Jorge Melo
Professor Universitário
(Aposentado)
Até parece que temos médicos em demasia.
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Mas a Ordem dos Médicos insiste que existem médicos a mais, por isso entende não aconselhar a alteração do “numerus clausus”, com um maior número de alunos nas Faculdades de medicina.
Quer isto dizer que para não terem concorrência, é preferível importarmos médicos ou enviar os nossos estudantes para outros países.
Se assim fosse, não existiriam os problemas que nos afetam na saúde:
– Atrasos no atendimento das especialidades;
– Atrasos nas intervenções cirúrgicas;
– Falta de centros de saúde;
– Falta de hospitais públicos.
“…faria sentido reduzir o numerus clausus de Medicina, tendo em conta a capacidade formativa das escolas e a crescente falta de vagas para os diplomados fazerem a especialidade.” Isto já afirmava Sobrinho Simões numa conferencia da Fundação Belmiro de Azevedo em 2018.
https://www.publico.pt/2018/11/28/sociedade/noticia/sobrinho-simoes-defende-diminuicao-numerus-clausus-medicina-1852654
Por coincidência, as universidades portuguesas até têm formado belíssimos médicos. Se fosse uma indústria, fabricamos boa mercadoria, mas em lugar de aumentarmos a produção, continuamos no mesmo ritmo lento para não afetar o mercado…
Será que imaginam continuar a produzir cientistas e técnicos altamente qualificados pelas nossas Faculdades, para ficarem em casa à espera de um emprego?
Devemos lembrar-nos que o mercado de trabalho não se resume a este nosso lindo “rectângulo à beira mar plantado”, mas sim a uma Aldeia Global que envolve países muito ricos e outros muito pobres com imensa carência de bons médicos.
Terão dúvidas que quanto mais letrado for este povo, mais rico será o pais?
Mal de nós se continuamos a travar a evolução da nossa sociedade.