Monçanense expõe pela primeira vez aldeia de nascimento

Beatriz Gonçalves, emigrante e natural de Moreira, Monção, é desconhecida para a maioria dos monçanenses, assim como os seus desenhos. Contudo, no Salão Paroquial de Moreira aqueles estiveram expostos durante o dia para a apreciação de quem visitava.
“Desde pequena sempre tive este gosto. Quem me quisesse ver feliz era dar-me uma caixa de lápis”, conta, a sorrir. Depois de ter nascido em Moreira foi viver para a Lapa, onde os pais tiveram uma fábrica de blocos. Mais tarde emigrou para França e depois para a Suíça, onde se mantém actualmente. E foi aí que em 2008 expôs pela primeira vez.
Recordando o episódio em que vinha no comboio e à sua frente estava um casal, Beatriz não esquece esse episódio. “Tinha cinco anos, e vinha no comboio com os meus pais e vinha um casal à minha frente. Comecei a desenhá-los e quando foram embora pediram para o levar”, salientava.
Habituada a fazer retratos. A exposição, em Moreira foi um desafio. “Este foi um grande desafio para mim, porque é a primeira vez que desenho paisagens, monumentos e igrejas, porque eu era só retratos”, diz. Acrescentando que “não tenho qualquer formação, mas fui fazendo até começar a sair umas coisas mais ao menos”. No futuro, espera que a filha a siga, já que mostra sinais disso. “Tenho três filhos e a rapariga, que é a mais nova, já mostra alguns sinais de querer seguir as pisadas”.
“Quando desenho, esqueço os problemas todos. Fico sem todos os problemas da vida. Até me esqueço de dormir”, manifestava.
32 quadros foram feitos em 25 dias e muitos deles elaborados pela primeira vez. O palácio da Brejoeira; a igreja de Moreira e o edifício do Vaticano foram algumas dos desenhos a preto e branco expostos no Salão Paroquial.
O desafio foi superado e agora pedem mais, porque “quanto mais difíceis eram mais queria que fossem”. Beatriz Gonçalves, que assina como Bea Trancoso, cedeu todos os trabalhos ao Centro Desportivo, Recreativo e Cultural de Moreira.