Natal. Esperança na consolidação da dignidade da pessoa humana

Os sentimentos verdadeiros, puros, incondicionais, certamente que provocam alegrias e tristezas, dor, sofrimento, desgostos, mas também muita felicidade quando vividos com: solidariedade, amizade, lealdade, reciprocidade, estima, carinho, gratidão, humildade e respeito.

Até porque: «A conexão entre duas pessoas só é plenamente exercida quando a intimidade é vivida pela expressão clara dos sentimentos (…). Como Jesus previu, é preciso pureza de coração para construir um relacionamento feliz.» (BAKER, 2001:130).

Esta caraterística inimitável e infalsificável, que existe em todos os seres humanos, ou seja, os sentimentos, constitui o núcleo mais intenso que, de alguma forma, comanda a vida. Claro que as emoções envolvem, com maior ou menor intensidade, perturbações, reações, conflitos e decisões. No sentimento do amor, inclusive ao nível do “Amor-de-Amigo”, ele será tanto mais genuíno, quanto é acompanhado por um outro que não sendo doentio, é a prova da pureza daquele.

Na verdade: «O ciúme é um sentimento inato com um papel importantíssimo na preservação das relações amorosas e do qual ninguém escapa. Mas o ciúme tem muitas formas e pode até ser um elemento de felicidade, na vida do casal.» (TORRALBA, 2010-orelha da contracapa)

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Natal é tempo para tudo de bom que se deseja fazer. É tempo para refletir sobre o passado, tentar descobrir as razões porque correram mal certos projetos, porque se chegou a determinadas situações. É tempo para reparar, para reconstruir, para agradecer, para perdoar, para retomar um novo caminho, lutar por uma nova esperança, de contrário: «Quando nos apegamos às nossas opiniões com agressividade, por mais válida que seja a nossa causa, estamos pura e simplesmente a acrescentar mais agressividade ao planeta, e a violência e a dor aumentam. Cultivar a não-agressão é cultivar a paz.» (CHODRON, 1997:141).

Este é o tempo de se criar uma paz genuína: entre as pessoas, famílias, vizinhos, comunidades, povos e nações. Hoje, mais do que nunca, face às inúmeras e, possivelmente prolongadas dificuldades, de natureza económica, política, social, religiosa e axiológica, é indispensável assumir a paz como um desígnio universal.

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Em bom rigor: «A verdadeira paz é sempre possível. No entanto requer força e prática, particularmente em tempo de grandes dificuldades. Para alguns a paz e a não-violência são sinónimos de passividade e de fraqueza. Na verdade, praticar a paz e a não-violência estão longe de ser uma atitude passiva. Praticar a paz, fazer a paz viver dentro de nós, é cultivar ativamente a compreensão, o amor e a compaixão, mesmo em situações de confusão e conflito.» (HANH, 2004:8).

Tempo de Natal e da família, no contexto da reunião à volta da mesa da Ceia da Consoada. Dia do nascimento de Jesus Cristo, segundo algumas doutrinas. Dia de alegria para umas pessoas, pelo convívio, pela reaproximação; mas também de tristeza e de saudade para aquelas que perderam ou estão longe dos seus entes queridos, que tanto amam.

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Dia para amigos desencontrados se compatibilizarem, se amarem como já se amaram no passado, num sincero e inigualável “Amor-de-Amigo”. Dia para se perdoar os erros e se mostrar solidariedade, amizade, lealdade, reciprocidade, confiança, estima, carinho, respeito e comunhão de valores, sentimentos e objetivos comuns. Dia para recuperar alguma felicidade perdida. Dia para fazer as pazes entre amigos que tanto se gostavam e que por influências ou medos se afastaram.

Neste dia de Natal, tão especial para a esmagadora maioria das pessoas, a mensagem que se deseja transmitir, vai no sentido da renovação da Esperança, em todas as suas dimensões: Esperança na solidariedade entre nações, povos, famílias e amigos; Esperança na (re) conquista e consolidação da amizade; Esperança nas boas-práticas dos valores da solidariedade, da amizade, da lealdade, da humildade, da gratidão, da cumplicidade e da reciprocidade.

Igualmente: Esperança na melhoria das condições de vida para todas as pessoas, onde o trabalho digno, reconhecido, valorizado e estável, garanta um futuro de qualidade; Esperança num mundo de paz, no qual a felicidade seja o denominador comum a todas as pessoas, famílias, povos e nações; Esperança na consolidação da dignidade devida a toda a pessoa humana; Esperança numa nova Esperança de vida; finalmente, Esperança na proteção Divina, para que Deus nunca deixe de amparar a humanidade. Estes são os desejos, totalmente sinceros, do autor desta breve reflexão, que os propaga a todas as pessoas, sem exceções.

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Um Natal com verdade, com lealdade, com reciprocidade, com gratidão, seja no seio da família, seja com outras pessoas, com aquela amizade de um sincero «Amor-de-Amigo», com um sentimento de tolerância, de perdão e muito reconhecimento para com todas as pessoas que, ao longo da minha vida, me têm ajudado, compreendendo-me e nunca me abandonando. É este Natal que eu desejo festejar com muita alegria.

Por isso, aproveito esta oportunidade para: primeiro, pedir desculpa por algum erro que, involuntariamente, tenha cometido e, com ele,  magoado alguém; depois para desejar um Santo e Feliz Natal, com verdade, com lealdade, com gratidão, seja no seio da família, seja com outras pessoas, com aquela amizade de um sincero «Amor Humanista», com um sentimento de tolerância, de perdão e muito reconhecimento pelo que me tem ajudado, ao longo da minha vida, compreendendo-me e nunca me abandonando. É este Natal, praticamente simbólico, que eu desejo festejar com a alegria possível, pesem embora as atuais restrições e condicionalismos, impostos por um conjunto de situações cruéis, que atiram cada vez mais pessoas para a miséria, fome e morte.

Finalmente, de forma totalmente pessoal, sincera e muito sentida, desejo a todas as pessoas que, verdadeiramente, com solidariedade, amizade, lealdade e cumplicidade, me têm acompanhado, através dos meus escritos, um próspero Ano Novo e que 2023 e, desejavelmente, as muitas dezenas de anos que se seguirem, lhes proporcionem o que de melhor possa existir na vida, que na minha perspetiva são: Saúde, Trabalho, Amizade/Amor, Felicidade, Justiça, Paz e a Graça Divina. A todas estas pessoas aqui fica, publicamente e sem reservas, a minha imensa GRATIDÃO.

 

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Bibliografia

BAKER, Mark W., (2005). Jesus o Maior Psicólogo que já Existiu. Tradução, Cláudia Gerpe Duarte. Rio de Janeiro: Sextante.

CHODRON, Pema, (2007). Quando Tudo se Desfaz. Palavras de coragem para tempos difíceis. Tradução, Maria Augusta Júdice. Porto: ASA editores.

HANH, Thich Nhat, (2004). Criar a Verdadeira Paz. Cascais : Pergaminho

TORRABLDA, Francesc, (2010). A Arte de Saber Escutar. Tradução, António Manuel Venda. Lisboa: Guerra e Paz, Editores S.A., in: MARAZZSITI, Donatella. “E viveram felizes e Ciumentos para Sempre”, Donatella.

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