Monção recordou Miguel de Oliveira

Comunicado de Imprensa

O jornalista Artur Agostinho considerou-o o inigualável maquinista musical. Um elogio merecido para alguém com uma enorme capacidade artística e uma dimensão humana ao alcance de muito poucos. Monção recebeu-o de braços estendidos. Miguel de Oliveira retribuiu de coração aberto.

Monção lembrou o Maestro Miguel de Oliveira. No Arquivo Municipal de Monção, a propósito da nova toponímia monçanense que engloba uma praceta com o seu nome, recordaram-se muitas histórias, momentos e episódios que ficaram perpetuados na memória de muita gente. Com a presença da esposa, Dona Eunice, as duas filhas, Cristina e Olga, e muitos amigos do saudoso maestro, a casa encheu-se para voltarmos a ouvir falar de um vulto invulgar da cultura monçanense, um cidadão exemplar que recebeu a medalha de ouro do município em 1980. Habitualmente, o Arquivo Municipal de Monção disponibiliza história. Desta vez, fez história.

Fernando Prego, autor de um livro em homenagem a um maestro excecional e pessoa extraordinária, considerou da mais elementar justiça a inserção do nosso maestro na toponímia local e traçou o percurso de Miguel de Oliveira desde o dia do seu nascimento, no dia 2 de maio de 1919, em Ponte de Lima, até ao dia do seu falecimento, no dia 4 de agosto de 1983, em Monção.

Ao longo de duas horas, que ninguém deu por elas a passar, destacou datas marcantes da sua passagem pela capital, presença em espetáculos com dimensão nacional, convívio com nomes relevantes do cinema e música nacional e, como não poderia deixar de ser, a sua passagem de quase duas décadas pela Banda Musical de Monção. As histórias trazidas à tona revelam a criatividade artística e a dimensão humana do maestro. Também a afeição que teve pela sua terra adotiva, a qual apelidou como “terra feiticeira que escolhi para acabar os meus dias”, e a sua importância como diretor artístico e condutor de homens na filarmónica monçanense. As histórias são muitas. Não cabem aqui todas. Fica uma.No dia do falecimento do seu amigo, Avelino Soares, o maestro, com toda a tristeza ao seu redor, compôs e ensaiou, em pouquíssimo tempo, a marcha fúnebre que seria tocada no funeral no dia seguinte. Este episódio é revelador de um fascinante rasgo de criatividade mas também de um conjunto de valores encimados pela força da amizade.

A presença de Miguel de Oliveira na vida social e cultural de Monção passou da mesa para a plateia. Convidados a tal, alguns amigos quiseram associar-se à conferência e, embora embargados pela voz e atraiçoados pela emoção, deram nota de algumas recordações do maestro. José Adriano Cruz, José Manuel Nogueira e Carlos Cardoso trouxeram à luz mais algumas achegas. Que complementam o que já sabíamos: pessoa extraordinária no trato e nas atitudes com uma vocação inata para a música. No final, o público ficou grato por saber mais desta figura ímpar que orgulha a nossa terra.

Presente na sessão, o Vereador das Atividades Socioculturais, Paulo Esteves, lembrou que a conferência teve dois objetivos: Por um lado, elucidar os munícipes sobre a nova nomenclatura das ruas, largos e praças de Monção. Por outro, prestar homenagem a monçanenses, por nascimento ou adoção, que se distinguiram nas suas atividades e constam na atual toponímia. Acrescentou: “A lembrança do Maestro revela vontade em reavivar a sua memória e preencher mais uma página na valiosa história da Banda Musical de Monção, a nossa banda, a banda que Miguel de Oliveira agarrou com carinho e transformou naquilo que é hoje: uma das melhores filarmónicas do país”. A presente comunicação abre um ciclo de conferências que decorrerá, durante o ano, no Arquivo Municipal de Monção. O objetivo é familiarizar todos os munícipes com a nova toponímia monçanense. Os conferencistas, sempre diferentes, vão focar-se nas ruas, largos e praças mas também nos nomes que estiveram na sua origem.

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