Editorial

A MÁSCARA
Manso Preto

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A Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), ambas com supostas motivações sociais ‘primaram’ pelas ausências num encontro promovido há dias para debater a pobreza na nossa região.

A iniciativa coube à Rede Europeia Anti-pobreza de Viana do Castelo.

Do Porto nem uma resposta ao convite, tal a ‘lhaneza’ de trato e o inesperado relacionamento institucional!… Da CIM, apesar das suas dezenas de funcionários, não houve uma alma que a fizesse – ou quisesse – representar …

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 Na génese da organização estava uma reflexão e provável estratégia comum contra o atraso dos Fundos Comunitários e o seu impacto nas respostas sociais, logo políticas também, quando se sabe da crise económica que atravessam as instituições de solidariedade. Isto numa região considerada das mais pobres do país, com o PIB per capita mais reduzido, com um poder de compra pelas ruas da amargura, com uma enorme taxa de desemprego e uma população envelhecida.

Inqualificável, imperdoáveis e injustificáveis a todos os títulos estas ausências. Uma vergonha, uma enorme insensibilidade de desprezo pela pobreza e desigualdade crescente, posturas estas para com aqueles que têm enormes carências e dificuldades de integração, mas também uma vil afronta aos que voluntariamente dão o melhor de si perante uma crise moral, social e política adversas que desmobilizam o associativismo generoso.

Caberia aos nossos dirigentes políticos – a quem lhes foram dados créditos nos sufrágios eleitorais – uma resposta eficaz.

É preciso fazer-se muito, mas muito mais do que acompanhar com ar pungente os andores nas Procissões, perseguir os altos representantes ou mesmo as simples batinas clericais como se fossem possuidores das suas agendas pastorais, só para ficarem na pose dos fotógrafos enviados estrategicamente por assessorias de comunicação de modo a criarem uma ‘imagem’ junto do povo do qual se pensam adulados …

Não basta – para essa tribo política – travestir-se com laivos de ar piedoso e pôr a mão no peito como que imbuídos interiormente de um invulgar ‘chamamento’ espiritual.

E o problema é que continuaremos a vê-los pelas campanhas eleitorais numa ‘roda viva’, embevecidos, a saltitar de missa em missa, a comungar para os flashes!…

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