Lembro-me…

Em criança, tal como muitas outras crianças por esse mundo afora, brincava com soldadinhos de chumbo; uma dúzia bastava para que me sentisse a comandar um regimento.

w

Outros meninos que brincavam às guerras comigo colocavam os seus soldadinhos frente aos meus e uma pequena bola servia para, com um simples piparote, tentar deitar abaixo o maior número de soldadinhos inimigos possível. E assim se ganhava uma batalha, o que nos fazia exultar de contentamento com o feito conseguido.

 w

Mas cresci, e, tal como muitos outras crianças, ganhámos consciência de que os soldados reais são pessoas como nós e que o seu sangue é real, e que têm famílias como nós que os amam e que não os querem ver envolvidos em conflitos que os dizimam e os estropeiam.

Mas infelizmente houve outros meninos que nunca deixaram de ser crianças e que ainda hoje querem continuar a brincar às guerras, desprezando as reais consequências dessa insanidade. E o pior é que conseguem convencer outros homens e mulheres a entregar-lhes o poder de o fazer.

GOSTA DESTE CONTEÚDO?

 w

E por isso me confesso espantado perante as noticias que diariamente me chegam, que reportam o que se passa em diferentes geografias do mundo contando como esses homens-criança se divertem a ordenar matanças impensáveis com os mais patéticos pretextos que só quem deles depende finge entender e aplaudir, quer por puro medo quer porque os seus interesses estão em jogo.

Falam, inclusive, e com a maior das naturalidades, em desencadear o holocausto nuclear que aniquilaria a humanidade.

  Partilhar este artigo