Manso Preto
Director e Editor
w
Como é público, muito justamente a Assembleia da República aprovou uma resolução no sentido de obrigar os Partidos a aumentarem as quotas das mulheres nas suas listas, sejam em eleições legislativas ou autárquicas. Uma reivindicação que só peca por tardia e que serviu de ‘bandeira’ a organizações defensoras dos direitos das mulheres. Mas… será que há consciencialização e vontade política por parte delas?
Não, não há!
Nos contactos que, por razões profissionais, vou tendo com os principais responsáveis partidários, a realidade é que todos se queixam – e lamentam – a dificuldade que têm tido para as convencer a integrarem listas candidatas às próximas eleições autárquicas.
Normalmente, as mulheres são mais contidas que os homens, mais recatadas, mais senhoras da sua privacidade que não querem perder e – muito menos! – receosas das repercussões caso a lista que integram der para o torto, não tanto em termos de votação mas em alguns tristes e lamentáveis cenários do passado, com tricas internas suicidas.
Cá por mim, eu que sou um heterossexual ‘militantista’ (como escreveria o saudoso Jorge Amado), embora respeite quem ‘pega de empurrão’ (como também afirmaria o impagável cartonista José Vilhena), adoraria ver mais mulheres a ‘perfumar’ os corredores do poder e serem esteio de novas posturas na política.
Haja coragem, consciencialização política e assunção de cidadania!