J. Rentes de Carvalho traça retrato fulgurante do tráfico de droga nas margens do Minho

«(…) Bom rapaz. Respeitador. Diziam que era dinheiro da droga e com certeza era, mas cada um governa-se como pode, não é? Coitado, Nosso Senhor o favoreça lá onde está, porque neste mundo pouco tempo lhe deixou gozar a riqueza.»


Mais de uma década depois da primeira edição, a Quetzal publica novamente La Coca, a investigação literária na primeira pessoa de J. Rentes de Carvalho sobre o tráfico de droga e a violência nas margens do rio Minho. Sendo uma viagem de
revisitação do autor aos lugares da infância e da primeira idade adulta, La Coca é também um pequeno tratado sobre os mecanismos da memória. Um romance breve, profundamente irónico e terno. E a escrita clara, brilhante, de Rentes de
Carvalho. Chega às livrarias a 1 de junho.
Manuel Galeano – que sempre «tivera o contrabando no sangue» – desapareceu antes do segundo encontro. Inesperadamente, como cruzara o caminho do seu velho conhecido em Amsterdão. O primeiro encontro, seguido de uma conversa saborosa no bar de um hotel, cheia de memórias de juventude e de algumas confidências do presente, é o ponto de partida para uma longa evocação e uma viagem tão sentimental como perigosa em busca da história do tráfico entre o Minho e a Galiza: de cigarros, whisky, barras de ouro, gado e café; mas, depois, chegam as drogas duras e os protagonistas de histórias ainda mais duras carregadas de morte e aventura: Diogo Romano, El Min, Sito Miñanco, o Pardal, o Pepe, Mustafá, Zé Luís e o Laurestim, que durante décadas enformaram o imaginário pícaro local.

Sobre o autor

De ascendência transmontana, J. Rentes de Carvalho nasceu a 15 de maio de 1930, em Vila Nova de Gaia. Obrigado a abandonar o país por motivos políticos, viveu no Rio de Janeiro, em São Paulo, Nova Iorque e Paris, trabalhando para vários jornais. Em 1956 passou a viver em Amesterdão, onde se licenciou, e, entre 1964 e 1988, foi professor de Literatura Portuguesa na universidade. Dedica-se desde então exclusivamente à escrita e a uma vasta colaboração em jornais portugueses, brasileiros, belgas e holandeses, além de várias revistas literárias. A sua extensa obra (de ficção, ensaio, crónica e diário) tem sido publicada em Portugal e na Holanda, sendo recebida com grande reconhecimento, quer por parte da crítica, quer por parte dos leitores em geral, tendo alguns títulos alcançado o estatuto de best-seller. Recebeu, em 2011, o Grande Prémio de Literatura Biográfica APE com o livro Tempo Contado, e, em 2013, o Grande Prémio de Crónica APE com Mazagran. Os seus livros estão atualmente disponíveis na Quetzal, que continuará a publicar o conjunto das suas obras.
J. Rentes de Carvalho divide o seu tempo entre Amesterdão, nos Países Baixos, e Estevais, Mogadouro – metade do ano em cada lugar.

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1 comentário

  1. J Rentes de Carvalho está na vida como está na sua escrita. Não faz fretes a ninguém(?)
    De uma singeleza incomparável, mas de uma acutilancia impar, Rentes de Carvalho, que viveu entre Gondarém , que não gosta, e Lanhelas, frequentou o liceu de Viana do Castelo.
    Dá grande protagonismo ao Alto Minho, facto que não é nada reconhecido.
    Ernestina, é para mim o romance de que mais gosto e que melhor o caracteriza.

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