Editorial

NATAL: FESTA DA FRATERNIDADE
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António Luís Fernandes

António Luís Fernandes

Funcionário do Comité Económico e Social Europeu

Desarmonia e contraste!

Desde sempre, o ser humano reconheceu a existência de Alguém que lhe é superior, misterioso com o qual deseja relacionar-se. Consoante os hábitos e nos lugares onde vive, o homem, ao longo da sua história foi estabelecendo rituais de culto, de modos diferentes, para exprimir a sua relação com a Divindade.

Alguns grupos fixaram-se na convicção da existência de várias divindades, de modo a poder praticar cultos diversos, conforme as suas crenças; outros reconheceram a existência de um único Ser Supremo. Estes evoluíram mais, tornaram-se numerosos e considerados mais civilizados. Ao Ser Superior deram os mais diversos nomes: Deus, Allah, Jhavé, e outros… Estes são chamados grupos monoteístas, porque reconheceram a existência de um só Deus. Os outros ficaram sempre reduzidos a pequenos grupos e com fracas estruturas.

GOSTA DESTE CONTEÚDO?

Sabemos que o Povo Judeu se consolidou a partir de Abraão e, depois, com Moisés, numa experiência religiosa muito forte, enriquecida com acontecimentos extraordinários da revelação do próprio Deus. É no seio deste Povo que surgem homens dotados de grande sensibilidade, capazes de falar de Deus com autoridade.

A maior de todas as novidades foi o anúncio de que Deus havia de visitar o seu Povo. Isto implicou a necessidade de preparar o dia da vinda desse Deus. Assim começou o tempo fantástico do Advento, que nos leva às profundas alegrias do Natal! Quando o tempo se completou, o Deus invisível fez-se visível e veio habitar entre nós. Foi o nascimento de Deus feito homem. O Emannuel, Deus connosco. É o Natal.

A sociedade de hoje entrou numa civilização excessivamente materializada e consumista e fala de Natal, a maior parte das vezes, sem conteúdo religioso, mas com objectivos meramente comerciais. Quando escrevemos e desejamos: “Santo e feliz Natal”, assumimos o compromisso da felicidade, em nós e nos outros? Ou fazemos assim, porque parece bem? O natal é Santo por natureza. E precisa de um coração contrito e humilde para ser feliz, no profundo sentido da mensagem expressa no presépio.

Na festa da fraternidade juntam-se a míngua e a fartura, o necessário e o supérfluo, o muito e o quase nada! As assimetrias assustam e negam, a nossa adesão ao mistério da Encarnação, desse Deus menino, feito Homem. O egoísmo e avareza, os excessos e as injustiças, os cálculos e as simulações, a depravação; em nome de um tempo que já não prepara a festa da nascimento de Cristo! Razão maior para requalificar e corrigir, para reparar e dignificar!

É no seio da Família que festejamos o Natal. Que a troca de presentes e todo esse ambiente familiar, nos anime e desperte para a incomensurável riqueza, tão bem representada na simplicidade do presépio!

Desejo, a si que passa por aqui, bem do fundo do coração, um Natal muito feliz… E que 2021 nos seja, bem mais favorávoral do que o ano que agora termina! Continuemos a ser felizes, apesar das numerosas contrariedades; que a esperança e a fé, a justiça e a verdade, façam parte do nosso alimento e convicção. E tudo será mais fácil e atraente.

Festas Felizes, Bom Ano Novo.

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