A Câmara Municipal de Ponte da Barca deliberou, por unanimidade, aprovar a proposta apresentada pelo presidente Augusto Marinho no sentido de rejeitar a entrega da gestão em baixa das águas e saneamento à parceria pública entre as Águas de Portugal, S.A. e os municípios do Alto Minho aderentes. Caso esta parceria se materialize – mediante a criação de uma empresa – o controlo e gestão ficará a cargo das Águas de Portugal S.A, com 51% do capital, restando assim 49% aos municípios que pretendam aderir à parceria.
Um processo de decisão que, por iniciativa do autarca barquense, envolveu – desde o início – todos os vereadores, presidentes de Juntas de Freguesias, presidente da Assembleia Municipal e Partidos Políticos com assento na Assembleia Municipal, por forma a que o debate sobre as propostas apresentadas fossem o mais amplamente discutidas, assegurando uma forma mais eficaz de participação de todos os autarcas num processo de tão elevada importância.
O sistema de abastecimento de água em Ponte da Barca assume um modelo de gestão dual, em que o Município é a entidade gestora no abastecimento de água em 14 das 25 freguesias, nomeadamente: Azias, Boivães, Bravães, Crasto, Lavradas, Nogueira, Oleiros, Paço Vedro de Magalhães, Ponte da Barca, Sampriz, Vade S. Pedro, Vade S. Tomé, Vila Nova de Muía e Vila Chã Santiago. Nas restantes freguesias são as próprias que atuam como entidade gestora, nomeadamente: Britelo, Cuide de Vila Verde, Entre-Ambos-os-Rios, Ermida, Germil, Grovelas, Ruivos, Touvedo S. Lourenço, Touvedo Salvador, Vila Chã S. João, lugar de Porto Bom da Freguesia de Crasto, lugar de Mourelo da freguesia de Azias e lugar de Boivivo da Freguesia de Vade S. Pedro. A exceção é Lindoso, em que a Associação de Baldios da freguesia se assume como entidade gestora.
A total ausência de uma estratégia para expansão da rede de água e saneamento pelo concelho – vivida até ao presente – resultou na necessidade de investimentos urgentes na expansão e renovação destes sistemas, assim como na implementação de sistemas de tratamento elétricos em sistemas geridos pelas freguesias.
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O modelo de investimento proposto pelas Águas de Portugal, SA, a par do aumento considerável do valor das tarifas a serem pagas pelos consumidores, previa apenas a modernização dos sistemas existentes, nomeadamente na reabilitação, renovação e substituição, ficando excluída a proposta de expansão da rede que ficaria por inteiro a cargo do município.
Esta proposta mereceu a rejeição por parte da Câmara Municipal, sendo uma posição acompanhada por todas as Juntas de Freguesisa do concelho e que surge na sequência de várias – e intensivas reuniões – entre os autarcas barquenses e o Grupo Águas de Portugal, SA, que tiveram lugar nos últimos meses em Ponte da Barca por iniciativa da autarquia presidida por Augusto Marinho.
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Assim, nos termos da proposta apresentada pelo Presidente Augusto Marinho, considerando a ausência de investimento pela parceria na ampliação dos sistemas de abastecimento de água e saneamento; o reduzido investimento para as beneficiações de redes em mau estado; o aumento dos custos que o Município terá de suportar atendendo aos autoconsumos; a perda de poder de decisão em determinados processos, tais como a atribuição de tarifários especiais e ainda a elevada tarifa que se prevê que a parceria irá praticar, «a Câmara Municipal deliberou por unanimidade a não adesão à parceria com as Águas de Portugal, SA para gestão dos sistemas em baixa de abastecimento de água e saneamento».
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