João Braga Simões eleito presidente da Concelhia Socialista de Arcos de Valdevez. Ato eleitoral foi impugnado por Pedro Marinho.

O jovem médico João Braga Simões ganhou as eleições para a Comissão Política da Secção do PS de Arcos de Valdevez. A única lista aceite pela estrutura distrital arrecadou 32 votos, dos 42 que entraram na urna (dez boletins de voto em branco). O escrutínio foi impugnado pelo militante Pedro Marinho, cuja reclamação deverá ser analisada pela Comissão de Jurisdição.

O novo presidente da Concelhia Socialista, que sucede a Dora Brandão (número dois agora), quer “corporizar a alternativa”. “O que temos de desenvolver daqui para a frente é um trabalho de equipa, não será nunca uma política de bota-abaixo ou maldizente que afaste os cidadãos de Arcos de Valdevez do PS. Estamos muito mais interessados numa política participativa e transparente”, disse ao Minho Digital João Braga Simões.

“Esta Comissão Política terá a responsabilidade de trabalhar, abrir o partido à sociedade, aumentar a militância e reforçar a capacidade de participação dos militantes nas atividades do partido”, sustenta o recém-eleito presidente da Concelhia Socialista de Arcos de Valdevez.

Para além de João Braga Simões e de Dora Brandão, do núcleo duro da nova Comissão Política fazem parte nomes como Vítor Sousa, José Pereira, Carlos Amaral, Isabel Araújo, Madalena Alves Pereira, Diamantino Portela, Alexandra Esteves, Nuno Amaral, Celine Morais e Agostinho Sousa. Preside à Mesa da Assembleia José Manuel Lima.

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Entretanto, o militante Pedro Marinho, com base no Regulamento, impugnou o ato eleitoral. “A lista que encabeço não foi afixada na sede da Secção de Arcos de Valdevez, sendo que a mesma foi entregue em Viana do Castelo no dia 11 de janeiro de 2018 e, até à data, não fui notificado por escrito, pela Federação Distrital, de qualquer irregularidade relativa à minha candidatura, pelo que a lista deveria ter sido afixada na sede do PS-Arcos”.

Mas estas declarações são rebatidas pela estrutura distrital, que garante ter notificado o militante Pedro Martinho (quer por telefone quer por endereço eletrónico fornecido pelo próprio interessado), dentro dos prazos previstos, para que o cabeça-de-lista da solução alternativa suprisse as irregularidades alegadamente detetadas (lista incompleta e candidatos sem as quotas em dia).

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Para além de negar a receção de tais comunicações/notificações, Pedro Marinho expõe em comunicado três situações que “aconteceram durante a campanha eleitoral”. Primeira: “A lista de militantes do PS não esteve afixada na sede para consulta”. Segunda: “A convocatória assinada pelo presidente da Federação, no dia 18 de dezembro, não referia o prazo para entrega de listas e o prazo do pagamento de quotas, pelo que muitos militantes perderam a oportunidade de se candidatar e estar legalmente em dia (quotas pagas)”. Terceira: “Foi realizada uma conferência pelo dirigente José Luís Carneiro, quando a mesma, por razões de imparcialidade eleitoral, devia ter sido anulada”.

Em relação ao sufrágio propriamente dito, os boletins de voto fazendo menção a duas listas (A e B) continham “rasura manuscrita [traço de caneta] sobre a lista B”, uma “não conformidade”, segundo o reclamante, a juntar ao facto de “na contagem de votos terem estado na mesa somente pessoas da lista opositora”, recrimina Pedro Marinho.

 

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Entrevista com João Braga Simões: “PS não deve ser espaço para revanchismo”

Minho Digital (MD) – Que leitura faz dos resultados e da participação na Secção de Arcos de Valdevez?

Primeiro de tudo, obrigado a todos os militantes que votaram nesta noite fria de inverno. Faço uma leitura claramente positiva, a vitória estava garantida e era clara, porque havia lista única nestas eleições. Quero frisar, contudo, que a lista que saiu vencedora não é a de João Braga Simões, é a lista de todos os elementos que a compõem.

MD – Em pleno período eleitoral, e em apenas duas semanas, foram realizadas nos Arcos duas iniciativas com presença de governantes. Não houve a tentação de tirar aproveitamento político com estas organizações?

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Não houve nenhuma tentativa de instrumentalizar estas eleições. Ainda ontem [18 de janeiro], esteve nos Arcos a secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade [Rosa Monteiro], onde participou em jantar do partido, e eu nem sequer estive presente.

MD – A lista que encabeçou, excluindo algumas caras, é de continuidade, havendo militantes que criticam o facto de abarcar “muita gente do passado”. Quer comentar?

A lista integra quadros novos e gente nova, mas também integra os quadros mais antigos do partido, porque achamos que todos são importantes.

MD – Porque é que a lista que lidera não é mais abrangente? Houve algum convite aos militantes [Fernando Cabodeira, Miguel Garcia…] que manifestaram divergências políticas?

Em relação aos nomes que está a querer referir, não foram feitos convites. Não por protagonizarem linhas dissonantes, mas, particularmente, por serem pessoas com as quais eu não gostaria de trabalhar. Não é novidade, a base de que partimos é de 52 ou 54 militantes e 25 da Comissão Política. […] É possível que este órgão não represente todos os quadrantes.

MD – Tendo em conta as divisões internas, como vê o futuro do PS? Acha possível a reconciliação?

Há sempre possibilidade de reconciliação, aliás, tenho tido o cuidado de dizer que a porta está sempre aberta. O PS não deve ser espaço para revanchismo.

MD – Se esta nova liderança não conseguir afirmar-se, em que medida poderá surgir mais facilmente uma solução alternativa forte em 2020?

Em relação a futuros sufrágios, acho bastante precoce fazer um juízo sobre o que poderá ser a eleição aos órgãos internos daqui a dois anos. Mas quem não foi agora a votos tem toda a liberdade para se submeter ao julgamento dos militantes nas próximas eleições.

MD – Qual a missão dos eleitos pelo PS nos órgãos autárquicos municipais para fortalecer o partido?

O nosso trabalho passará, em boa medida, por articular a intervenção na vereação da Câmara e na Assembleia Municipal.

 

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