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Narcotráfico, Branqueamento e Política passam pelo Alto Minho!

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MÃO DA JUSTIÇA NÃO CHEGA A MELGAÇO E CAMINHA!…

O Minho continua a ser o cenário ideal para as redes galegas de narcotráfico fazerem o  branqueamento de dinheiro! Depois da intervenção judicial de três quintas produtoras de vinho alvarinho do Clã dos Charlins em Monção, novamente por solicitação da Audiencia Nacional de Madrid, coube agora a vez de outras imponentes propriedades da rede de Marcial Dorado, localizadas em Melgaço e Caminha.

Filhos a representarem o narco patriarca sucessivamente convidado pelos autarcas de Melgaço a montar o stand na emblemática festa de Melgaço.

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O filho de Marcial na ‘Festa do Fumeiro’ com um foto panorâmica ao fundo da Quinta do Feital em Seixas, Caminha.

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O narcotraficante e, atrás, os filhos que cuidam da ‘imagem’ do patriarca nos negócios no Minho.

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Assim se lava mais branco no Minho

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Em primeiro plano o capo do narcotráfico a passear-se no seu iate com o presidente da Xunta da Galicia de férias nas Rias de Vigo e Ibiza.

Estas últimas continuam a trabalhar normalmente, através dos filhos do ex-contrabandista de tabaco, condenado por narcotráfico e branqueamento de dinheiro, e até fazem questão de montar habitualmente um stand  promocional na conhecida ‘Festa do Fumeiro‘ em Melgaço onde são convidados pelo poder político, desde Solheiro até aos tempos presentes! O capo Marcial Dorado soube, habilidosamente, criar os seus tentáculos de influência, a quem não escapou Feijoo Nuñez, presidente da Xunta de Galicia e do PP (Partido Popular) nesta região, com quem passava férias e se passeavam em iates do narcotraficante pela Ria de Vigo e Baiona, bem como por praias de Ibiza.

As autoridades espanholas conseguiram, finalmente,  chegar a um acordo com a Suíça que não só permitiu a apreensão e transferência para o país vizinho de cerca de 3,5 milhões de € em nome do galego Marcial Dorado Baúlde, como recolher enorme quantidade de documentação que permitiu chegar às suas empresas-fantasmas  por onde corria o dinheiro a um ritmo frenético e incessante. Mas também outros paraísos fiscais, como Bahamas, decidiram colaborar.

O dinheiro era movimentado no país helvético através do suíço Vicenzo Liparulo que tem antecedentes por tráfico de drogas, sendo este ‘o administrador e gestor do património de Marcial Dorado e suas sociedades‘ no estrangeiro. Este processo judicial teve início no Tribunal de Vilagarcia, Galiza, onde, finalizada a instrução, foi encaminhado  para a Audiencia Nacional que, numa comissão mista com as autoridades helvéticas conseguiram chegar a acordo para que a magistrada suíça prescindisse de actuação em favor das autoridades espanholas. Marcial Dorado acabaria detido e condenado a 10 anos de cadeia na sequência da apreensão de 3 toneladas de cocaína no barco South Sea do qual havia fortes indícios de ser indirectamente proprietário. Num outro processo  em que o capo foi condenado a mais 6 anos por branqueamento de 21,5 milhões de euros, sendo dois dos seus filhos absolvidos (na foto no stand da Festa do Fumeiro) enquanto uma outra filha acabaria condenada a 3 anos, apurou-se que Marcial era ainda proprietário de 12 garagens, várias estações de serviço e 16 estabelecimentos comerciais.

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A implicação do clã Marcial  Dorado nesta operação policial, através do Serviço de Vigilância Aduanera ( SVA ), foi determinante para se ultrapassar as barreiras do sigilo bancário naqueles paraísos fiscais, permitindo descobrir-se que através da sociedade anónima ‘Progamallo‘, pertença do narco-patriarca, eram investidas avultadas quantias em dinheiro para outras empresas constituídas legalmente em nome de Marcial, familiares e testas-ferro. A Sociedade Agrícola Quinta do Feital, proprietária da ‘Quinta do Dorado‘ (alvarinho) em Paderne, Melgaço, e uma outra, a do ‘Feital‘ e com Capela, em Seixas, Caminha. Só em Portugal as autoridades conseguiram apreender cerca de 300 mil € numa conta, embora tivessem sido bloqueadas outras cinco em montantes que não conseguimos apurar. Em Espanha, Marcial ‘apenas’ tinha 500 mil € que igualmente foram confiscados.


Conexão Portuguesa

O pacto social, a ‘Quinta do Feital – Sociedade Agrícola e Turismo, Lda.‘, proprietária das herdades em Melgaço e Caminha, indica como sócios o narcotraficante galego Marcial Dorado Baúlde e a ‘ Progamallo, S.A. ‘ de que é titular e que centralizava na Suíça todo o dinheiro proveniente das actividades ilegais. Segundo a magistrada de acusação do Tribunal superior de Madrid, esta empresa anónima era ‘a chave de toda a rede societária‘ onde , além do Alto Minho, investiu em Parques de Estacionamento em Madrid e Málaga, uma vivenda ainda na capital e 170 quintas em Espanha e Portugal. Esta empresa tem domicílio fiscal na rua Palácio de Vidro, em Lisboa. De registar que no mês em que as autoridades judiciais espanholas confiscaram as contas bancárias da Progamallo na Suíça e Bahamas, a família Dorado transformou a empresa por quotas da Quinta do Feital em sociedade anónima com correspondente aumento de capital de 17.667,85 € para 1.300.000.000 €  ‘integralmente subscrito em dinheiro‘. É a partir desta altura que surgem os familiares do narcotraficante: Maria Dorado Fariña, Lídia Dorado Fariña e Marcial Dorado Fariña ! A Quinta do Feital havia sido adquirida em finais de 2004, por intermédio de um advogado de Caminha, a um coreano residente no Porto que, entretanto, faleceu.


 

Alvarinho Dorado

 O narcotraficante galego, através da propriedade de Paderne, Melgaço, acabaria por lançar no mercado a marca de vinho ‘Dorado Alvarinho’ que tem sido presença regular com um stand promocional na conhecida ‘Festa do Fumeiro’ em Melgaço. No ano de 2005, este vinho foi considerado pela Wine Spirits, uma conhecida revista americana da especialidade, como dos 100 melhores a nível mundial. Situação que terá deixado o galego particularmente feliz e que, como se pode ler no site da Quinta «das 50 mil garrafas que produz, 40% são vendidas para os E.U.A.».

NOTA: Ver fotos nesta Edição do MINHO DIGITAL da notícia sobre a ‘Festa do Fumeiro’ que decorreu há 3 semanas onde, uma vez mais, os filhos do narcotraficante foram convidados a representar a Quinta que, apesar de confiscada pela Audiencia Nacional de Madrid, curiosamente permanece intocável em Portugal!…

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4 comentários

  1. um excelente trabalho de

    um excelente trabalho de investigação. algo que já é marca do jornalista Manso Preto

    1. Obrigado, amigo! Faço o que

      Obrigado, amigo! Faço o que posso mas a luta deve ser de todos nós, a sociedade! Abraço.

  2. alvarinho perfumado
    Como nos filmes de Felini também no Alto Minho os detentores do poder são pouco escrupulosos na hora de se associar ao capital seja ele branco, sujo ou carregue miséria e destruição humana. Parabéns M.Preto pelo excelente trabalho de investigação.

Os comentários encerraram.

geral@minhodigital.pt
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