Jorge VER de Melo
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A nossa juventude brinca muito com a morte virtual.
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Os jogos que divertem imensas pessoas, demasiadas vezes terminam com a morte virtual.
Esta vulgarização da morte e da agressividade utilizadas nesses jogos estão a provocar modificações perigosas no comportamento da juventude atual.
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É prático ter um filho sossegado, entretido com um computador. Acontece que em várias situações eles não estão tão sossegados como imaginamos.
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A nossa pretensão é conseguirmos tê-los controlados e sob vigilância. Pensamos que ali estão fora de perigo, longe de aprenderem formas de vida que não estejam de acordo com a educação e preparação futura que queremos incutir-lhes.
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Só que esses joguinhos que até parecem inofensivos, estão carregados de influencias nos procedimentos dos nossos filhos ou netos.
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A sociedade ainda não se apercebeu bem do que é importante nesta situação. Seria totalmente errado querer acabar com os videojogos, então há que ponderar o facto e analisar exaustivamente o que existe de bom e de mau para a educação das crianças ao conviverem com esta nova ferramenta.
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Em primeiro lugar temos que nos convencer de que tudo que é exagero está errado, logo, tem que existir disciplina na sua utilização.
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Alguns estudiosos afirmam que as novas tecnologias estão a entrar demasiado cedo na vida das nossas crianças, mas não é verdade. Apenas se trata de uma nova ferramenta que por essa razão causa imensa curiosidade e por vezes, ocupa muito tempo na descoberta da sua conveniente utilização.
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Dizem também que os desvia das brincadeiras coletivas e da interação social o que também não corresponde à verdade pois existem imensos jogos online em grupo e sites sociais. Esse processo até pode auxiliar no desenvolvimento de algumas capacidades que de outra forma não seriam possíveis.
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Vamos então falar de alguns verdadeiros malefícios:
– Provoca obesidade. Devido ao sedentarismo de todas aquelas horas sentado junto ao ecrã. Normalmente aumenta o apetite, atrofia os músculos e causa problemas cardiovasculares;
– Lesão por esforço repetitivo. Ao utilizar sempre os mesmos músculos na manipulação do rato ou do joystick;
– Danos psicológicos. Provocados pelo conforto que sentem com a realidade virtual o que os leva a compartilhar e a conviver com situações que estão fora do contexto real e assim confundem o virtual com a realidade;
– Vício. É outro dano psicológico que deve fazer parte da nossa vigilância. Nestas circunstâncias é aconselhavel pedir auxílio a profissionais competentes.
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Estes dois últimos malefícios são talvez os mais perigosos porque podem afetar-lhes o futuro. Toda essa confusão que os leva a fazerem uma avaliação errada da sociedade, precipita a troca de ideias com grupos de pessoas que os podem influenciar a tomar atitudes radicais.
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Lembramos aqui os atentados de alunos aos colegas e professores das suas próprias escolas, principalmente nos EUA. Recordamos também aqueles adolescentes que repentinamente fogem de casa dos seus pais para se juntarem a grupos terroristas.
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É nestas situações que o jovem confunde a morte virtual com a morte real, a vida real com a vida dos jogos virtuais e acontecem as desgraças porque ainda não existe uma educação específica para o bom funcionamento destas novas e úteis ferramentas.
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Qual a função dos adultos experientes? Devem ter o cuidado de aproveitar os benefícios que se podem retirar deste novo modo de vida. Vejamos alguns:
– Aperfeiçoamento da coordenação motora. Esses jogos contribuem para o aprimoramento da coordenação do corpo e da mente;
– Mais rapidez no raciocínio. Adquirida ao tomarem contacto com novos padrões de situações que os obrigam a agilizar o raciocínio para resolver as adversidades instantâneas desses jogos;
– Mais capacidade para o reflexo-motor. Ela é desenvolvida pela rapidez exigida na solução problemas relacionados com atitudes motoras;
– Criatividade. É incentivada pela exigência de soluções para as situações que lhes são apresentadas instantaneamente;
– Preparação para novas situações na vida futura. Com todas estas capacidades exigidas nesses jogos e com a permanente troca de conhecimentos entre os intervenientes, o jogador fica mais desperto e mais autónomo para poder encarar uma profissão desde que goste daquilo que está a produzir.
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Não será urgente ensinar esta nossa juventude a distinguir aquilo que é virtual de tudo o que existe na realidade?