Momentos de Poesia – 3

Mais momentos de poesia.

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À CRIANÇA QUE FUI

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Pela inocência perdida e insuprível,

Pela espontaneidade irreprimível,

GOSTA DESTE CONTEÚDO?

Pelo encanto da súbita expressão,

Pelo gesto solidário inesperado,

Hoje choro esse eu, desfeiteado

 Pelo perturbado dom do coração!

À criança que fui peço perdão

por tudo o que depois se passou.

Eugénio de Sá

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Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida

é quando os homens têm medo da luz.

(Platão)

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A criança que fui chora na estrada. Deixei-a ali quando vim ver quem sou. Mas hoje, vendo que o

que sou é nada, quero ir buscar quem fui onde ficou.

(Fernando Pessoa)

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Tentei não fazer nada na vida

Que envergonhasse a criança que fui.

(José Saramago)

 

NESTE RUIR DE VIDA O HOMEM CHORA

Neste ruir de vida o homem chora

Meio perplexo, crendo estar sonhando

Vendo cada castelo desmoronando

Construções que não contam mais agora.

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Cada conflito cresce, inexorável

Por todas as partidas deste mundo

E o sofrimento impera mais profundo

Cada dia mais triste e deplorável.

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E os que a pátria querem defender

Combatem bravamente sem temer

Negando ao invasor a opressão.

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Enquanto os povos tremem d’aflição

Ao ver cair cada ser, cada irmão

Sem atinar sequer c’o que fazer.

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PENSAMENTO

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Eu bem queria ser bonança

nas palavras maduras que vos trago,

e afecto às vossas almas

que faço por tocar c’a minha essência.

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A ARTE DE VIVER

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Das mais ideias que à palavra afloram

Quando se quer da vida fazer arte

Há uma, em si mesma um baluarte

Que tira humanidade aos que a ignoram.

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Sabe o autor desta inspiração

Que a vida duas vezes não se vive

E que tenhamos conta que esta lide

Há que enfrentá-la com são coração.

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Fraternidade é pois a mór palavra

Que tudo vale e tudo significa

Pra quem do amor assume a sua lavra,

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E da Arte de Viver faz cousa rica

Ao ver em cada porta que se abra

Mais um irmão que entra e que fica

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wPoesia

DOLOROSA INTIMIDADE

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Quem não se tenta perante o magnetismo

De um encontro com a sua solidão?

Quem pode resistir à tentação

De desvendar o seu próprio hermetismo?

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Passamos toda a vida a distrair-nos

Tudo é pretexto p’ra não estarmos sós

Porque há receios , há pavores em nós

Do que possamos ser se o descobrirmos.

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Mas um dia quebramos os tabus ;

Seja o que Deus quiser ! – e decidimos

Despir as proteções e ficar nus.

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E aberto o nosso cerne então surgimos

Perante todas as dores da nossa cruz ;

As que, mesmo escondidas, mais sentimos !

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