Município de Arcos de Valdevez «comprometido» com a Diáspora

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Em entrevista ao Presidente da Câmara Municipal de Arcos de Valdevez, João Manuel Esteves, ficamos a conhecer, quase ao pormenor, a política de proximidade com as comunidades estrangeiras e como funciona o Gabinete de Apoio ao Emigrante que oferece opções de ajuda e informação a todos aqueles emigrantes reformados que desejam regressar à terra, bem como a todos os espalhados pelo mundo e que necessitam regressar ao seu país de origem, por situações de risco como, por exemplo, a comunidade portuguesa e os seus descendentes na Venezuela. Dali não se expulsa a quem vai pedir ajuda…

Para João Manuel Esteves o contacto com a Diáspora é fundamental. “Mantemos um contacto regular seja com as comunidades portuguesas, e especificamente arcuenses, e com o movimento associativo que nesses sítios envolvem atividades culturais, empresariais e, assim, intensificamos bastante as relações entre o Município e essas pessoas que são arcuenses mas que estão fora”.

 

Para o autarca este elo de ligação é de extrema importância porque garante uma parceria “que nos permite intensificar laços culturais e económicos; porque muitas destas comunidades têm exportação de produtos, nomeadamente empresas com produtos locais ou ligadas ao setores de construção civil, por exemplo, e assim há um intensificar das relações entre indústrias que estão sediadas aqui em Arcos de Valdevez e que, através destas nossas comunidades, exportam os seus produtos”.

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O edil esclarece que uma das estratégias mais importantes e palpável para o desenvolvimento do território e que ajuda a minimizar a falta de população nas nossas vilas e aldeias é, sem dúvida, a atração de investidores que, ligados ou não à terra, possam contribuir para o desenvolvimento dos territórios mais esquecidos e que teimam em ficar desertificados. “Estas relações permitem também poder atrair investimento para Arcos de Valdevez. Nós temos muitas pessoas/empresas, estrangeiras que vieram por se terem identificado mais com a nossa terra devido a todos aqueles arcuenses que estão noutras terras, como emigrantes, que ajudaram e contribuíram para que muitas das empresas hoje aqui sediadas, ficassem por cá, nas nossas zonas industriais, nua atração de investimento estrangeiro”.

 

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As estratégias de apoio ao investimento e de apoio aos emigrantes e luso-descendentes, é de suma importância para o Executivo e por isso “é que decidimos, no início deste mandato, constituir então o Pelouro da Diáspora e Relações Internacionais que, na altura, foi muito falado por causa de ser uma boa prática de relacionamento com as comunidades e que nos levou a intensificar muito essa relação”, vinca. De igual forma, e com a necessidades crescente de interligação com as comunidades portuguesas no estrangeiro “criámos também o Gabinete de Apoio ao Emigrante que tem como principal objetivo ajudar os emigrantes que regressam, ou aqueles que ainda estão nos países de nascença e acolhimento, mas que solicitam informação em várias áreas. Questões relacionadas com a Câmara Municipal (água, licenças, etc.) Ou então, informações acerca das freguesias. Neste gabinete ajudamos as pessoas com situações relativas ao SEF, saúde, educação; e por fim, pessoas que precisam de apoio social, sendo a Câmara Municipal a ponte entre a pessoa e o gabinete de apoio social, ação social e segurança social”.

 

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O trabalho é árduo, e João Manuel Esteves está ciente da enorme responsabilidade que é receber todas estas pessoas que, por vezes, chegam ao território em situação de risco, fragilidade e com uma grande necessidade de ajuda. “Como no caso específico da Venezuela, é ajudar a que as pessoas possam sair. Sermos um elemento facilitador de contacto entre a estrutura diplomática portuguesa e as entidades que estão no terreno para tentar acelerar esse processo”, afirma.  

 

Garante que a população emigrante é uma parte fundamental para o desenvolvimento da terra e por isso “quando vamos ao estrangeiro tentamos intensificar as relações com os governos locais, embaixadas, consulados, autarcas portugueses, e isso permite-nos criar laços e contactos importantes com associações empresariais, por exemplo, e tudo na busca da promoção concelhia e de eventual apoio aos nossos emigrantes que queiram regressar”.

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A política de fixação de pessoas é um dos alicerces deste Executivo. É um dos pontos fortes que pretende ajudar não só a promoção concelhia, como o próprio Presidente afirmou, mas também para o desenvolvimento da indústria, do emprego, no fundo, da sociedade arcuense. “Se nós ajudarmos a fixar mais pessoas aqui, criando o seu próprio emprego, ou sediando as suas empresas cá, ajuda a fixar. Ao atrair investimento atraem-se pessoas. E não só nesta vertente dos empresários. Também na vertente do regresso”.

 

A Câmara Municipal de Arcos de Valdevez tem sido apontada, em várias situações, e por diversos motivos, como uma Autarquia com uma gestão eficiente ao que João Manuel responde com firmeza. “Aquilo que nós fazemos é ter muito empenho naquilo que fazemos. Acreditamos no que fazemos. E o feedback das pessoas tem sido favorável. E principalmente nós não fazemos só para as pessoas. Nós fazemos para as pessoas e com as pessoas. Queremos que eles também façam parte deste processo. Facilita-nos muito a vida. Que as pessoas também se sintam envolvidas e na Câmara Municipal é isto que acontece. Não temos grandes equipas (em números) mas temos muita vontade e, portanto, isso funciona. Ajuda-nos a expor as nossas ideias”, garante.

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João Manuel Esteves acredita que cada vez mais o trabalho autárquico tem de estar direcionado para as pessoas, para as necessidades dos munícipes e, acima de tudo, para o reconhecimento das falhas e das necessidades existentes a nível estrutural. Garante que a povoação do território é necessária e a consequente fixação de pessoas tem de ser conseguida com um plano estratégico, com capacidade de resposta. “É necessário que no governo, junto das Câmaras, possa haver uma estratégia de acolhimento/atração que seja o mais integrada possível. Nós temos contacto com o Secretário Geral das Comunidades para delinear todas estas estratégias; mas precisamos duma alteração em termos da política europeia. Precisamos um outro tipo de envolvimento. Para que o apoio seja diferente. Para que seja um apoio mais concreto”, culmina.  

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