Melgaço também quer ter ‘um negócio da China’

Chineses a serem recebido pelo presidente da CM

Empresários chineses visitaram empresários portugueses “para fechar negócios”. Cerca de uma dezena de empresários do sector agro-alimentar da China visitaram a 3 de Setembro o concelho de Melgaço para conhecer os produtos e aquilatar eventuais relações comerciais com os empresários locais.

O encontro, promovido pela Associação de Jovens Empresários Portugal-China (AJEPC), realizado a convite da Câmara Municipal de Melgaço e mediado pela Secretaria de Estado da Alimentação e da Investigação Agro-Alimentar, permitiu aos principais produtores de vinho, queijo, mel e fumeiro de Melgaço a apresentação do seu produto e convívio com alguns dos “decision-makers” do mercado chinês.

Numa visita a Portugal que começou na segunda-feira e terminará amanhã (sábado, dia 5), os empresários chineses visitaram algumas empresas portuguesas em Lisboa, Aveiro, Porto, Coimbra e Guimarães (citando apenas algumas das principais cidades deste roteiro), Melgaço foi o único concelho do Alto Minho a receber a visita da comitiva.
Alberto Carvalho Neto, presidente da Associação de Jovens Empresários Portugal-China (AJEPC) – criada em 2012, com um grupo de trabalho assente no voluntarismo e no networking – realçou a importância da iniciativa para os empresários convidados a esta apresentação, uma acção que a AJEPC conseguiu após um “namoro” difícil aos CEO’s chineses. “As empresas que estão aqui, demorou tempo a namorá-las para as trazer cá, fazer com que despendessem tempo”, esclareceu Alberto Carvalho Neto.
A ideia de um “Portugal gourmet” nos expositores temáticos das principais superfícies comerciais chinesas poderá sair reforçada após esta visita, onde Portugal perfilou toda uma monta “de qualidade” e onde a ideia da escala produtiva não incomoda os representantes. “Alguns produtos daqui da região já estão na China, em quantidades pequenas, mas é nesse nicho que devemos continuar a trabalhar, no Portugal gourmet, no Portugal Best Corners, ideias que se consigam trabalhar de forma a acrescentar valor”, nota ainda o presidente da AJEPC.
Para Alberto Carvalho Neto, a presença do autarca de Melgaço, Manoel Batista, ainda que no cumprimento do protocolo de recepção à delegação chinesa e abertura da sessão que decorreu no Solar do Alvarinho, acrescentou “credibilidade” à iniciativa que visa reforçar a confiança do mercado chinês nos produtores e comerciais portugueses.
E se a missão é de prospecção comercial, o repto foi aceite pelos visitantes com seriedade e objectividade e nem houve tempo para passeios, como nota o presidente da associação de empresários. “Não vieram em missão de turismo. Em Lisboa, quando saíram do Ministério da Agricultura, de uma reunião com trinta empresários portugueses, não pediram para ir visitar o Terreiro do Paço, pediram para ir visitar visitar os supermercados porque queriam ver aí o posicionamento dos produtos portugueses. São pessoas que vem para fechar negócios”.
Manoel Batista realçou a possibilidade de “abrir canais de colocação de produtos de Melgaço na China” e ainda que os resultados não sejam imediatos “é importante que os nossos empresários comecem a habituar-se a este trabalho de apresentação dos seus produtos aos mercados. Neste caso foi a autarquia que mediou este encontro, noutras alturas serão eles a ter este trabalho”.
A “profissionalização” dos empresários melgacenses nestas acções de marketing é um processo que o autarca vê como positivo, pois será cada vez mais comum para uma região onde o estigma da falta de volume produtivo é uma “falsa questão”. “É verdade que em certos produtos é preciso volume, mas há outros que são para nichos e os nossos vinhos, que já tem volumes consideráveis em alguns produtores, noutros não tanto, podem estar abertos a mercados grandes como o chinês, mas em nichos desse mercado”, aponta Manoel Batista.
Os vinhos, os queijos, o mel, o fumeiro, e a carne de gado bovino criado no concelho melgacense fez parte de uma montra que se apresentou e provou. À espera de “carta branca” está ainda o fumeiro e derivados da carne de porco, cujo embargo da China a Portugal estará prestes a ser levantado, segundo indicações que o representante dos empresários tem da tutela agro-alimentar.

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