Moradores da Cova contra implantação de grande superfície comercial

Moradores da Cova, Meadela, mobilizam-se contra «construção polémica» e exigem «transparência» da Câmara Municipal.

Os moradores da Cova, na Meadela, Viana do Castelo, afirmam estarem unidos contra a edificação desta grande superfície comercial numa zona residencial, que em seu entender, «não cumpre» com o previsto no Plano Diretor Municipal (PDM) em vigor.
Consideram que todo o processo tem sido conduzido de forma «pouco transparente» e que, após manifestação pública contra por parte de um conjunto de cerca de 300 cidadãos, a Câmara Municipal de Viana do Castelo «tenta, à pressa, através de procedimentos administrativos, pouco claros, viabilizar a empreitada».
Face a esta situação, está agendada uma reunião para 6ª feira, às 18h30, na Associação de Moradores da Cova, com a presença de todos os cidadãos que se manifestam contra a construção deste espaço comercial. O objetivo é discutir estratégias e exigir esclarecimentos. Este movimento cívico e apartidário pretende dar visibilidade ao caso junto da comunicação social e angariar apoio para impedir uma decisão que «pode comprometer» a qualidade de vida da comunidade.
«Numa fase em que verificamos uma carência enorme de habitação em todo o país, a Câmara Municipal de Viana do Castelo, prescinde da construção de habitação numa zona claramente residencial, dando prioridade á construção de um edifício comercial de grande dimensão, onde é discutível a utilidade do espaço nesta zona» – acrescentam os moradores em comunicado.
Apelam, ainda, à participação de todos e reforçam que «não aceitam decisões impostas sem consulta pública e sem respeito pelo interesse dos residentes».

O MD apurou que esta superfície se trata da DECATHLON, prevista para ocupação de uma área de 5.000 m2 e com estacionamento para 140 automóveis. Esta empresa comercializa material desportivo, equipamentos, acessórios, calçado e roupa para adultos e crianças.

A nossa Redação pediu um comentário ao Presidente da autarquia para, querendo, contestar esta posição, pelo que a qualquer momento actualizaremos a notícia, o que agora aconteceu e que transcrevemos na íntegra:

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Esclarecimento da Câmara Municipal de Viana do Castelo

Construção de Estabelecimento Comercial na zona da Cova, Meadela

GOSTA DESTE CONTEÚDO?

 

            Na sequência de um abaixo assinado que contesta a construção de uma superfície comercial em Viana do Castelo, a Câmara Municipal esclarece o seguinte:

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  1. O local onde ficará implantado o estabelecimento é caracterizado por possuir (ou poder vir a possuir) uma ocupação do solo de tipo predominantemente habitacional, equipamento, comércio e serviços e elevado grau de infraestruturação.
  2. No caso, está em causa a construção de um estabelecimento comercial e não de uma grande superfície (área inferior a 2000 m2); ou seja, o uso proposto – estabelecimento de comércio­ – enquadra-se no uso previsto para esta categoria de espaço;
  3. O projeto cumpre o Plano Diretor Municipal e Plano de Urbanização da Cidade de Viana do Castelo;
  4. No processo de licenciamento, foram tidos em conta a envolvência e o seu enquadramento; foram solicitadas obras de urbanização para integração de todas as infraestruturas (no âmbito da análise da pretensão foi tido em consideração a integração do estabelecimento na envolvente em termo de cércea e alinhamento, foi salvaguardado que a cércea proposta, ao longo da Rua das Oliveiras, não fosse superior ao muro de vedação em pedra existente ao longo desta via); e foram tidos em conta os pareceres dos setores específicos, nomeadamente da Mobilidade.

Viana do Castelo, 14 de março de 2025

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1 comentário

  1. É uma praga que surge, sempre que haja um pedaço de terreno disponível, e que vai secar uma data de lojas de referência.
    A habitação , dita social, as Câmaras não a querem fazer, preferem receber e ter menos dores de cabeça.
    Extrapolando, o que dizer, comparativamente, com o Alojamento Local, o que sugava casas para arrendamento, como se os privados tivessem esse dever, e por isso foram proibidos(?).

    Os hotéis são anunciados às dúzias, de uma assentada, para a cidade do Porto, bem no Centro Histórico da cidade.

    Perante tudo isto, é fácil de compreender onde estão os interesses.

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