Editorial

Montes verdes em chamas? É uma dor de alma indescritível!

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Esta deve ser uma nova forma de acendalhas e de incendiários!

É sem dúvida uma elite, bem preparada para o evento, e também muito bem paga.

As florestas e montes verdes não ardem!

E este ano, salvo raras excepções, os valados, as bermas das estradas e outros espaços públicos e particulares, estavam limpos e rapados de vegetação rasteira.

Esta história não está bem contada!

Experimente cortar uns fetos, umas ervas daninhas etc.tente queimá-las ainda verdes, na mesma hora e vai sentir-se frustrado.

GOSTA DESTE CONTEÚDO?

Tal como eu me senti, ao gastar imenso dinheiro, a cumprir a lei, a vender pinheiros mais grossos para ganhar espaço entre o arvoredo, e agora sou confrontada com este desastre nacional.

É uma autêntica catástrofe!

Que obviamente vai gerar críticas, acusações e sobretudo um desânimo indescritível, ao pobre dono das terras. Trabalhou, cumpriu a lei, pagou e continua a perder.

Atrevam-se a discutir com alguém que ficou sem casa. Permitam-se dizer, que há assuntos mais importantes que os fogos. E preparem-se para apanhar uma valente paulada, de um português de gema, que infelizmente sabe bem demais o que é a corrupção, os intermediários e os eventuais mandantes.

Além disso o valor comercial da madeira queimada, desce de forma significativa. Está sem casca, pesa muito menos, e é subvalorizada.

O peso da tonelada desce abruptamente. O proprietário está sempre a perder!

Além de tudo isto, dá muito menos trabalho às fábricas transformadoras, foi adquirida quase de graça e é um enorme desperdício para o dono.

PORQUÊ???

Porque o proprietário só quer limpar o terreno, que está repleto de cinzas, e madeira queimada. Não nasce mais nada naquele local, até tudo ser renovado.

Isto é um ultraje!

Se há culpados, por favor que sejam penalizados! Os que pegaram fogo estrategicamente, em várias frentes, quase em círculo. O fogo não acontece dessa forma.

A culpa foi só do vento???

Os que pagaram aos incendiários, serão os mais culpados, mas também um certo tipo específico de investidor, que  à “posteriori”, vai aparecer como o salvador da situação!

Todos estes intervenientes têm culpa.

E havendo provas físicas e testemunhas, eles devem pagar aos proprietários a dívida em questão.

Depois por favor, de forma séria e pedagógica, que sejam obrigados a limpar, com as próprias mãos esses terrenos.

Por favor, façam isso!

Acreditem é pedagógico!

Então?? Muitos serão cidadãos tão perfeitos, que até apanham os dejectos dos seus animais, de raças caríssimas e com pedigree, nos passeios citadinos, são um exemplo de cidadania.!?

Serem obrigados por sentença judicial, além da multa, do pagamento dos prejuízos, a apanhar cinzas, e pedaços de madeira, não é sequer um trabalho árduo, além disso, também não cheira assim tão mal.

Pois é! É a velha questão do dinheiro rápido, fácil e garantido, que enriquece o oportunista e destrói PORTUGAL.

Agora nós, meus irmãos e companheiros de viagem neste país plantado à beira mar, cujas árvores são nossas, dos nossos pais e avós, e que só alguém sem terra se atreve a destruir.

Portugal chora! Chora os bombeiros que morreram no combate ao fogo!

Chora as famílias que perderam os seu familiares, numa luta inglória, contra um inimigo criado estrategicamente, para matar e destruir.

Nós não vamos perdoar a estes intrusos, que insistem em martirizar o nosso país.

Para quando um dia de Luto Nacional, pelos bombeiros mortos ou feridos?

Para quando a intervenção atempada do exército português, na limpeza das matas e na ajuda ao combate aos fogos?

Para quando um pelotão do exército, de intervenção rápida, no socorro às pessoas em perigo? Com meios e um grupo coeso e bem treinado.

O que é também inadmissível, é a morte dos bombeiros em serviço. Morrem uns atrás dos outros, por falta de meios, comunicações deficitárias,  exaustão e ou enganos na localização exacta.

Ninguém parece incomodado!

Que Portugal é este?

Logo que o turismo abranda em determinadas zonas, começam os incêndios.

Encontrar e colocar estes e outros culpados, com ferramentas adequadas a abrir espaços de terra batida para retardar o fogo nos montes.

E com pás, a atirarem terra ou areia para as zonas a arder.  Assim como apagarem pequenos fogos, com toldos, farrapos ou galhos molhados.

É uma tristeza enorme que todos sentem! Uma impotência terrível perante este ladrão, que nos rouba a alma.

Estas MORTES não podem ficar, só no papel e nas estatísticas!

PORTUGAL não vai aceitar!

Aos nossos representantes parlamentares pede-se contenção.

Meus senhores, Vossas Excelências esqueçam aquelas discussões intermináveis de índole e carácter, unicamente partidário.

Tentem unir esforços, para formarem um parlamento unido na justiça e verdadeira punição dos culpados.

Desçam ao terreno, deixem o governo governar, e pensem no pobre Portugal que não consegue respirar com o fumo, nem viver com mais esta perda significativa de vidas.

Em primeiro lugar os incêndios.

Em simultâneo a organização das comunidades educativas, as questões do ensino e da violência nas escolas.

Em terceiro lugar, os problemas graves de habitação.

A votação do orçamento de estado, já não será problema! É preciso agir!

Deixemo-nos de filosofias…

Portugal está a arder, em várias frentes reais e destruidoras.

Meus Senhores, Vossas Excelências sabem quais são as verdadeiras prioridades do país, neste momento!

Portugal precisa de decisões rápidas e oportunas!

Para que serve um país destruído?

Para que servem as discussões, e os jogos políticos neste momento?

Por favor, saibam escutar o povo português!

Saber escutar,  é provavelmente a única forma inteligente e racional, de resolver todos os problemas.

Que o povo português não diga outra vez a uma só voz:

” Na Assembleia passam o tempo em ataques pessoais e a pedir explicações. Falam de tudo, menos dos nossos problemas reais. Ninguém sabe, o que estão eles lá a fazer.

Se é para mostrarem que sabem falar, mais lhes valia ficarem calados.”

 

*Autor anónimo, de 67 anos, reformado e atento a tudo o que ouve e lê. 

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