Joaquim Letria
Professor Universitário
Os nossos queridos funcionários públicos andam nervosíssimos por causa da ADSE. É compreensível. Sempre e só preocupados com a progressão na carreira, têm agora que apoquentar-se em saber quem lhes vai pagar as despesas com a Saúde.
Em 2006, os jornalistas portugueses foram espoliados da sua Caixa de Previdência e Abono que no Estado Novo havia sido uma conquista da classe e uma vitória dos anarco-sindicalistas. Pagávamos as despesas com a saúde e a Caixa reembolsava-nos cerca de 80 por cento. Além do mais, a Caixa pagava sem retorno abonos a jornalistas desempregados e ajudava outros em dificuldade, para além de emprestar dinheiro para a compra de habitação sem pagamento de juros.
O dinheiro para tudo isto era nosso: para além das contribuições que a Caixa nos cobrava, geria ainda um fundo de valor apreciável, gerado pelo pagamento de um por cento das receitas publicitárias que as empresas proprietárias dos jornais, das rádios e mais tarde da televisão tinham concordado em pagar.
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Em 2006, o Governo do Sócrates disse que isso era um privilégio inaceitável e que dispúnhamos do Serviço Nacional de Saúde para nos tratarmos. Roubaram-nos 20 milhões de euros que nos pertenciam e fecharam a Caixa quando esta era presidida pela Jornalista Maria Antónia Palla, por acaso mãe do actual Primeiro-Ministro António Costa.
Dizem que o dinheiro foi absorvido pelo instituto da Segurança Social , e nós fomos para seguros ou para o Serviço Nacional de Saúde. E pronto, não se falou mais nisto. Como não eramos amigos daquele Santos Silva que ainda hoje sustenta o Sócrates, deixámos de ter privilégios…
Ouvi a muitos estimáveis funcionários públicos dizerem que assim é que era. Aquele Governo cortava a direito. Ai meus queridos, não tenham dúvidas! E estão todos aí outra vez! E só não vos tiram a ADSE porque querem os vossos votos. Tenham cuidado com o Centeno, que esse só pensa no vosso dinheiro.