Melgaço distingue o vianense José Rodrigues de Lima como cidadão mérito

A Câmara Municipal de Melgaço, na figura do seu Presidente Manoel Batista, atribuiu no passado sábado, dia 18 de janeiro de 2025, o reconhecimento de cidadão de mérito ao humanista, historiador e pedagogo José Rodrigues de Lima, colunista do MINHO DIGITAL.

Personalidade marcante da promoção cultural do Alto Minho, desde finais da década de 60 até ao presente, dedicando-se atualmente à pesquisa antropológica, colaborando com várias instituições culturais de relevo à escala regional e nacional.

Dedicou a sua vida à causa pública, à solidariedade cristã e à preservação da memória coletiva. Líder de projetos pioneiros de ação social, educacional, habitacional e cultural, foi precursor da valorização do património e da identidade do concelho de Melgaço. Teve ação decisiva na mobilização dos recursos autóctones de desenvolvimento do território, através do projeto cultural “Memória e Fronteira”, na segunda metade dos anos 90, e do impulso à constituição do Solar do Alvarinho, marcos da história de Melgaço após o 25 de Abril.

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Brandeiro honorifico, foi instituidor do Dia do Brandeiro, através da “Declaração Patrimonial da Branda da Aveleira”, em 1996. Esta festa anual, assinalada no primeiro fim-de-semana de agosto, persiste há 29 anos em celebrar a transumância e homenagear esta comunidade agropastoril, com o constante e incansável apoio de José Rodrigues de Lima. Nesse intuito, coordenou a publicação do livro “Olhares Multidisciplinares – Branda da Aveleira”, editado pela Câmara Municipal de Melgaço.

No alvor da sua vida pública, destaca-se a sua ação na paróquia de Chaviães, onde foi membro fundador da Associação de Fomento Social e Educacional e do Centro Paroquial, inaugurado em 1967. Criou um Centro de Formação Familiar com os sectores de OTL, Jardim Infantil e Dinâmica Familiar. Entre 1968 e 1969, fomentou a edificação habitacional junto de emigrantes, em regime de autoconstrução, onde ainda hoje existe um empreendimento de 36 habitações.

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Este vianense notável, nascido em Milhões, freguesia de Vila de Punhe, filho de Emídio Pereira Lima e Maria Rodrigues Dias Meira, concluiu o Curso de Teologia, tendo sido ordenado sacerdote da Igreja Católica. Obteve a Licenciatura em História, na Universidade do Porto, e especializou-se em Educação Patrimonial. Realizou o Curso Património Histórico-Artístico, Natural e Etnográfico, no Centro Nacional Cultura, em Lisboa. É Mestre em Antropologia Cultural pela Universidade do Minho e estagiou na UNESCO, em Paris, em setembro 1983, elegendo como tema de investigação “O Património e os Movimentos Juvenis”.  Foi professor no Ensino Preparatório, Secundário e Superior, exercendo múltiplos cargos de direção. Foi Delegado Distrital do Fundo de Apoio a Organismos Juvenis.

Foi dirigente do Corpo Nacional de Escutas e animador de vários grupos de jovens; na perspectiva educacional e social, realizou duas viagens de estudo ao Brasil (1971 e 1972), tendo contactado com: Federação de Associações Portuguesas, Real Gabinete Português de Leitura, Instituto de Desenvolvimento do Brasil, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, Universidade Católica de Curitiba, Centro de Pesquisas João Pinheiro, Federação e Órgãos de Assistência Social e Educacional.

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É autor e promotor de importantes projetos culturais, tais como: Ribeira Lima – Cluny (Borgonha, França), 1991; Caminhos de Santiago 93 – Peregrinação através da História; Estudantes da Ribeira Lima nos Caminhos de Santiago 99 – Olhares Artísticos e Místicos. É igualmente autor de artigos de relevo na revista Centro de Estudos Regionais e na revista Ensino, Galaico-Portuguesa de Sócio-Pedagogia e Sociolinguística e na revista FAOJ.

É colaborador regular de numerosos periódicos regionais com artigos no âmbito da cultura, história e antropologia. Como repórter jornalista, durante 6 anos, publicou quinzenalmente, no Diário do Minho, de Braga, vários suplementos culturais – Aldeias Singulares, Histórias de Vida, Laços Antigos – Conversas de Hoje e Alto Minho Cultural.

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Contabiliza relevantes comunicações do foro didático, pedagógico e de cultura regional em encontros nacionais e internacionais, sendo dignas de nota: Seminário sobre “Sistema Educativo Português”, Valença (1982); “Man and the Biosphere – UNESCO”, várias Escolas Secundárias do Alto Minho (1982); “Educar – Preparar para a Mudança”, Santiago de Compostela (1983); O Meio Cultural Galaico-Minhoto”, Ourense (1984); “A problemática da Juventude Galaico-Portuguesa”, Viana do Castelo e Corunha (1985); “A Escola Aberta”, Ourense, “Permutas Culturais”, Vigo (1986); “A Cultura Popular – História Oral”, ESE Viana do Castelo (1987); “A Alimentação Minhota e Galega” ETAP Caminha (1993); “História da Alimentação” ETAP Caminha (1994); “Aspectos culturais da gastronomia raiana”, ETAP Caminha (1995).

A família Lima congratulou-se com a «celebração de uma vida de dedicação à promoção da identidade e património de Melgaço e do Alto Minho de José Rodrigues Lima e o espírito de amor à cultura dos Lima».

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