pagar as dívidas ao banco?

Infelizmente sabemos que não somos todos tratados da mesma forma…

Mas esta Democracia vai melhorar! Estamos no caminho certo!…

Mais
editoriais

Junte-se a nós todas as semanas