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Lançada a obra de reabilitação do quartel dos Bombeiros de Arcos de Valdevez

Relíquia dos Bombeiros

Foi na presença de diversas autoridades militares, políticas, institucionais e civis que decorreu, no passado dia 2 de julho, a cerimónia do auto de consignação da obra de reabilitação funcional e ampliação do quartel dos Bombeiros Voluntários de Arcos de Valdevez (BVAV). A sessão foi presidida por Jorge Gomes, secretário de Estado da Administração Interna.

A cerimónia – que abriu com uma receção, em parada, no Jardim dos Centenários, seguida de romagem compassada, pela Fanfarra e pelos Bombeiros, até ao quartel, onde foi descerrada a lápide para assinalar simbolicamente o arranque da obra de ampliação – ficou marcada pelas condecorações feitas na Casa das Artes (ver caixa).

No período destinado aos discursos da “praxe”, o presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Arcos de Valdevez (AHBVAV) salientou que as obras eram “absolutamente fundamentais e necessárias para a nossa Associação”. À “epopeia iniciada há três anos”, com os preparativos da candidatura, seguiu-se, agora, o arranque da obra que, assinalando a “capacidade de concretização da instituição, dos seus bombeiros, dirigentes, profissionais e associados”, traz, no entanto, com ela, uma gestão de difícil equação. Por isso, com o intuito de completar o financiamento em falta, Germano Amorim desafiou o Município a celebrar, o quanto antes, um “protocolo de colaboração”. Mas, da sociedade civil, “ninguém fica dispensado” de ajudar, porque só com união de todos os arcuenses se cumprirá o desígnio “de proteger às populações”.

Em sintonia, o edil João Manuel Esteves frisou que, no seguimento da visita ao quartel, ficou “claro que a infraestrutura precisava de obras” para dar “melhores instalações aos bombeiros em termos de conforto, resguardo, funcionalidade e modernização”. Apesar do caráter urgente, a obra só foi possível agora graças ao “trabalho de parceria entre a AHBVAV e a Câmara, e a mesma foi partilhada e incentivada pelo CODIS, Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) e Autoridade Nacional de Proteção Civil [ANPC, representada, nesta sessão, pelo presidente, major-general Grave Pereira]”, disse o autarca, concluindo que o “seu melhoramento, também, serve o turismo, […] que tem no património ambiental uma das pedras do nosso desenvolvimento, sendo os bombeiros os seus principais guardiões.”

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O governante Jorge Gomes, recordando, de igual modo, o empenhamento das entidades envolvidas neste projeto, realçou a abrangência supramunicipal do equipamento, que vai otimizar as condições de operacionalidade dos bombeiros.

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A pensar, também, nos “soldados da paz”, o presidente da LBP, Jaime Marta Soares – que cognominou o secretário de Estado da Administração Interna de “marechal dos bombeiros portugueses” –, elogiou a bravura dos operacionais que compõem a corporação arcuense, assim como o “rigor da formatura” destes, “espelho” do entrosamento que existe entre comandante e comandados. Exortou, ainda, Jorge Gomes a fazer uma adenda ao programa de financiamento com o intuito de realizar, nos Arcos, uma “obra completa no quartel”.

A propósito, o elogiado projeto do arquiteto Pedro Pinto abarca a reabilitação funcional e a ampliação do quartel dos Bombeiros, e nele estão previstas diversas intervenções (áreas operacional e administrativa, estacionamento coberto, arranjos exteriores…). Além da necessidade de conceber uma estrutura eficiente, pretende-se reabilitar o quartel adaptando-o às necessidades da corporação, onde a falta de espaço, nas zonas de fardamento e dormitório, é uma das fragilidades detetadas.

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Na sumária apresentação do projeto, Pedro Pinto referiu que a intervenção era “premente”, visto que o “edifício do quartel, com cerca de quarenta anos, se apresenta, no presente, bastante desatualizado”. Além das “patologias de construção”, o atual quartel contém “várias disfuncionalidades”, “não cumpre a igualdade de género” e, devido a “sucessivas alterações, ampliações e pequenas transformações”, foi perdendo capacidade “operacional”.

A obra de engenharia/arquitetura, sendo de ampliação, “mantém a maior área possível das instalações existentes”, atende à integração urbana e “responde a questões de sustentabilidade, eficiência energética e gestão eficiente dos recursos”, explicou Pedro Pinto. Mas, por limitações de espaço, o museu continua a ser um projeto adiado. E a comitiva oficial – que seguiu no clássico Studebaker (sensivelmente, de 1950) – bem gostaria de albergar, no sonhado museu, esta relíquia, “única em Portugal e na Europa”, segundo o tesoureiro Armindo Peixoto.

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De resto, a renovação do quartel, em respeito por um “programa de absoluta funcionalidade”, vem “colmatar” um espaço precário que está nas suas costas (edifícios devolutos).

O investimento é superior a 500 mil euros e a obra tem um período de execução estimado de 15 meses. Durante os trabalhos, estão previstas alterações relativas à orgânica e funcionamento das estruturas de secretariado, emergência, transporte de doentes não urgentes e restantes serviços.

 

Condecorações

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A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Arcos de Valdevez foi agraciada, pelo Ministério da Administração Interna, com a medalha (ouro) de Mérito, Proteção e Socorro, símbolo de reconhecimento público pelas bem-sucedidas operações de proteção e socorro levadas a cabo pelos abnegados homens e mulheres da referida coletividade.

 Já a Liga dos Bombeiros Portugueses tributou a Associação Humanitária arcuense com a medalha Fénix de Honra (o segundo maior galardão atribuído pela Liga), que passa a estar cravada no estandarte dos BVAV, forma de reconhecer o serviço prestado pela corporação que tem 127 anos de existência.

 

Frases

“Este projeto servirá de instrumento de melhoria da qualidade de vida das populações, porque os bombeiros, conjuntamente com a GNR, garantem um sentido de segurança e tranquilidade.” (João Manuel Esteves, presidente da Câmara Municipal)

“Precisamos de continuar, de forma altruísta, a dar o melhor de nós […], colocando sempre os princípios acima das nossas personalidades.” (Germano Amorim, presidente da AHBVAV)

“É um projeto simples e despretensioso que, espero, pode servir esta associação, mantendo-se atualizado durante anos.” (Pedro Pinto, autor do projeto de arquitetura)

 

 

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